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  • Procedimentos para afastar os maus espiritos.
    Iniciado por Moreno Wilson
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PROCEDIMENTOS PARA AFASTAR OS MAUS ESPÍRITOS.

Revista Espirita ANO 2 – SETEMBRO 1859 – Nº. 9 de Kardec

Escutemos, primeiro, a esse respeito, os conselhos que o Espírito de São Luís deu, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, por intermédio do senhor R..., um de seus bons médiuns. Esta é uma comunicação espontânea, que recebeu um dia em sua casa, com a missão de transmiti-la.

\"Qualquer que seja a confiança legítima que vos inspirem os Espíritos que presidem aos vossos trabalhos, é uma recomendação que não poderíamos muito repetir, E QUE DEVERÍEIS SEMPRE TER PRESENTE NO PENSAMENTO QUANDO VOS ENTREGAIS AOS ESTUDOS: É DE PESAR E AMADURECER, É SUBMETER AO CONTROLE DA RAZÃO MAIS SEVERA TODAS AS COMUNICAÇÕES QUE RECEBEIS; de não negligenciar, desde que uma resposta vos pareça duvidosa ou obscura, em pedir os esclarecimentos necessários para vos fixar.

São Luiz

A linguagem dos Espíritos sérios e bons tem um cunho do qual é impossível se equivocar, por pouco que se tenha de tato, de julgamento e do hábito da observação. Os maus Espíritos, por qualquer véu hipócrita que eles cobrem suas torpezas, não podem jamais sustentar seu papel indefinidamente; eles mostram sempre seus verdadeiros projetos por alguma cunha, de outro modo, se sua linguagem fosse sem mácula eles seriam bons Espíritos.
A LINGUAGEM DOS ESPÍRITOS É, PORTANTO, O VERDADEIRO CRITÉRIO PELO QUAL PODEMOS JULGÁ-LOS; sendo a linguagem a expressão do pensamento, tem sempre um reflexo das qualidades boas ou más do indivíduo. Não é sempre pela linguagem que nós julgamos os homens que não conhecemos? Se recebeis vinte cartas de vinte pessoas que jamais vistes, é lendo-as que estareis impressionados diversamente? É que, pela qualidade do estilo, pela escolha das expressões, pela natureza dos pensamentos, por certos detalhes mesmos de forma, não reconheceis, naquilo que vos escreveu, um homem bem elevado de um homem grosseiro, um sábio de um ignorante, um orgulhoso de um homem modesto? Ocorre absolutamente o mesmo com os Espíritos.


SUPONDE QUE SEJAM HOMENS QUE VOS ESCREVEM, E JULGAI-OS DO MESMO MODO; JULGAI-OS SEVERAMENTE, OS BONS ESPÍRITOS NÃO SE OFENDEM DE MODO ALGUM COM ESSA INVESTIGAÇÃO ESCRUPULOSA, UMA VEZ QUE SÃO ELES MESMOS QUE NO-LA RECOMENDAM COMO MEIO DE CONTROLE. SABEMOS QUE PODEMOS SER ENGANADOS, PORTANTO, NOSSO PRIMEIRO SENTIMENTO DEVE SER O DE DESCONFIANÇA; SÓ OS MAUS ESPÍRITOS QUE PROCURAM NOS INDUZIR AO ERRO PODEM TEMER O EXAME, PORQUE ESTES, LONGE DE PROVOCÁ-LO, QUEREM SER ACREDITADOS SOB PALAVRA.
Desse princípio decorre, muito natural e muito logicamente, o meio mais eficaz de afastar os maus Espíritos, e de se premunir contra as suas velhacarias. O homem que não é escutado pára de falar; o velhaco que sabe que se está a par do que ele é, não faz tentativas inúteis. Do mesmo modo os Espíritos enganadores abandonam a parte onde veem que nada têm a fazer, e onde não encontram senão pessoas atentas que rejeitam tudo o que lhes pareça suspeito.

OS BONS ESPÍRITOS NÃO ACONSELHAM JAMAIS SENÃO COISAS PERFEITAMENTE RACIONAIS; TODA RECOMENDAÇÃO QUE SE AFASTASSE DA DIREITA LINHA DO BOM SENSO E DAS LEIS IMUTÁVEIS DA NATUREZA ACUSA UM ESPÍRITO LIMITADO E AINDA SOB A INFLUÊNCIA DE PRECONCEITOS TERRESTRES, E, POR CONSEGUINTE, POUCO DIGNO DE CONFIANÇA.

Os Espíritos superiores têm, como dissemos em muitas circunstâncias, uma linguagem sempre digna, nobre, elevada, sem mistura com qualquer trivialidade; eles dizem tudo com simplicidade e modéstia, não se vangloriam nunca, não exibem jamais seu saber nem sua posição entre os outros. A dos Espíritos inferiores ou vulgares tem sempre algum reflexo das paixões humanas; TODA A EXPRESSÃO QUE EXALA A BAIXEZA, A SUFICIÊNCIA, A ARROGÂNCIA, A FANFARRICE, A ACRIMÔNIA, É UM INDÍCIO CARACTERÍSTICO DE INFERIORIDADE, OU DE FRAUDE SE O ESPÍRITO SE APRESENTA SOB UM NOME RESPEITÁVEL E VENERADO.
Os bons Espíritos não dizem senão o que sabem; eles se calam ou confessam sua ignorância sobre o que não sabem. Os maus falam de tudo com segurança, sem se importarem com a verdade. Toda heresia científica notória, todo princípio que choca com a razão e o bom senso, mostra a fraude se o Espírito se dá por um Espírito esclarecido.

Os bons Espíritos nunca mandam; não se impõem: eles aconselham, e, se não são escutados, se retiram. Os maus são imperiosos: dão ordem, e querem ser obedecidos. Todo Espírito que se impõe trai sua origem.
Os bons Espíritos não lisonjeiam; eles aprovam quando se faz bem, mas sempre com reserva; os maus dão elogios exagerados, estimulam o orgulho e vaidade pregando a humildade, E PROCURAM EXALTAR A IMPORTÂNCIA PESSOAL DAQUELES QUE QUEREM CAPTAR.

É necessário desconfiar de nomes bizarros e ridículos que tomam certos Espíritos que querem se impor à credulidade; seria soberanamente absurdo tomar esses nomes a sério.
É NECESSÁRIO IGUALMENTE DESCONFIAR DAQUELES QUE SE APRESENTAM, MUITO FACILMENTE, SOB NOMES EXTREMAMENTE VENERADOS, E NÃO ACEITAR SUAS PALAVRAS SENÃO COM A MAIOR RESERVA; É AÍ SOBRETUDO QUE UM CONTROLE SEVERO É INDISPENSÁVEL, PORQUE, FREQÜENTEMENTE, TRATA-SE DE UMA MÁSCARA que tomam para fazer crer em pretensas relações íntimas com os Espíritos fora de linha. Por esse meio eles agradam a vaidade, e dele se aproveitam para induzir, freqüentemente, a diligências lamentáveis ou ridículas.

Allan Kardec

Revista Espirita ANO 2 – SETEMBRO 1859 – Nº. 9 de Kardec

Wilson Moreno