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  • Espiritismo e Interrupção Voluntária da Gravidez
    Iniciado por Faty Lee
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Antes de eu nascer a minha mae ficou gravida de outro bebe mas abortou porque nao era casada com o meu pai e nos anos 80 era uma vergonha. Agora pergunto, seria eu? Se nao fosse a minha irma teria nascido? ou seria a minha irma? sao decisoes que se tomam que altera completamente tudo.
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.

Citação de: misticopt28 em 27 fevereiro, 2015, 10:56
Antes de eu nascer a minha mae ficou gravida de outro bebe mas abortou porque nao era casada com o meu pai e nos anos 80 era uma vergonha. Agora pergunto, seria eu? Se nao fosse a minha irma teria nascido? ou seria a minha irma? sao decisoes que se tomam que altera completamente tudo.

Lá está, vamos lá nós saber... se calhar até era um de vocês, mas deveriam de vir noutra altura... acho que não saberemos... daí a condenação ser tão controversa...

Entao e se nao fosse um de nós os 2? fosse uma outra pessoa qual dos 2 nao iria nascer? Ou  podiamos ter nascido os 3? Gosto de tratar lo por Irmao porque para mim a vida começa no ato da fecundaçao, aquele ser minusculo do tamanho de um grao de arroz ja tem vida. Nao é crime matar um ser vivo? Isto do Aborto é exatamente igual e comparado com o suicidio e a eutanasia. Temos noçao de tudo o que fica alterado no nosso meio?
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.

Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

Eu sei, estes "ses" é que não nos permite (pelo menos a mim) ter uma opinião fincada. Há pouco falei na D. Dolores que não conseguiu abortar o Ronaldo. Então se Deus quisesse ela não teria conseguido? Claro que sim, mas aquele rapaz tinha de nascer e pronto. É isso que me deixa a pensar que andamos em cima de "vidro" nas opiniões e condenações em relação ao aborto...
Se calhar o bébé que a tua mãe gerou, Deus quis que ele fosse para junto D'ele naquela altura e levou a tua mãe a tomar aquela atitude... Eu sei lá... Claro que com isto não significa que sou a favor, nem de perto nem de longe! Apenas quero dizer que não devemos ser nós a condenar...

Citação de: cepticooucrente em 27 fevereiro, 2015, 11:19
Eu sei, estes "ses" é que não nos permite (pelo menos a mim) ter uma opinião fincada. Há pouco falei na D. Dolores que não conseguiu abortar o Ronaldo. Então se Deus quisesse ela não teria conseguido? Claro que sim, mas aquele rapaz tinha de nascer e pronto. É isso que me deixa a pensar que andamos em cima de "vidro" nas opiniões e condenações em relação ao aborto...
Se calhar o bébé que a tua mãe gerou, Deus quis que ele fosse para junto D'ele naquela altura e levou a tua mãe a tomar aquela atitude... Eu sei lá... Claro que com isto não significa que sou a favor, nem de perto nem de longe! Apenas quero dizer que não devemos ser nós a condenar...
Concordo parcialmente consigo. Na verdade, o espírito também pode decidir reencarnar e por qualquer motivo, desistir de o fazer... acho que já se falou nisto num outro tópico. Isto poderá ser uma outra justificação plausível... mas uma coisa é o espírito não reencarnar e outra e não ter essa possibilidade de o fazer, porque a mãe não lhe permitiu, certo?
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Sim, Faty, também estou de acordo consigo. Mas aí será uma "factura" que a mãe terá de "pagar", certo?... Mas pagar a quem? A nós? Ou a Deus? É aí que "patino" a minha opinião no aspecto da condenação...Bolas, se estivéssemos a falar de roubo ou tráfico era tão mais simples... :P

alu
Olhem... eu se calhar estou errada, mas a minha opinião quanto a este assunto é um pouco ambivalente... Deixem-me só dizer-vos que não sou mãe, nunca estive grávida e nunca tive de lidar com uma decisão difícil como um aborto...

Em termos financeiros, neste país, um filho é uma carga de trabalhos, sem grandes ajudas e muitas vezes com grandes dificuldades. A nível psicológico, uma gravidez faz-nos colocar o Mundo em perspectiva (nunca estive grávida mas é nisto que acredito) e até a nós mesmos. Se eu faria um aborto? Se tivesse engravidado por acidente ou descuido e a criança fosse saudável, não, não o faria, porque assim que soubesse que existia, amá-lo-ia, independentemente das condições financeiras e da minha preparação psicológica ou falta dela, sei que faria tudo o que pudesse e não pudesse por um filho, sei que a minha vida passaria a ter muito mais sentido e que, mesmo que tudo o resto fosse extraordinariamente complicado, amor seria coisa que nunca lhe iria faltar... Mas isto sou eu.

E tenho que admitir que nem toda a gente é como eu, que há mulheres que não conseguem aceitar as consequências de um descuido, de um acidente, mesmo com bebés perfeitamente saudáveis, que não estão preparadas, que não têm condições financeiras e que muitas das vezes, não querem, pura e simplesmente ser mães. Se eu concordo que abortem? Posso não concordar com os motivos, considerá-los egoístas e vazios, mas entendo, a opção é delas, assim como as consequências e penas desse acto e serão elas que terão de as carregar e certamente serão também bastante dificeis.

Quanto ao caso de uma gravidez por violação... Não sei se seria capaz de abortar, por muito que a criança fosse filha de um monstro inqualificável. Não sei se seria capaz de a amar imediatamente ao saber da sua existência, mas o amor também se aprende e creio que poderia amá-la. A criança não tem culpa dos actos do monstro que a criou e merece uma oportunidade de viver. Claro que também se coloca a questão de ser um lembrete constante de um episódio de profunda violência... Ainda assim, acredito que o amor que pudesse sentir por uma criatura tão indefesa e inocente, filho meu também, apesar de tudo, pudesse esbater o sofrimento do modo como teria sido concebida. Como podem ver, há muita dúvida naquilo que penso acerca desta situação... Apesar de querer muito acreditar que seria capaz de levar a gravidez até ao fim e criar o meu filho com todo o amor independentemente da sua concepção... Se tenho tantas dúvida assim, como é que eu poderia condenar uma mulher que opta por interromper uma gravidez deste tipo? Não posso! Claro que a criança não tem culpa! Mas e mãe? A mãe tem alguma culpa que um desgraçado libidinoso e nojento tenha achado por bem fazer algo que era contra a sua vontade e muito provavelmente acabar sozinha a criar um filho que não só não quer, como também lhe recordará eternamente a violência a que foi sujeita? Há mulheres que são incapazes de ultrapassar uma situação destas. A criança nunca teria o amor que merece, a mãe olharia sempre para ela com sofrimento e provavelmente, repugnância.

Quanto a uma gravidez, desejada ou não, em que a criança sofre de uma deficiência grave, e neste caso falamos de Trissomia 21... Se amaria uma criança assim ainda no meu ventre? Claro que sim! Se estaria preparada do ponto de vista psicológico para um golpe assim? Jamais... Acho que ninguém está. Não sei! Não sei se seria capaz de levar a gravidez até ao fim. Para o fazer, teria de ter a certeza absoluta que nunca lhe faltaria absolutamente nada, quer do ponto de vista financeiro, quer do ponto de vista dos afectos. Bem basta para a criança ser diferente e o estigma que isso representa na nossa sociedade, para depois ainda ter de lidar com uma mãe que não lhe consegue garantir todo o conforto e afecto. E não gostaria de ser uma daquelas mães que abdica de tudo por um filho, para depois estar constantemente a culpar a criança, ainda que internamente, e acabar a desprezá-la. Claro que um aborto seria igualmente doloroso. Quem é que quer abortar um bébé que foi desejado? Aqui sim, tenho muitas, muitas dúvidas mesmo. Não saberia o que fazer e peço a Deus que nunca me faça enfrentar provação semelhante, porque não sei se escolheria o caminho certo, ou pelo menos aquele que eu considero certo do ponto de vista da moral, mas que não sei se teria a coragem de escolher.  Por isso, não, não condeno, não critico uma mãe nesta situação que opte pelo aborto. Deus sabe o quanto ela sofrerá.

Por fim, relativamente ás "desculpas"... li algures num comentário que os argumentos que as mães utilizam numa situação destas são muitas vezes falaciosos e que visam apenas o bem estar dos pais. Concordo, até certo ponto. Porque há situações em que o bem estar da criança depende do bem estar dos pais. Se se der o cao de uma mãe ter sérios problemas psicológicos, e isto é apenas um exemplo, devido a uma situação destas, a criança pode perfeitamente ser ostracizada pelos pais, desprezada, ignorada e inclusivamente posta em perigo, como acontece muita vezes com as depressões pós parto...

Por favor, não sejam demasiado duros com as mães que optam por abortar em situações impossíveis que são de um sofrimento inquantificável... acreditem que a maioria delas já passa um mau bocado a tentar justificar-se a si mesma, a Deus e ainda se sente na obrigação de se justificar perante a sociedade... tudo enquanto se consomem de dor pela decisão que tomaram... pessoalmente, não acho que tenham de justificar nada a ninguém além de si mesmas e a Deus... e no caso Dele, tenho a certeza que é bastante mais misericordioso do que a sociedade ou as própria mulheres nestas situções o são consigo mesmas...

alu... adorei o seu comentário!

Não creio, no entanto, que estamos a ser duros com as mães que fazem um aborto, pois isso é, certamente uma decisão delas e, muitas vezes, uma decisão dolorosa que poderá tornar-se num trauma para o resto da vida. Aqui a questão que se discute é saber, sob o ponto de vista espiritual, a dimensão, o alcance e o impacto de tudo isto no Ser que pretende reencarnar e a mãe lhe veda essa oportunidade por mil e uma razões...

Obrigada pelo seu excelente comentário!
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

alu... o comentário mais completo até agora! Até me ajudou a pensar melhor! Obrigada!

alu
#55
Citação de: Faty Lee em 27 fevereiro, 2015, 11:46
alu... adorei o seu comentário!

Não creio, no entanto, que estamos a ser duros com as mães que fazem um aborto, pois isso é, certamente uma decisão delas e, muitas vezes, uma decisão dolorosa que poderá tornar-se num trauma para o resto da vida. Aqui a questão que se discute é saber, sob o ponto de vista espiritual, a dimensão, o alcance e o impacto de tudo isto no Ser que pretende reencarnar e a mãe lhe veda essa oportunidade por mil e uma razões...

Obrigada pelo seu excelente comentário!


Obrigada :) Sim... não acho que estejamos todos nós a ser duros... quis apenas evidenciar a dor que está muitas vezes por trás de uma decisão quase impossível... e os julgamentos a que muitas vezes estas mulheres estão sujeitas...

Quanto á reencarnação... é minha convicção que não sendo possível a este ser reencarnar desta vez, irá fazê-lo mais tarde, noutra oportunidade... recuso-me a aceitar que essa oportunidade lhe seja eternamente negada... e sendo esta uma área que não domino... mesmo sendo meu desejo profundo acreditar que reencarnamos, que limpamos todos os nossos erros e nos aperfeiçoamos... bem, será que esta "oportunidade negada" de reencarnar, tem mais que ver com o ser que pretende reencarnar do que com quem lhe nega essa oportunidade?  não sei... posso estar a dizer um tremendo disparate... este assunto é-me muito pouco familiar...

Citação de: cepticooucrente em 27 fevereiro, 2015, 11:58
alu... o comentário mais completo até agora! Até me ajudou a pensar melhor! Obrigada!

Obrigada :) Bem... é uma questão muito complexa... envolve muitos sentimentos além de ainda termos de lidar com a lógica, com os nossos valores, com os julgamentos e com as questões religiosas e crenças que uma situação destas levanta... e as contradições, as suposições... faz-nos pensar e colocarmo-nos a nós mesmos em questão...

O Aborto Involuntario é outra historia, a mae nao tem qualquer culpa ou consequencias disso mas sim o Espirito que desiste. Eu nao estou a julgar quem faz isso, se nao tinha que julgar a minha propria mae. Acredito que muitas pessoas fazem o aborto porque teem falta de informaçao das consequencias em vez de pensar  3 vezes pensavam 10
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.

Este assunto é muito delicado... E acredito que para essa mãe deve estar a ser um "dilema" muito difícil de resolver.
Posso falar de um caso bem próximo ao meu seio familiar. A melhor amiga da minha mãe, tem uma menina de 9 anos Autista.
É complicado? Sim é muito, mas o amor supera e superará tudo.

A pessoa em questão graças a Deus tem alguma possibilidade financeira e por isso mesmo consegue colocar a filha em algumas terapias que são essências para o seu desenvolvimento.
Mas e se não tivesse? Iria acontecer o mesmo que acontece a "n" pais que não têm posses e condições para os filhos frequentarem as tais terapias educacionais, psicossociais e linguísticas...
Ter filhos por si só já é imenso trabalhoso, mas filhos com necessidades especiais mais ainda e vejo por ela o que sofre quando mais uma vez a sua filha é excluída daquele lanche, daquela festa de anos...
Mas no fundo a felicidade que ela sente por cada conquista, por mais que seja, não tem preço!

E quando lhe colocam a questão "Mesmo sabendo de tudo, terias feito um aborto?" ela responde sempre com um sorriso e comovida "Não teria feito nada diferente do que fiz, tenho comigo a pessoa que mais amo no mundo, e sei que ao batalharmos juntas conseguiremos tudo o que quisermos!"



Citação de: Su92 em 27 fevereiro, 2015, 12:32
Este assunto é muito delicado... E acredito que para essa mãe deve estar a ser um "dilema" muito difícil de resolver.
Posso falar de um caso bem próximo ao meu seio familiar. A melhor amiga da minha mãe, tem uma menina de 9 anos Autista.
É complicado? Sim é muito, mas o amor supera e superará tudo.

A pessoa em questão graças a Deus tem alguma possibilidade financeira e por isso mesmo consegue colocar a filha em algumas terapias que são essências para o seu desenvolvimento.
Mas e se não tivesse? Iria acontecer o mesmo que acontece a "n" pais que não têm posses e condições para os filhos frequentarem as tais terapias educacionais, psicossociais e linguísticas...
Ter filhos por si só já é imenso trabalhoso, mas filhos com necessidades especiais mais ainda e vejo por ela o que sofre quando mais uma vez a sua filha é excluída daquele lanche, daquela festa de anos...
Mas no fundo a felicidade que ela sente por cada conquista, por mais que seja, não tem preço!

E quando lhe colocam a questão "Mesmo sabendo de tudo, terias feito um aborto?" ela responde sempre com um sorriso e comovida "Não teria feito nada diferente do que fiz, tenho comigo a pessoa que mais amo no mundo, e sei que ao batalharmos juntas conseguiremos tudo o que quisermos!"




Eu também tenho um familiar autista.
Conheço a situação "por dentro".
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem