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  • Passatempo "Seres Mágicos em Portugal"
    Iniciado por karoxa
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Os Elementais

Estava morto. Por muito que procurasse não lhe encontrava sinal de vida, mesmo assim mantinha-o ali, era uma memória inesquecível de algo que amara e perdera, como desculpa pensava que não sabia até que ponto estaria a ofender as forças da natureza se decidisse livrar-se dele, instintivamente humedeceu-lhe a terra e tocou suavemente no tronco seco do seu velho Bonsai. 
- Não deixa de ser bonito com os musgos em volta! - Pensou, enquanto se dirigia ao Atelier para mais um dia de trabalho.
Abriu a cortina libertando os raios de sol que à já algum tempo ansiavam para entrar, um deles pousou atrevido sobre um papel, chamando-lhe a atenção.
- O quadro da Cristina, tenho de o começar hoje, nem sei bem por onde!
Releu uma vez mais o papel onde tinha anotado o pedido da sua amiga:
- "Um quadro que traga a energia do amor, da prosperidade e da alegira ao lar", humm, podia ter pedido antes um retrato, uma paisagem alentejana ou... Sei lá, uma ervilha he! he! he! Mas parece que tem um problema de relacionamento familiar, ou algum familiar tem, vou ver como a posso ajudar!
Sentou-se em frente do cavalete, fechou os olhos e concentrou-se no seu amigo "anjo da inspiração", fazia sempre assim, chamava um anjo para cada situação, principalmente quando tinha de cozinhar, certo dia até se atreveu a chamar o "anjo mecânico" durante uma viagem, quando teve um furo e por mais incrível que pareça veio um cavalheiro e trocou o pneu num ápice, não havia o que duvidar, enquanto resultasse tencionava continuar a usar esse sistema... Pelos vistos era infalível pois em breve o pincel já deixava descobrir algumas cores sobre a tela...
- Sábado, as cores são preto e violeta, bem, o céu vai ser preto e o planeta regente, Saturno, vai-se evidenciar neste fundo...
Umas grandes pinceladas de roxo nasceram do fundo da tela para se transformarem lentamente em preto no topo.
- Não se vê o sol mas a luz irradiada é a violeta que permite vencer as nossas limitações e transforma as energias negativas em forças positivas, não me posso esquecer de colocar algum branco por detrás do anjo, em certas religiões o branco também é associado ao Sábado junto com o pensamento de este ser um dia  propício para conseguirmos paciência e concretização de projetos lentos, demorados e que estão estagnados já há muito tempo - Pensou - Felizmente hoje não é sábado porque este quadro de parado não tem nada, estou mesmo motivada...
Num frenesim de satisfação e manchas coloridas o quadro ia ficando definido, ao centro pintou o arcanjo Cassiel e por cima, mais pequeno, o anjo Agiel.
Envolveu o Arcanjo com os mesmos tons violeta, mas ligeiramente mais claros aproveitando assim para incluir o branco, simulando uma nuvem muito suave. Dessa forma também seria mais fácil para a sua amiga fazer a visualização do ritual.
- Estou a tentar abranger um pouco de tudo, num misto de ideias que vêm de várias religiões, por isso há algo que não pode faltar, vou desenhar um pentagrama neste lado, como estou a referir sábado irei virá-lo para Nordeste, não sei como, depois em casa dela pode estar noutra direcção, hum...
Ficou pensativa por instantes tentando resolver aquela nova questão.
Enquanto tentava descobrir uma solução procurou nos seus apontamentos algo que a pudesse ajudar:
- Blá, blá, blá, ora cá está:
("Preste-se atenção que o ângulo, qual acontece no nariz do Homem, da RAIZ para as duas narinas é um "A" perfeito. Vejamos o TETRAGRAMATON alegorizado dessa maneira:)



- Pronto, isto vai-me ajudar com o desenho, acerca da direção não sei que fazer ainda!
Cansada olhou para além das vidraças, a noite tinha caído sem que desse por isso.
- Oh meu Deus, nem almocei, amanhã vou deixar o despertador ligado para as horas das refeições, fico neste mundo e nem me lembro do outro.
Comeu qualquer coisa leve, tomou um duche e deitou-se.
Nessa noite dormiu repousadamente, mas o que aconteceu enquanto dormia seria sempre um mistério, se ficou apenas ali deitada inerte, ou se o seu espírito foi ao encontro dos grandes mestres para receber ajuda, isso nunca soube, a verdade é que de manhã acordou num salto.
- Já sei, é isso... Posso fazer uma colagem, se girar é perfeito porque dá para ir usando todas as forças, o Pentagrama vai ter um alfinete no meio para girar e dobro-lhe a ponta atrás, se reforçar a tela com cola branca posso furar ali e não vai estragar nada, perfeito, que grande ideia.
Passados breves momentos estava pronta para mais um dia, mas na porta de saída, fechou o portão e correu até à praia, um pouco de exercício matinal seria perfeito para colocar as ideias em ordem.
- Bom dia anjo do céu, pintaste isto mesmo lindo esta manhã, olha só que cores fantásticas, frescas e cintilantes, obrigadaaaaaaaaaa...
E desceu as dunas a correr levantando um monte de areia atrás de si, o vento contrariava-a fazendo com que os seus longos cabelo se atravessassem à frente do rosto, imaginou o génio do ar, Paralda, enviando rajadas de vento para a despentear e visualizou o cabelo cheio de silfos adornando-o como se de uma coroa de flores se tratasse.
Rindo divertida deu ainda mais energia à corrida, pouco depois deu por si  junto ao rebentar das ondas, tinha pensado nos elementais do ar e agora lembrara-se de NICKSA, o gênio da água, ao fundo os surfistas pareciam-lhe sereias e imaginou as ondinas em cima de pranchas a cortarem as ondas.
- E se eu visse algum destes seres mágicos e maravilhosos, podia encontrar uma fada...
Um barulho no céu fez com que levantasse o olhar, uns pontos pequeninos chamaram-lhe a atenção:
- O que é aquilo no céu? Não posso acreditar, que delicadas, são fadas, montes de fadinhas.
As gaivotas foram-se aproximando desmentindo aquela visão, mas ela nem reparou porque entretanto havia chegado às rochas, cansada e ofegante deixou-se cair sobre uma pedra muito plana e fechou os olhos, um misto de cheiro a maresia com o perfume primaveril das flores fundindo-se com os da mata ali ao lado fizeram-na relaxar, deixou-se ficar assim sem pensar em nada, até que de repente lhe pareceu ouvir um risinho, mesmo ali, mesmo atrás de si.
- Quem está aí? - perguntou a medo.
Pareceu-lhe ver uma coisa que se mexia, podia jurar ter visto um chapéuzinho verde escondendo-se por entre as plantas.
- Um Gnomo? - Pensou
- Anda cá por favor, deixa-me ver-te, eu sei quem és! - dizia sofregamente enquanto se levantava para não o deixar desaparecer.
Do lado oposto um estalido, alguém pisara um galho, virou-se e viu um duende, a sua cara era estranha e o seu sorriso uma autentica careta, ele acenou-lhe e desapareceu.
- Espera, por favor, fala comigo! - Dizia em voz alta enquanto corria por entre as pedra tropeçando sem sequer olhar para o chão.
Parou junto a uma pequena rocha olhando em volta... De repente por detrás dela apareceu o duende, agora com um ar muito sério:
-"Deva" não te quer aqui, vai embora! - disse o pequeno ser esverdiado num tom seco e grave.
Veio-lhe à memória quem era "Deva".
- "Deva é um "Ser Brilhante", encarregado da dinamização de grandes áreas como: mares, florestas, cadeias de montanhas, grandes árvores, tendo a seu encargo a instrução de seres menores no trabalho da natureza."
Estava confusa, levou a mão à cabeça atordoada e de novo ouviu o risinho, agora bastante perto de si, abriu os olhos, estava em cima da pedra plana, ali perto viu um garotinho a brincar alegremente com o seu cãozito.
- Ora bolas, acho que passei pelas brasas, devia estar já a trabalhar! - E dizendo isto sentiu algo mexendo-se mesmo ali à sua frente.
- Ai credo, que susto!
- Uma salamandra passeava por entre as pedras passando-lhe mesmo junto aos pés, nem a associou aos elementais que trabalham com o fogo, tratou foi de sair dali rapidamente e enquanto se afastava pensou:
- Pronto, apareceu uma salamandra, quer dizer que quando vejo uma criatura bem real fujo, ha! ha! ha! se visse um Duende a sério acho que morria de medo, será que são como aquele com que eu sonhei?
De volta ao atelier reviu os dados que tinha acerca dos dias da semana, dos seus elementos, energias e viu que, para além de outras coisas, ainda faltava o metal.
- Não vou usar chumbo, vou apenas simbolizá-lo com umas pinceladas de metalizado.
Tentava lembrar-se de todos os elementos associados ao Sábado, dia dedicado às transformações de energia:
- O Elemento é Terra/água, hummm... Posso incluir um Gnomo ou um Duende a espreitar por detrás do arcanjo, vou pintar aquele com que sonhei na praia... Uma sereia na junção do violeta com o azul, mas sem a prancha - Riu divertida - E aqui tenho de conseguir um degradé muito suave...
Parou por momentos, não sabia como expressar os perfumes referentes a sábado, olhou para a caixinha onde guardava os materiais que recolhia durante os seus passeios pela natureza e outros que lhe podiam ser úteis, então usando cola branca, adicionou alguns momentos que destacou em relevo,  agulhas de pinheiro, incenso e pó de enxofre.
Achou que tinha ficado bastante interessante e decidiu acrescentar mais um elemento também em relevo,
- O louro, para mandar embora os maus presságios!
Colou algumas folhas pequeninas e recuou um pouco para observar o que já tinha feito - Falta aqui qualquer coisa, já sei, um café - Sorriu satisfeita por não ter encontrado dificuldades naquilo que queria exprimir e enquanto se dirigia à cozinha agradeceu num tom animado:
- És muito eficiente anjinho, além de lindo este quadro vai ajudar a minha amiga, existem conflitos familiares que ela não consegue resolver, muito obrigada pela ajuda, se quiseres um café anda comigo!
Depois da revigorante bebida apeteceu-lhe um cigarro, ficou feliz por já ter deixado de fumar, puxou então do seu vaporizador eletrónico e expeliu algumas nuvens de vapor, estava satisfeita e pronta para continuar, de volta aos pincéis foi matizando cores, retocando sombras e definindo traços, durante o resto da semana foi aperfeiçoando a sua obra até decidir que estava pronta.
Esperou que secasse para mandar um e-mail à sua amiga Cristina dizendo-lhe que já podia ir buscar a encomenda.

Na tarde do dia seguinte a campainha tocou, era a amiga, tinham-se conhecido on line e trocado umas mensagens, mas nunca tinham tido um grande contacto, falavam até pouco uma da outra.
Com receio que a amiga não soubesse como fazer para o ritual dar resultado, apressou-se dar-lhe umas noções sobre o funcionamento daquela energia:
- Espero que gostes do trabalho!
- Está fenomenal, o anjo é lindo! - Assentiu Cristina maravilhada.
- Sim é o Arcanjo Cassiel, este quadro tem as características do Sábado, para cada dia da semana há energias específicas, escolhi este porque me pareceu que te pode ajudar bastante, eu explico-te como deves usá-lo...
- Nunca vi um quadro com instruções - Interrompeu Cristina animada - É muito original, vou tomar nota se não te importares, senão depois esqueço-me e ainda faço tudo ao contrário!
- Tens aqui papel e lápis, podes anotar!
E apressou-se a explicar:
- Em primeiro lugar, deves usar o quadro aos sábados, por volta das 3 da tarde, assim usas a força de transmutação do mestre Saint-Germain.
A amiga foi rabiscando os ensinamentos no papel.
- Depois queima um incenso de arruda para afastar as energias negativas e acende uma vela violeta, imagina-te dentro de uma nuvem dessa cor, vê-a a expandir-se envolvendo a tua casa, o teu país até que todo o planeta esteja envolto nessa nuvem, mudando todos os carmas negativos, transformando a pobreza em prosperidade, o ódio e o sofrimento em amor e alegria.
A tarde primaveril dava um ar muito descontraído ao ambiente e assim a explicação continuou:
- De seguida pede a Deus, ou em quem acreditas, que te ajude a solucionar os teus problemas pessoais, inspira profundamente 3 vezes e agradece às forças celestiais pela ajuda que te prestaram a ti, a quem amas e a toda a humanidade.
Cristina olhava para o quadro como se olha para uma preciosidade.
- Muito bem, se for para outra pessoa resolver um problema familiar também funciona?
- Sim e para dar mais força, ou usar nos outros dias, usa este saquinho, ele contém as sete ervas (comigo-ninguém-pode, o alecrim, a guiné, a arruda, a cinerária-marítima, a pimenta, e a espada-de-são-jorge) deve ser colocado atrás da porta de entrada da casa.
- Para que serve? - perguntou Cristina cheirando o saquinho que a amiga acabara de lhe entregar.
- É uma tradição popular, dizem que a combinação destas ervas afasta as más energias.
- Aqui neste cantinho tens um pentagrama, é um símbolo importante, muito antigo e poderoso, deves girar o "A" para os pontos cardeais, cada um tem uma energia diferente, quando for sábado deves mantê-lo virado para Nordeste, nos outros dias tem outras energias, mas podes gira-lo para a energia que precisas: O Norte protege-nos dissolvendo a negatividade, o Este quebra os trabalhos de magia, o Sul aumenta a nossa força e o Oeste faz uma limpeza energética
- Como faço para ter essa energia?
- Giras o pentagrama para o ponto cardeal que queres e depois faz aquilo que achares mais apropriado, reza, agradece, ou podes apenas conversar, mas não te esqueças de agradecer, mesmo que não consigas ver os resultados, porque eles existem, o Universo vai-te fazer saber na altura certa, se tiveres de saber, claro!
- Que maravilha, obrigada, sinceramente, não estava à espera de algo tão precioso, acho que só o facto de olhar para o quadro já me faz sentir cheia de força.
Disse Cristina olhando a pintura ao mesmo tempo que ia ficando cheia de vontade que o próximo sábado chegasse depressa.
- Eu acredito que sim, mas tudo depende da tua Fé, quanto mais acreditares, mais força tem a tua energia para conseguires o que desejas, mas também só funciona se te for permitido, se tiveres de passar por alguma privação ou obstáculo não deves fugir deles, seja como for experimenta, estás a pedir para ti, para os teus e para a humanidade e essa ajuda é preciosa.
Cristina estava um pouco insegura e perguntou:
- O que acontece se eu me enganar?
- Eu acho que não acontece nada de mal e se calhar consegues o mesmo, sabes, estas coisas servem para puxar do nosso interior o melhor que há em nós, por vezes pensamos não ter força e desistimos, muitas vezes nem sequer tentamos, mas dentro de nós há forças invisíveis que, quando acreditamos nelas, funcionam sempre, infelizmente não só para o bem mas também para o mal.
- Pois, o mau olhado deve acontecer nessas alturas.
- Para isso nem precisamos de rituais, basta invejar ou desejar o mal dos outros, é uma energia também, quando se usa a magia negra produz mais efeito, da mesma forma que, quando usamos magia branca, ficamos com mais energia, podes considerar isto como uma magia branca.
- Tu és uma bruxa?
- Ha! Ha! Ha! Depende daquilo a que chamas bruxa, mas não, sou apenas uma artista dedicada, acredita que a imagem delas foi denegrida pelo Cristianismo, as bruxas antigamente eram vistas como algo bastante positivo porque ajudavam, mas como faziam sombra às novas religiões foram enxovalhadas e conotadas de tudo quanto é mau, pura ignorância, as resistentes foram perseguidas e queimadas, mas ainda andam por cá algumas, acho que se chamam Wiccas ou algo parecido.
- Sim, na pré história os feiticeiros e curandeiros eram os elementos mais importantes das tribos e no fundo eram bruxos!
- Exato, tudo vem daí, para que tenhamos mais Fé usamos rituais, simbologias, rezas, objetos, eles em si não têm força, ganham-na ao serem usados ou proferidos pelas pessoas com determinada intenção!
Cristina ficou pensativa por momentos - Queres dizer que o quadro em si só não tem força?
- Tem sempre alguma, para já tem a energia positiva que lhe transmiti enquanto o fazia, fui sempre pensando nos seres celestiais, nos elementais e agradecendo a ajuda que te vão dar, o que quero dizer é que mesmo sem o quadro, eles ajudam-te sempre que pedires, desde que mereças.
- Se não merecer não me ajudam?
- Bem, eles ajudam sempre, nesse caso ajudam-te a ter força para passar pelos obstáculos que te foram dados, para que um dia então te possam realizar esses desejos de agora.
- Sabes muitas coisas, eu não percebo nada disso...
- Eu também aprendi, mas só sei as coisas que me fazem falta, vais ao Google e procuras o Fórum Portugal Paranormal, vais ver que lá aprendes imensas coisas, sobre rituais, mistérios, extra terrestres, seres mágicos, etc.
- Por acaso ontem estive com um livro na mão, quase comprei, era da Vanessa Fidalgo e acho que falava dessas coisas.
- Tem piada que ando a ver se consigo ganhar esse livro, mas autografado pela autora, é sobre seres mágicos, num concurso do fórum de que te falei.
- Então desejo-te boa sorte, olha pinta um quadro e pede ajuda... Ha! Ha! Ha!
- Que boa ideia, vou pensar nisso, obrigada e espero que gostes do teu.
- Sem duvida é magnifico, obrigada mesmo!
Despediu-se da amiga e voltou ao seu trabalho.
Quanto a Cristina, não conseguia tirar o quadro do pensamento, será que ia dar resultado? O seu marido precisava de ajuda, só assim teria paz. De regresso a casa conduzia com todo o cuidado, estava um trânsito infernal e tinha dificuldade em se concentrar.
Quando meteu a chave à porta viu que esta já estava destrancada:
- Querido já chegaste?
- Olá, sim, saí mais cedo que trazes aí?
É um quadro que mandei fazer a uma amiga minha, está lindo, mas só o poderás ver depois de eu o aprender a usar.
- Usar? pensei que um quadro servisse para ver...
Cristina explicou por alto o que era mas o marido não prestou muita atenção, embirrava com tudo o que estivesse relacionado com religião, mesmo que o não fosse, anjos, Deus, rezas e coisas no género, eram algo que abominava.
- Vou esperar então para ver essa maravilha - E retirou-se com um sorriso nos lábios, gostava muito de pintura, fosse ela o que fosse.
Mais tarde, enquanto a artista arranjava algum tempo para adiantar o seu conto, Cristina estava preparada para usar o quadro, era Sábado e tinha tudo a postos.
Em poucos instantes viu-se imersa numa nuvem violeta e pediu com todo o fervor que os assuntos mal tratados que tanto atormentavam o seu esposo fossem resolvidos, ele vivia numa tristeza imensa por algo que tinha feito no passado, ela não sabia ao certo do que se tratava e ele não queria falar sobre isso, assim, a única forma que encontrou de o ajudar foi pedir ajuda às entidades celestes.
O cheiro a incenso e velas chegou à sala ao mesmo tempo que Cristina, ele pousou o livro e olhou-a com ternura, no entanto, ela conseguia vislumbrar a habitual tristeza por detrás daquele sorriso.
- Já usaste a obra de arte?
- Sim, espero que faça efeito, que eu seja merecedora e tudo se resolva.
- Que andas a inventar, não estás metida em bruxedos pois não?
- Depende do que entendes por bruxedos, queres ver o quadro?
- Sim, claro, estava a aguardar o convite.
Dirigiram-se ao fundo do corredor onde havia um guarda vento, era um local sossegado onde Cristina colocara uma fonte e por cima desta pendurara o quadro.
- Aqui está, o que achas?
Ele olhou pausadamente para cada pormenor, apreciou o equilíbrio das cores e no fim respondeu com um sorriso trocista:
- O quadro é lindo, está perfeito, o motivo não me cativa, mas sem dúvida é um obra de arte, pese embora não ter qualquer valor...
- Como? Não dás valor ao meu quadro? Que injustiça, não estás bem com certeza...
- Calma, não é isso, repara que não está assinado!
- Olha pois não, será que ela se esqueceu ou não costuma assinar?
- Todos os artistas assinam as suas obras, deve-se ter esquecido, porque não lhe perguntas?
E retirou-se piscando-lhe o olho.
O telefone tocou e ela estava por ali, atendeu de imediato:
- Estou sim?
- Olá, é a Cristina, desculpa incomodar, estava aqui a mostrar o quadro ao meu marido e ele reparou que não tem assinatura.
Depois de um breve silêncio ela respondeu.
- Peço-te imensa desculpa, esqueci-me, isto nunca me tinha acontecido, estou desolada, diz-me onde moras, passarei ainda hoje por aí e assino o quadro.
- Ora essa, desolada porquê? Não precisas vir aqui, amanhã tenho de ir para esses lados e dou aí um saltinho, que me dizes?
- Se não for incómodo para ti agradeço e mais uma vez aceita as minhas desculpas.
- Não sejas tonta, está tudo bem, até amanhã então.
- Até amanhã Cristina e desculpa.
Não fazia ideia do porquê de tal esquecimento, assinava sempre os quadros, como tudo o mais que fazia, era como que um ponto final, quando acabava assinava.
No dia seguinte levantou-se cedo, depois do almoço ouviu a campainha, levantou-se e foi abrir a porta...
- Tu aqui?
- E tu aqui?
Era o seu irmão, não se viam à muitos anos, na verdade nunca mais tinham ouvido falar um no outro, uma briga acabara num grande mal entendido e a família dispersou-se indo cada um para o seu lado.
O olhar ficou turvo e ela lançou-se num abraço ao qual ele imediatamente correspondeu, choraram por breves instantes, mas quando se olharam de novo um sorriso franco e saudoso dera lugar às lágrimas, Cristina estava atónita e sem palavras.
- Desculpa amiga, nunca mais pensei vê-lo e agora está aqui, é ele o teu marido?
- É ele mesmo!
- Sou sim mana, aquele que deu pela tua falta a pela de uma assinatura também.
Riram todos e sentaram-se na sala, qual deles o mais surpreso. Falaram pouco do passado, se algum dia houve mágoa devem-na ter esquecido durante o abraço, conversaram durante muito tempo até que Cristina interrompeu:
- Não te vais esquecer de assinar de novo o quadro pois não?
- Claro que não, venham comigo.
Ao passarem no corredor ele viu o velho Bonsai e exclamou:
- Olha o Bonsai que te ofereci, mas porque é que só tem uma folha?
- Tem uma folha? Como é possível, estava morto à uns dias...
Olhou a pequena folha que vinha a nascer de um dos ramos e olhou para a amiga:
- Obrigada Cristina, vejo que usaste o quadro da melhor forma, nada é por acaso e penso que de alguma forma também os Duendes me presentearam por nunca ter desistido de regar o Bonsai!
E dito isto assinou o quadro:

Luisa Fonseca
O equilíbrio consegue-se entre o que é espírito e o que não o é.

Citação de: Arghallad em 16 maio, 2014, 20:06
Este herói muito provavelmente vou integrá-lo no meu livro, tal como já tinha confidenciado á dukita.

Edit: Mas agora que prestei maior atenção ao que escrevi é que reparei; concluí a história com um final magnífico para continuar noutro capítulo. O.o

Tenho mesmo de colocar dois post seguidos, só agora li o conto do Arghallad.

Não parei de ler e a parte que gostei mais foi a descrição da fuga aos lobos, quase me podia ver lá, sentindo-me a cair aterrorizada.

A parte que não gostei, (é uma crítica construtiva), foi ver os Elfos a matar os lobos, adoro lobos e acho-os criaturas místicas, ao longo da história estes seres foram perseguidos e assassinado, quando na verdade nada mais fizeram que responder aos seus instintos naturais, os nossos amigos mais fieis descendem dos lobos, para mim foi quase como ver Elfos a matar cães lindos e fiéis. A minha sugestão para a continuação do conto, isto se me for permitido e não te ofender, era os Elfos atirarem setas com sedativos para os reunirem e levarem para o seu mundo a fim se os alimentarem a troco de protecção, ou então a alcateia ser já deles e estar incumbida de perseguir os forasteiros, mas para os levar até eles e assim poderem ajudar.

Gostava muito de ler uma continuação, acho que tens o dom de nos prender e muita agilidade mental para procurar motivos de interesse, os meus sinceros parabéns!
O equilíbrio consegue-se entre o que é espírito e o que não o é.

#17
Citação de: Lilith Lua Negra em 18 maio, 2014, 14:49
Tenho mesmo de colocar dois post seguidos, só agora li o conto do Arghallad.

Não parei de ler e a parte que gostei mais foi a descrição da fuga aos lobos, quase me podia ver lá, sentindo-me a cair aterrorizada.

A parte que não gostei, (é uma crítica construtiva), foi ver os Elfos a matar os lobos, adoro lobos e acho-os criaturas místicas, ao longo da história estes seres foram perseguidos e assassinado, quando na verdade nada mais fizeram que responder aos seus instintos naturais, os nossos amigos mais fieis descendem dos lobos, para mim foi quase como ver Elfos a matar cães lindos e fiéis. A minha sugestão para a continuação do conto, isto se me for permitido e não te ofender, era os Elfos atirarem setas com sedativos para os reunirem e levarem para o seu mundo a fim se os alimentarem a troco de protecção, ou então a alcateia ser já deles e estar incumbida de perseguir os forasteiros, mas para os levar até eles e assim poderem ajudar.

Gostava muito de ler uma continuação, acho que tens o dom de nos prender e muita agilidade mental para procurar motivos de interesse, os meus sinceros parabéns!

Muito obrigado Lilith. Agradeço a tua opinião e a tua crítica. Sem te querer spoilar, digo-te apenas que vai haver uma reviravolta no tema dos lobos. Vais depois compreender porque é que eles foram mortos, e vou juntar uma parte que és capaz de gostar mais. Posso-te dizer no entanto, que estou agora a trabalhar numa continuação do conto. Vou escrever um livro, e como tal, quero agradecer a todos quantos elogiaram o meu conto ( a minha mulher, karoxa, duka, Hawxy, e tu). Vai levar tempo, porque só sou capaz de escrever algo que eu próprio gostasse de ler. Se algo não estiver a meu gosto, ou se verificar que falta algo, apago tudo e recomeço (que é o que vai acontecer agora a mais de metade do segundo capítulo). Se depois quiserem, poderei postar aqui ou noutro tópico um pequeno "teaser" do livro, e se gostarem e eu acabar por o publicar, poderão comprá-lo. Autógrafos, poderão não haver porque não tenho jeito para isso (haverá apenas um autógrafo em princípio).

Gostei muito do teu conto, se bem que houve algumas partes, acima de tudo em termos de discurso e passagem de um tema para o outro, que achei um pouco confusos. Por favor vê isto como uma critica construtiva. Tens bastante jeito para isto, e aconselhar-te-ia a continuares.

Beijo e parabéns.

Tiago Geraldes
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Obrigada pela crítica Tiago, na verdade não tenciono escrever nenhum livro, descrevi mais ou menos o meu dia e aproveitei para postar as características do ritual de apaziguamento e protecção porque me pedem bastante, assim ficam com uma ideia do que pode ser usado no ritual, as cores, as essências, metais, perfumes, anjos e arcanjos a invocar, planeta, hora, elementais etc. Era para colocar o quadro já pronto, mas ainda não concluí esse projecto.

Não percas o entusiasmo, é obrigatório seguir a nossa alma, acredito que o segredo de um sucesso começa na nossa mente, se estivermos focados no que temos a fazer não há tempestade que nos derrube, mesmo que não seja pelo caminho que imaginámos acabará por chegar até nós por outra via qualquer e normalmente, bem melhor do que estávamos à espera, tenho bastante experiência nisso  ;)

Aguardo então para descobrir porque é que os seres da natureza matam lobos e concordam com o que o nosso herói fez na quinta! ;D

Seja como for, lamento informar-te que duvido que te safes da sessão de autógrafos, é indispensável, tens de pensar nos fãs, eles é que mandam!

Ahhhh, a propósito, o Bonsai ainda não tem folhas, mas não desisto de o regar todos os dias, está no meu altar e sempre que faço rituais ele está incluído, se um dia lhe nascer alguma folha aviso!
O equilíbrio consegue-se entre o que é espírito e o que não o é.

Citação de: Lilith Lua Negra em 19 maio, 2014, 11:41
Obrigada pela crítica Tiago, na verdade não tenciono escrever nenhum livro, descrevi mais ou menos o meu dia e aproveitei para postar as características do ritual de apaziguamento e protecção porque me pedem bastante, assim ficam com uma ideia do que pode ser usado no ritual, as cores, as essências, metais, perfumes, anjos e arcanjos a invocar, planeta, hora, elementais etc. Era para colocar o quadro já pronto, mas ainda não concluí esse projecto.

Não percas o entusiasmo, é obrigatório seguir a nossa alma, acredito que o segredo de um sucesso começa na nossa mente, se estivermos focados no que temos a fazer não há tempestade que nos derrube, mesmo que não seja pelo caminho que imaginámos acabará por chegar até nós por outra via qualquer e normalmente, bem melhor do que estávamos à espera, tenho bastante experiência nisso  ;)

Aguardo então para descobrir porque é que os seres da natureza matam lobos e concordam com o que o nosso herói fez na quinta! ;D

Seja como for, lamento informar-te que duvido que te safes da sessão de autógrafos, é indispensável, tens de pensar nos fãs, eles é que mandam!

Ahhhh, a propósito, o Bonsai ainda não tem folhas, mas não desisto de o regar todos os dias, está no meu altar e sempre que faço rituais ele está incluído, se um dia lhe nascer alguma folha aviso!

Ok já percebi que vou acabar com a mão dorída. Vê se de facto o salvas. São árvores lindas e adoro-as. A única vez que vi um morrer, chorei o dia inteiro. Boa sorte. Confio que o salvarás.
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

~Oh Meu Deus~! Difícil vai ser escolher... e ainda faltam tantos dias...

Gosto do espírito acima de tudo, pessoal  ;).. de entreajuda e incentivo.

Vanessa Fidalgo

#21
Citação de: duka_87 em 20 maio, 2014, 12:50
Pois eu agora apanhei lhe o gosto vai ter de colocar mais desafios.
Eheheh

Cá vamos roendo as unhas até Junho

Obrigado

Não te esqueças que estás contra mim. Tu foste a que mais me elogiou. E o da Lilith também está bom.

Citação de: jornal em 20 maio, 2014, 12:42
~Oh Meu Deus~! Difícil vai ser escolher... e ainda faltam tantos dias...

Gosto do espírito acima de tudo, pessoal  ;).. de entreajuda e incentivo.

Vanessa Fidalgo

E sim, queremos mais desafios. A competição ajuda-nos a divertirmo-nos, lutar-mos (de forma amigável), trabalhar-mos ainda mais as nossas mentes e fugir das nossas rotinas. A entreajuda acaba sempre a ser bem-vinda. Pode-se sempre acabar a fazer grandes e bons amigos com estes desafios. Até podemos trocar ideias e trabalhar-mos noutros projectos conjuntos... (digo eu)

Edit: Eu escrevi mesmo "juntos noutros projectos conjuntos"?????
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Não é preciso prémios para motivar quem só espera um empurrão!

Era uma ideia giríssima fazer um conto em conjunto, onde cada um tinha direito a X caracteres e continuava a história do anterior. Haviam de ver o que eu fazia com os lobos kkkkkkkkkk  ;D ;D ;D ;D ;D
O equilíbrio consegue-se entre o que é espírito e o que não o é.

Citação de: Lilith Lua Negra em 20 maio, 2014, 18:20
Não é preciso prémios para motivar quem só espera um empurrão!

Era uma ideia giríssima fazer um conto em conjunto, onde cada um tinha direito a X caracteres e continuava a história do anterior. Haviam de ver o que eu fazia com os lobos kkkkkkkkkk  ;D ;D ;D ;D ;D

Tenho estado há uns meses a fazer um jogo com a minha mulher em que cada um escreve um pouco e passa ao outro, para continuar. Quando o outro pára, o conto volta ao primeiro para continuar. Depois, lê-se o resultado. E até costuma acabar por dar algo giro.
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

#24
 
Citação de: duka_87 em 21 maio, 2014, 19:56
E se criássemos um tópico e fossemos escrevendo a histórias?!

Tínhamos era de pensar nas regras... Tema e etc..

Karoxa podemos?!

Arghadall eu não disse que estava contra ti, só defendo o meu peixe... ;)

Arghadall???? Quantas vezes é que o meu nome é mal escrevinhado? :P Eu sei fofinha, mas isso também eu estou a fazer. Todos os participantes querem ganhar. (julgo eu). :):D ;D
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Quando sou boa, sou boa, mas quando sou má, sou melhor ainda.

#26
Num apartamento luxuoso de Sintra, Thalia acordou com o seu proprio grito. Suor a escorrer-lhe pelo pescoço a baixo. Dominic...ou era João? Quem quer que fosse que estava a dormir ao seu lado acordou com o seu grito.
- Que se passa? - exclamou ele ligando a luz e olhando freneticamente em volta do quarto.
Thalia sentiu a cabeça a latejar. Tequila...má ideia..., pensou ela.
No entanto isso pouco importava. Ela levantou-se a correr apanhando as suas roupas do chão e ignorou as questões do... Tiago! Era isso. Tiago.
Sem parar para pensar muito na noite passada depois do 5º shot de tequila, ela vestiu-se.
- Raio das calças... - sussurrou ela quando finalmente conseguiu enfiar a perna no sitio certo.
Tiago encolheu os ombros e voltou a deitar-se. Thalia agradeceu a dor de cabeça neste momento; tudo o que não precisava era das emoções daquele estranho - com quem aparentemente, na noite passada, partira um espelho pendurado na parede - a invadi-la.

Finalmente no seu carro - teve de usar as chaves varias vezes ate atinar de onde vinha o bip bip das portas a abrir - ela respirou fundo e deixou as lagrimas cair-lhe pelo rosto.
Magdalena tinha voltado a visita-la em sonhos. E isso era o pior pesadelo que alguem podia ter. Uma banshee a visita-la em sonhos...outra vez.
Thalia ligou o carro e mandou um salto quando ao olhar pelo espelho retrovisor viu os olhos escuros e manchados de Magdalena. Ela nem se virou. Sabia que não conseguiria ve-la a não ser pelo espelho.
- Lamento, Thalia. - disse a fada com uma voz lamentosa. - Tu sabes que não tenho escolha...
E Thalia sabia... e tambem agradeceu por não conseguir sentir as emoções de outro ser magico.
A nossa heroina amaldiçoada fechou os olhos e tremeu quando a banshee começou a gritar. Era um urro de dor como se ela sofresse pelo destino de Thalia; trazia consigo o som das mães que perdem os filhos, dos filhos que perdem as mães e de tudo pelo meio disso.

Deixando-se escorregar ate ao chão, Thalia começou a soluçar encostada a porta de entrada do seu pequeno apartamento. A ultima vez que isto acontecera Thalia ficou sozinha no mundo.
Magdalena apareceu pela primeira vez na vida de Thalia a 20 anos. Nesse ano, apos fazer 6 ela perdera o pai. Lentamente ao longos dos anos a banshee tinha aparecido e desaparecido levando consigo alguem importante. Primeiro o pai, depois os avos, a mãe, a tia e por fim, a 2 anos atras o irmão mais velho.
Banshee... uma fada amaldiçoada que por ter feito algum tipo de mal foi incumbida de trazer mensagens de morte aos humanos sentindo a sua dor. Dai o grito que mesmo sem a sua presença traz pesadelos a Thalia.
- Não posso culpa-la... ela tambem sofre... - murmura Thalia para si propria, sem forças para se levantar. - Quem vai ela levar agora? Mal tenho amigos... nem os trolls debaixo das pontes me falam já... a comunidade de elfos muito menos...
Erguendo o olhar ela viu Magdalena outra vez, em pé no meio da sua sala, vestindo trapos pretos que davam as suas asas rasgadas ainda pior aspeto. Thalia suspirou e perguntou rapidamente antes do grito começar:
- Quem vai ser...por favor diz-me! Eu quase não falo com ninguem... já estou sozinha...
A cicatriz das suas orelhas ardeu quase tanto como os seus olhos.
Magdalena começou a chorar observando a jovem elfo cujas orelhas tinham sido cortadas pelos amigos dos seus pais quando decidiram que ela dava azar e a baniram. A banshee sentia a dor dela... mas nao podia fazer nada. Era o seu dever.
- Tu... - começou ela a choramingar, a dor no seu peito aumentando. - É a tua vez de ir...
E o grito que lhe saiu da garganta aumentou ainda mais a sua propria dor; a banshee teve de se ajoelhar e abraçou-se a si propria.
No entanto Thalia estava preplexa demais para prestar atenção. Dentro de si o alivio tomou conta.

O amanhecer veio suavemente com os passaros a cantar e a luz do sol a iluminar o cemiterio.
Tiago estava de pé em frente a campa de Thalia. O minimo que podia fazer por Thalia ter sofrido as consequencias dos seus atos. O seu braço partido estava tao dorido que mal podia mexer-se mas pior era a dor no seu coração. Fora culpado pela morte de uma pessoa... tudo por causa dos seus negocios... nem acreditava que os capangas do Costa o tinham seguido quando levou Thalia consigo para o apartamento. Nem acreditava que a tinham seguido de volta para o seu por pensarem que era sua namorada.
O que ele nao sabia é que para Thalia não havia nada mais maravilhoso. Tantos anos sozinha a ver as pessoas que amava morrer e finalmente estava livre dessa maldição. Com a familia que tanta falta lhe tinha feito ao crescer; num sitio cheio de luz e amor, com arvores que dão chocolate saboroso e anjos que cantam musicas melodiosas. Ate as suas orelhas estavam bicudas como antes.
Ele suspirou pesadamente. Nem conseguia preocupar-se consigo mesmo de tao culpado que se sentia. So restava rezar que a policia encontrasse os culpados; tanto para ser feita justiça pela divertida rapariga que conhecera umas noites atras como tambem para sua propria segurança.
Ao afastar-se do cemiterio Tiago sentiu um arrepio gelado mas nem assim reparou na banshee chorosa que o observava escondida atras de umas arvores e que sofria pelo destino dele, que estava proximo.

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Notas: Banshees são fadas ou espiritos da mitologia irlandesa; acredita-se que ver uma dá azar/é mau pressagio e que sao mensageiras do submundo.
http://esotericbjarkan.blogspot.pt/
"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

Adorei. Simplesmente, adorei.

Correção. Ver uma Banshee, é um mau presságio. Mas é o grito da banshee que é uma premonição de morte.
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Sim obrigada Arghallad :3 vou admitir que a história surgiu por causa de um pesadelo que tive com o que suspeito ter sido uma xP

E ainda bem que gostaste ^^
http://esotericbjarkan.blogspot.pt/
"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

Tenho algumas ideias em mente para um conto.... Acho que vou falar da Barragem da Serra de Aire e Candeeiros ou então da Barragem de Castelo de Bode... Ainda não me decidi. ;) :) ;)