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  • Cérebro "versus" alma: parte II - O ódio
    Iniciado por F.Leite
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     O oposto do amor é o ódio, sentimento esse que relacionamos com o negativo e o que é errado. Porém é um sentimento necessário à vida e à sobrevivência do corpo.

     Os sentimentos ativam "sensores" no cérebro que geram ações. O ódio é a forma que o cérebro tem de acionar a auto-defesa. Também este sentimento tem uma escala, que pode ir do simples desprezo ao desejo e tentativa de destruição do alvo do ódio. Tudo depende da forma como o cérebro interioriza o perigo que representa o "inimigo".

      O ódio advém da necessidade do corpo procurar o equilíbrio saudável, da necessidade de matar para sobreviver. Sempre existiu desde que existe vida orgânica, pois foi a consequência da necessidade dos organismos destruírem as células invasoras. Sem esse "ódio" as células do nosso corpo seriam destruídas pelos vírus e bactérias que diariamente nos invadem o organismo. Existem sensores no nosso corpo que atacam esses vírus sempre que os detetam. Estão programados para odiar até conseguirem provocar a morte do agente invasor.

     O nosso corpo é como uma cidade em que as células são os habitantes. Esta capacidade do corpo destruir os invasores é assim como a ação da policia, impedindo os assaltantes de matarem os habitantes. E o que é certo é que resulta, pois o corpo mantêm-se vivo porque as células atuam dessa forma. Se usassem de amor e compreensão com os vírus invasores o corpo seria destruído por estes. O corpo ao evoluir, copiou essa forma mecânica das células agirem, programando o cérebro para que actue da mesma forma.

     A lei da sobrevivência impôs a lei do mais forte mesmo ainda antes da mente evoluir no sentido critico e o ódio é a forma de estimular no cérebro a violência como única forma de se sobrepor à força do inimigo, levando-o a atacar para sobreviver. E tudo isto nós herdamos nos nossos genes. Esta-nos no sangue como diz e bem o povo.

     O sentido critico, alcançado ao adquirir inteligência, permite suavizar esse ódio, adequando a ação a tomar de acordo com o perigo que o opositor representa. Dessa forma somos levados a desprezar a ameaça ou a valorizá-la e também a criticar-mos as nossas capacidades de lutar, face às capacidades demonstradas pelo opositor. Porém, quando o cérebro é demasiado estimulado pelos sensores que geram o ódio, é uma coisinha que nos dá e partimos para a violência sem medir atos e consequências. Mais uma vez temos o cérebro a agir bloqueando a ação da consciência e da inteligência. É o instinto animal na sua forma mais pura, é o matar ou morrer, é a forma como viviam os primeiros homens a habitar o planeta. E graças a essa forma de agir, a raça humana e restantes espécies vivas, resistiram até aos dias de hoje. Quem não agiu dessa forma foi exterminado pelos mais fortes e menos condescendentes.

     Eis o ódio como algo intrínseco à mente e indispensável à sobrevivência do corpo. A inteligência somente permite contornar a potência com que se manifesta mas é incapaz de o debelar do cérebro humano.

     A seguir falarei sobre a necessidade do cérebro sentir e viver o "prazer".