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  • Os sete pecados de nosso sistema de educação forçado
    Iniciado por Littlelight
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Citação de: Littlelight em 15 maio, 2015, 10:08
Encontrei este artigo interessante num blog e vim aqui partilhá-lo com vocês...


«Os sete pecados de nosso sistema de educação forçado



Educação forçada: como o termo prisão, esse termo soa pesado. Mas, se temos uma escolaridade obrigatória, então temos educação forçada. O termo obrigatório, se ele tem qualquer significado, significa que a pessoa não tem escolha quanto a isso.

A reflexão que vale é a seguinte: seria a educação forçada - e a consequente prisão de crianças - uma coisa boa ou uma coisa ruim?

Aqui estão algumas das razões para se acreditar que é uma coisa ruim, em uma lista com os "sete pecados" do nosso sistema de educação forçada:

1. Negação de liberdade com base na idade.

Para prender um adulto, precisamos provar, em um tribunal de direito, que a pessoa cometeu um crime ou é uma séria ameaça para si mesma ou aos outros. Ainda assim, encarceramos crianças e adolescentes na escola apenas por causa de sua idade: este é o mais flagrante dos pecados da educação forçada.

2. A promoção de vergonha, por um lado, e arrogância, por outro.

Não é fácil forçar as pessoas a fazer o que elas não querem. Nós não usamos a palmatória, como professores faziam antigamente, mas contamos com um sistema de controle incessante, classificação e ranking das crianças em comparação com os seus colegas. Nós, assim, distorcemos os sistemas emocionais humanos de vergonha e orgulho para motivar as crianças a fazer o trabalho. As crianças são colocadas a se sentir envergonhadas se tiverem um desempenho pior do que os seus colegas e orgulho se tiverem um melhor desempenho. Vergonha leva alguns a abandonar, psicologicamente, o esforço educacional e a se tornar palhaços de classe (não muito ruim), ou valentões (ruim), ou abusadores e traficantes (muito mau). Aqueles que são colocados a sentir orgulho excessivo das realizações rasas que fazem eles ganharem um A (ou 10) e honrarias podem tornar-se arrogantes, desdenhosos dos outros comuns que não se saem tão bem em testes; desdenhosos, portanto, dos valores e processos democráticos (e este pode ser o pior efeito de todos).

3. Interferência com o desenvolvimento da cooperação e nutrição.

Nós somos uma espécie intensamente social, concebida para a cooperação. As crianças naturalmente querem ajudar os seus amigos, e até mesmo na escola elas encontram maneiras de fazer isso. Mas o nosso sistema baseado na competição de classificação e graduação de estudantes trabalha contra a unidade cooperativa. Além disso, a divisão de idades forçada que ocorre na própria escola promove a concorrência e bullying e inibe o desenvolvimento de nutrição. Ao longo da história humana, as crianças e adolescentes aprenderam a serem atenciosos e prestativos através de suas interações com as crianças mais jovens. O sistema escolar graduado em idade os priva de tais oportunidades.

4. Interferência com o desenvolvimento da responsabilidade pessoal e auto-direção.

As crianças são biologicamente predispostas a assumir a responsabilidade por sua própria educação. Elas brincam e exploram de formas que lhes permitem aprender sobre o mundo físico e social em torno delas. Elas pensam sobre o seu próprio futuro e tomam medidas para se preparar para isso. Confinando as crianças na escola e em outras atividades de adultos, e preenchendo seu tempo com tarefas, os priva das oportunidades e tempo que eles precisam para assumir suas responsabilidades. Além disso, a mensagem implícita e às vezes explícita do nosso sistema de escolaridade obrigatória é: "Se você faz o que é dito para se fazer na escola, tudo vai funcionar bem para você". As crianças que caem nisso podem parar de assumir a responsabilidade por suas próprias educações. Elas podem assumir falsamente que alguém tenha descoberto o que elas precisam saber para se tornar adultos bem sucedidos, então elas não têm que pensar nisso. Se suas vidas não funcionam tão bem, elas tomam a atitude de uma vítima: "A minha escola (ou pais ou sociedade) me falhou, e é por isso que a minha vida é toda ferrada."

5. Relacionar aprendizagem com medo, repugnância e trabalho forçado.

Para muitos estudantes, a escola gera intensa ansiedade associada com a aprendizagem. Os alunos que estão aprendendo a ler e são um pouco mais lentos do que o resto se sentem ansiosos sobre a leitura na frente dos outros. As provas geram ansiedade em quase todos que as levam a sério. Ameaças de fracasso e vergonha associada à insuficiência geram enorme ansiedade em alguns. O princípio psicológico fundamental é que a ansiedade inibe a aprendizagem. A aprendizagem ocorre melhor em um estado brincalhão, e a ansiedade inibe a ludicidade. A natureza forçada da escolaridade transforma a aprendizagem em trabalho. Os professores até chamam isso de trabalho: "Você deve fazer o seu trabalho antes de você poder brincar". Assim, aprender, algo que crianças biologicamente anseiam, torna-se uma labuta - algo a ser evitado sempre que possível.

6. Inibição do pensamento crítico.

Presumivelmente, um dos grandes objetivos gerais da educação é a promoção do pensamento crítico. Mas apesar de todo esforço que os educadores se dedicam a esse objetivo, a maioria dos estudantes - incluindo a maioria dos "estudantes de honra" - aprendem a evitar pensar criticamente sobre seus trabalhos escolares. Eles aprendem que sua função na escola é obter notas altas em testes e que o pensamento crítico apenas desperdiça tempo e interfere. Para conseguir uma boa nota, você precisa descobrir o que o professor quer que você diga e, em seguida, dizer isso. O sistema de classificação, que é o principal motivador no nosso sistema de educação, é uma força poderosa contra o debate honesto e pensamento crítico em sala de aula.

7. Redução da diversidade de competências, conhecimentos e formas de pensar.

Ao forçar todos os alunos através do mesmo currículo padrão, podemos reduzir as suas oportunidades para seguir caminhos alternativos. O currículo escolar representa um pequeno subconjunto das habilidades e conhecimentos que são importantes para a nossa sociedade. Neste dia e época, ninguém pode saber mais do que um pedaço de tudo que há para saber. Por que forçar todo mundo a aprender a mesma coisa? Quando as crianças são livres - como já observado em escolas alternativas e homeschooling (educação em casa) - elas tomam caminhos novos, diferentes e imprevisíveis. Elas desenvolvem interesses apaixonados, trabalham com afinco para se tornar especialistas em áreas que as fascinam, e, em seguida, encontram maneiras de ganhar a vida através da prossecução dos seus interesses. Os alunos forçados através do currículo padrão têm muito menos tempo para perseguir seus próprios interesses, e muitos aprendem bem a lição de que seus próprios interesses não contam; o que conta é o que é medido em testes das escolas. Alguns superam isso, mas muitos não o fazem.»

Fonte: blog Notícias Alternativas

as pessoas não acreditam mas isto faz tudo parte do mesmo esquema que nos mantém escravos da mesma elite à centenas de anos...

as crianças vão para a escola aprender o que está estipulado que lhes vai ser ensinado e devem regurgitar tudo direitinho conforme lhes é dito se quiserem ter alguma hipótese de vir a competir por um lugar de trabalho com o colega de turma e eventualmente melhor amigo...

depois de devidamente "doutrinadas" no "sistema" acabam por se conformar e repetir incansavelmente a propaganda que entretanto lhes foi incutida de que isto é assim e não há forma de o mudar...

quando eventualmente percebem que desperdiçaram a vida porque o sistema de ensino lhes matou "os sonhos"... os filhos deles já andam a competir por um lugar de trabalho com o melhor amigo... e o ciclo repete-se...

os mesmos de sempre... a maioria... a trabalhar duro e com dificuldades toda a vida para que outros... uma minoria... possam levar vidas de rei e fazer aquilo que bem lhes der na veneta...

várias filosofias "politicas" e sociais defendem que o sistema de ensino devia ser completamente diferente do que é...

que deveríamos incentivar as crianças a procurar a área que mais gostam dando-lhe a hipótese desde muito cedo de experimentar várias áreas... como acontece por exemplo nas escolas técnico profissionais em que os alunos vão aprendendo a teoria e a prática "em simultâneo"...

também deveríamos incentivar mais a imaginação das crianças e incentivá-las a pensar e obter respostas por elas próprias e não andar a obriga-las a regurgitar verdades que não raras vezes o deixam de ser de uma hora para a outra...

em ultima analise... quem cria os nossos filhos é o "estado"... pelo menos o meu... afinal de contas... tanto eu como a mulher temos mesmo que trabalhar para poder-mos viver... isso leva-nos a sair de casa de manhã e voltar à noite...

portanto o nosso filho fica pelo menos 8 horas diárias à guarda de uma instituição que deve seguir determinados "procedimentos" e ensinar-lhe determinada matéria tal e qual como foi estipulado por um "magnata" qualquer...

já nós como pais... temos que depois da escola e até à hora de ele se ir deitar... em três ou quatro horas de correria para fazer o jantar... dar um jeito à casa... despejar o lixo... tratar da roupa suja... etc... etc... conseguir acompanhar toda a porcaria que o puto aprendeu nesse dia na escola...

é quase impossível competir com o "sistema"... e enquanto não o trocar-mos vamos permanecer verdadeiros escravos... e sempre os mesmos a sair beneficiados...
a minha religião é a verdade...

Mas atenção que o sistema educativo de Portugal não é igual nos restantes países, nomeadamente na Europa!!
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

ainda...  ::)

no mundo "globalizado" quem não está no "padrão" não tem futuro... se isto não mudar de rumo...  ::)
a minha religião é a verdade...

E como fazer para se alterar o rumo das coisas? Será que tirar os miúdos da escola e ensiná-los em casa é uma solução? E com que tempo, se os pais são os escravos do trabalho, e ficam fora de casa durante imensas horas? E mais do que isso, como alterar mentalidades? Sim, porque a escola é o trabalho dos miúdos, tal como o emprego é o trabalho dos pais. Por isso, "vais para a escola e estudas, para não teres a mesma vida que eu, para seres alguém na vida..."
"Onde está Deus?" - perguntei à minha sobrinha de três anos.
"O que é Deus?" - indagou ela. "Deus é Amor." - respondi-lhe.
"Está aqui!" - disse ela, envolvendo-me no abraço mais delicioso do mundo!

#19
Citação de: Littlelight em 17 maio, 2015, 09:57
E como fazer para se alterar o rumo das coisas?
Manifestando-nos, reformando o nosso sistema educacional e renovando com algo mais justo, prudente e equilibrado.

Citação de: Littlelight em 17 maio, 2015, 09:57Será que tirar os miúdos da escola e ensiná-los em casa é uma solução?
Com tantas crianças e jovens que vêm para a escolas com comportamentos provenientes de má educação, não me parece uma solução razoável. Para além disso seria uma opção ainda mais privada que o ensino privado o que dificultava ainda mais a entrada nas faculdades públicas e notas justas.

Citação de: Littlelight em 17 maio, 2015, 09:57E mais do que isso, como alterar mentalidades? Sim, porque a escola é o trabalho dos miúdos, tal como o emprego é o trabalho dos pais. Por isso, "vais para a escola e estudas, para não teres a mesma vida que eu, para seres alguém na vida..."

A mentalidade dos jovens/crianças em relação à escola não precisa de ser alterado. A mentalidade de crianças em relação ao trabalho, isso sim deve ser alterado. Nas culturas orientais asíatas (Japão, Koreia do Sul, Singapura, etc...) falar mal da empresa onde trabalham é considerado uma irresponsabilidade, porque eles são a empresa, só eles a podem mudar. O que é preciso mudar é como é leccionado o nosso espírito colectivo e que trabalho não é uma obrigação mas sim uma responsabilidade.

Em Singapura (se não me engano) ninguém risca as mesas ou estraga as paredes e não é por acaso. As turmas de algumas escolas quando entram pela primeira vez na escola fazem trabalho comunitário (pintam paredes, varrem o chão, etc...), têm o que se pode chamar de uma praxe didáctica. Com isto os alunos ganham respeito pelo local onde trabalham.

Para além disso, os projectos co-ompetindo não deveriam existir... A escola deveria trabalhar como um todo e não criar rivalidade entre turmas. Estamos todos no mesmo barco, é isso que muitos se esquecem...
"Foste tu quem passou dos limites. Esmagaste-os e no seu desespero, eles tornaram-se em homens que eles nunca foram capazes de compreender. Percebes? Alguns homens não procuram nada de lógico. Eles não podem ser comprados, ameaçados ou negociar. Alguns homens, simplesmente gostam de ver o mundo a arder." - The Joker, O Cavaleiro das Trevas

A mudança é no sistema. Portugal só teve preocupação com o ensino não com a reforma educativa, mas com a entrada na Comunidade Europeia. A taxa de alfabetização era baixa e as verbas de incentivo à sua potenciação eram elevadas, pelo que se encontrou uma forma "fácil" de se usufruírem dessas verbas... surgem as validações de competências que, em pouco mais de três meses, a população outrora analfabeta ou sem habilitações, consegue a troco de um portefólio de competências ficar com uma qualificação obrigatória (há uns anos o 9º ano e agora o 12º ano).

Os miúdos, ao terem conhecimento desta facilidade e com a burocracia crescente do ensino tradicional, deixaram de investir na escola e a procurar os ditos cursos profissionais, mostrando claramente a decadência do ensino tradicional... ou seja, esta procura elevada destes cursos já era sintoma de que o ensino precisava de uma reforma...

Eu sou apologista de que quanto maior for a experiência do aluno em áreas diversificadas, maior o leque de escolha no futuro. Ter disciplinas como filosofia, história entre outras, com professores pouco motivados, que apenas se preocupam com a teoria e que adormecem nas aulas é simplesmente decadente. Por conseguinte, as próprias orientações escolares que se fazem no 9º e no 12º ano não servem de nada, pois o aluno responde aos testes em função dos seus gostos, interesses e motivações que são muito limitados, porque lhes falta experiência. Escolhem determinadas áreas por influência dos pais, dos amigos, de pessoas conhecidas e familiares sem qualquer noção do que elas realmente são na prática.

Soluções (minhas claro!), porque para criticarmos temos que, pelo menos apresentar alternativas:

- Existência de disciplinas-base como português e matemática

- Obrigatoriedade de uma língua estrangeira desde cedo

- Opção da disciplina de música e de outras afins não no conceito que existe, mas de incentivo à criatividade e inovação

- Psicologia, Relações Interpessoais e temáticas relacionadas com a educação dos valores pessoais, civismo, etc...

- Grupos de encontro obrigatórios, onde se debatem diversos temas próprios das faixas etárias, entre eles o bullying, motivação, problemas pessoais, relacionamentos, educação sexual, etc...

- Cadeiras práticas opcionais ligadas com as diversas áreas (e.g., engenharia, arquitetura, gestão, relações internacionais, medicina, odontologia, etc... etc... etc...)

- Estágios profissionais em todos os ciclos (1º, 2º, 3º e secundário) em diversas áreas, que permitem a aproximação entre a escola e o mercado de trabalho.

Estas são algumas ideias que tenho fundamentadas, algumas ancoradas nos sistemas de ensino existentes na Europa e que são muito funcionais. As mentalidades, após a introdução de uma mudança, teriam obrigatoriamente que mudar...
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Nem todo o ensino é assim! A escola em que andei do 7° ao 12° era e continua a ser fenomenal!
Não vamos por todas as escolas no mesmo saco
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Citação de: cody sweets em 17 maio, 2015, 12:39
Nem todo o ensino é assim! A escola em que andei do 7° ao 12° era e continua a ser fenomenal!
Não vamos por todas as escolas no mesmo saco

Cody, eu percebo o que queres dizer mas nós referimos-nos ao sistema de ensino público a tua escola de facto poderia ser melhor em vários aspectos (com contractos de autonomia e afins...) mas o problema é que o sistema precisa de ser reformulado.
"Foste tu quem passou dos limites. Esmagaste-os e no seu desespero, eles tornaram-se em homens que eles nunca foram capazes de compreender. Percebes? Alguns homens não procuram nada de lógico. Eles não podem ser comprados, ameaçados ou negociar. Alguns homens, simplesmente gostam de ver o mundo a arder." - The Joker, O Cavaleiro das Trevas

Citação de: cody sweets em 17 maio, 2015, 12:39
Nem todo o ensino é assim! A escola em que andei do 7° ao 12° era e continua a ser fenomenal!
Não vamos por todas as escolas no mesmo saco

Há escolas excelentes em Portugal, mas porque os Diretores das mesmas também o são e conseguem dar a volta a muitas coisas do sistema. Felizmente conheço algumas, pois estive envolvida com o processo de avaliação de desempenho dos professores... mas a realidade maior não é assim e aqui reside a preocupação, não nas exceções. O foco de análise é no sistema... que até os professores se posicionam contra :(
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Membro nr. 34334

Antes de se mudar as mentalidades das crianças, é necessário mudar as mentalidades dos pais. Era a essas mentalidades que eu me referia, mas não fui explícita, desculpem.

No entanto, percebo que talvez seja mais fácil lidar com a visão que as crianças têm em relação à escola e ao trabalho, uma vez que elas acabam por ser mais abertas que um adulto em relação a estes assuntos; não têm as ideias tão cristalizadas, nem o pensamento tão formatado.

As sugestões que o Neo_Blue e a Faty apresentam são muito interessantes, era bom que quem de direito passasse os olhos por aqui e se sentisse inspirado a adoptar estas medidas de forma mais persistente, para que o sistema passe a servir o ser humano, e não o contrário.

Obrigada novamente pelas vossas contribuições.
"Onde está Deus?" - perguntei à minha sobrinha de três anos.
"O que é Deus?" - indagou ela. "Deus é Amor." - respondi-lhe.
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