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  • Menino Jesus, o Anjo que jamais temia a morte
    Iniciado por Marta149
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PERGUNTA: — Conforme vossos dizeres, o menino Jesus também exigia uma vigilância constante dos seus anjos tutelares, em face de sua despreocupação pela vida humana. Quer isso dizer que ele dava sério trabalho aos seus protetores?

RAMATíS: — Sem dúvida, a preciosidade de sua vida endereçada à mais importante missão de um anjo sobre a Terra, abrir clareiras de luz no seio das sombras terráqueas para a redenção do homem, movimentava todas as forças benfeitoras a fim de livrá-lo de uma desencarnação prematura ou acidente lesivo. A índole excessivamente contemplativa de Jesus induzia-o a procurar empreendimentos e atividades insólitas, que pudessem ajudá-lo a compensar as angústias e as emoções de que sofria o seu espírito super ativo, pois, de conformidade com velho aforismo iniciático, "o anjo não dorme"! Nos seus impulsos de libertação, ele penetrava a fundo nos bosques e nas furnas, surpreendendo até as feras nômades que o fitavam inquietas e sem coragem de agredi-lo, ante a refulgência da luz sideral que os seus guias projetavam no sentido de protegê-lo. Malgrado a advertência prudente do Alto, o menino Jesus expunha demasiadamente o seu corpo aos perigos do meio agressivo do mundo, enquanto se deixava ficar absorto, em sua meditação espiritual, horas dentro da noite.
Por diversas vezes, Maria o encontrou curvado sobre a serpente enrodilhada na moita de capim, ou então afagando o filhote da fera, a qual, em vez de ameaçadora, mostrava-se eufórica sob tal
carinho. A serpente, cuja crendice diz que não morde a mulher gestante nem agride a mãe de bons propósitos, ou mesmo a leoa ciumenta dos filhos não se mostravam agressivas ante a presença daquele garoto transbordante de ternura por todos os seres! Assim como o lobo selvagem também se transforma em um cão dócil e inofensivo, quando o tratam com meiguice e
desvelo, Jesus envolvia os animais ferozes e os répteis venenosos em sua aura de tanta meiguice e amor, que eles se quedavam tranqüilos. Evidentemente, isso exigia a atenção constante dos seus amigos siderais e não poucas vezes a "voz oculta" de Gabriel advertiu-o para que não se expusesse tanto no cenário perigoso do mundo físico. Mas, quem poderia modificar a índole de um anjo que jamais temia a morte?


PERGUNTA: — Quais outros detalhes que ainda nos podeis oferecer sobre a vida do menino Jesus, pois tem sido tão contraditória a narrativa de sua infância?

RAMATíS: — A fim de poderdes avaliar o verdadeiro temperamento, as virtudes e os contrastes do menino Jesus com os demais garotos de sua época, dar-vos-emos um quadro de algumas minúcias de sua vida, e que servirá para o mais claro entendimento de vossa pergunta. Em resumo: era um menino que jamais guardava ressentimento de alguém, mostrando-se
absolutamente imune às ofensas e aos insultos alheios. Imparcial e sincero em suas amizades, ele não diferenciava nenhum companheiro, por mais deserdado ou subversivo; não traía, não intrigava, não zombava nem humilhava. Ninguém o viu usar qualquer meio para ferir um pássaro, destruir um réptil, inseto ou batráquio! Curvava-se para o solo e colhia o verme repelente na folha do vegetal, pondo-o fora do alcance das pisaduras humanas. Sob o espanto dos próprios adultos, ele deliciava-se com os carreiros de formigas supercarregadas de partículas de alimentos ou folhas tenras; com os retalhos de madeira da carpintaria de José* construía túneis para.livrá-las
de serem esmagadas pelas criaturas que ali cruzassem os caminhos. Muitas vezes, perdia longo tempo tentando repor no lombo das formigas a carga que lhe fora desalojada ou lhes trazia restos de cereais só para vê-las carregarem.
Os meninos da vizinhança, rudes e daninhos, então contavam a seus pais as esquisitices do filho de Maria, provocando deles o conceito de que "esse menino não é bem certo da cabeça".
Certas vezes, Maria e José mortificavam-se dolorosamente, ao encontrar Jesus conversando animadamente com as aves e os animais, que, em verdade, pareciam entendê-los. Advertia,
censurava e aconselhava patos, cães, marrecos, galinhas, cordeiros e cabritos, apontando-lhes as imprudências e os perigos do mundo! Enxotava-os para longe nos dias de matança, pois jamais alguém pôde matar qualquer ave ou animal na sua presença, cujo espetáculo doloroso o deixava febril e o fazia fugir do lugar! Qualquer ave ferida ou cão maltratado recebia dele o máximo carinho e tratamento; e um júbilo intenso, uma alegria sem limite tomava-lhe o rosto radioso, quando os seus "doentes" se punham a voar ou a caminhar! Batia palmas, satisfeito, de euforia espiritual, enquanto, às vezes, o sarcasmo dos perversos lhe feriam os ouvidos desapiedadamente. Curtiu noites de insônia, depois que viu, estarrecido, os bois tombarem um atrás do outro com a goela vomitando sangue e feridos mortalmente pela lança dos magarefes.
Mesmo depois de adulto, ele custava a se dominar diante dos quadros lúgubres do Templo de Jerusalém, onde os sacerdotes oficiavam a Jeová respingados pelo sangue dos animais e das
aves inocentes!
Jamais podia compreender sua culpa, quando ouvia severas admoestações de José e os apelos insistentes de Maria, para que não arriscasse sua vida preciosa nos arvoredos envelhecidos, onde subia, afoito, para proteger os ninhos perigosamente pensos dos galhos rotos! Mas eram inúteis tais censuras ou conselhos; em breve, tornavam a encontrá-lo novamente trepado nos galhos das árvores e entre os pássaros, que em vôos efusivos pareciam aliar-se ao seu riso cristalino,
gratos pelo carinho dispensado aos filhotes implumes! Durante os brinquedos e folguedos cotidianos, qualquer perversidade cometida contra os seres inferiores deixava-o silencioso e
severo. A censura no olhar era tão veemente que os meninos mais culpados se afastavam temerosos.
Em conseqüência, Jesus não era um menino mórbido, excêntrico ou propriamente rebelde; porém, manifestava uma linha de conduta angélica prematura entre os demais seres; e por isso semeava constrangimentos nos hipócritas, atemorizava os cruéis, que o censuravam, zombando das suas comiserações pelo; insetos, vermes ou répteis!



DO LIVRO: "O SUBLIME PEREGRINO" RAMATÍS/HERCÍLIO MAES