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  • Passatempo "Seres Mágicos em Portugal"
    Iniciado por karoxa
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Queres Ganhar um exemplar do Livro "Seres Mágicos em Portugal" de Vanessa Fidalgo? Então participa já!



Dados e informação necessária para este passatempo:

Tema: Seres Mágicos
Data limite para entrega: 31 de Maio

Regras:
- Texto até um máximo 20.000 caracteres (espaços não são contabilizados)
- Texto em Português Europeu e sem erros ortográficos.
- Texto original; não são permitidas cópias de textos existentes.
- Apenas um conto por utilizador.

Importante:
- O número de caracteres especificado é apenas o número máximo (20.000)!
- Por favor não coloquem questões acerca do modo como deverão elaborar o conto, por exemplo se pode ser desta ou daquela forma - não - o tema é liberal que baste para que sejam vocês mesmos a decidirem como o elaborar.

O conto deverá colocado no tópico do passatempo até à data limite estipulada para a entrega dos textos.

Textos enviados que não sigam estes parâmetros descritos no assunto, serão imediatamente desclassificados.

Os espaços não são contabilizados para o limite de caracteres.

Os textos serão depois avaliados e será atribuído o prémio ao conto vencedor, este prémio consiste num exemplar autografado do livro "Seres Mágicos em Portugal" de Vanessa Fidalgo.

Será a própria Vanessa Fidalgo a avaliar os contos, após o apuramento do vencedor o resultado será tornado público a 8 de Junho de 2014 no tópico do passatempo.

Qualquer dúvida que surja deverá ser colocada neste tópico.

Ficamos assim a aguardar os vosso textos. Boa sorte a todos!


Quando sou boa, sou boa, mas quando sou má, sou melhor ainda.

Bolas depois deste primeiro conto, nem sei se tento... (já me sinto desanimar mesmo com a minha imaginação...) mas por outro lado *sorriso de desafio*, este é o meu território... Adorei o teu conto duka. Simplesmente adorei. Estou no trabalho...por isso, já cá volto!
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Citação de: duka_87 em 15 maio, 2014, 16:00
Fico a espera do teu  >:D

Muito obrigado, eu adoro escrever mas foi a primeira vez que publiquei algo do género  ;D

Deixa-me avançar aqui com o meu trabalho, e já te escrevo o meu...ás vezes só de pensar que durante uma depressão destruí os meus três livros já acabados... um deles tinha mais de 700 páginas...
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

#3
Citação de: duka_87 em 15 maio, 2014, 16:15
O meu conto saiu de lembranças de uma depressão por isso ...lol

Foste radical... 700 páginas?!!! Nossaaaaa que inspiração

Quando a minha mulher soube, quis-me arrancar a cabeça... Insipiração e imaginação sim, tenho muita...ou pelo menos na altura tinha...comecei a escrevê-lo com 13 anos se não me engano, e acabei-o dois anos e meio depois... Na altura já tinha os outros dois (mais pequenos) escritos... Depois tive uma depressão...e destruí tudo...já torci a orelha várias vezes, mas ela não sangra...
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

#4
Esperem mais um bocado...Acabei de apagar todo o meu trabalho...entusiasmei-me e fugiu-me ao controlo... Tocava no assunto pretendido, mas esticou ao ponto das mais de 25000 caracteres... Tenho de pensar num novo.

Quando me entusiasmo, dá nisto. Deixo a minha imaginação correr, e quando dou por ela, já está é a voar... e a minha imaginação é uma fénix magnífica e linda, mas por vezes, difícil de controlar...

duka, dá aí uma ajuda. Karoxa, dá-me também tu uma dica...
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Citação de: Arghallad em 15 maio, 2014, 16:35
Esperem mais um bocado...Acabei de apagar todo o meu trabalho...entusiasmei-me e fugiu-me ao controlo... Tocava no assunto pretendido, mas esticou ao ponto das mais de 25000 caracteres... Tenho de pensar num novo.

Quando me entusiasmo, dá nisto. Deixo a minha imaginação correr, e quando dou por ela, já está é a voar... e a minha imaginação é uma fénix magnífica e linda, mas por vezes, difícil de controlar...

duka, dá aí uma ajuda. Karoxa, dá-me também tu uma dica...

Fadas, bruxas, duendes, elfos, minotauro, sagitarios, unicornios, dragões, fenix.... ui uma infinidade.

Mas olha que uma roda de bruxas descoberta por um menino curioso, era do best!!  ;D ;D

Acredito que que o que quer que escrevas irá ficar fantástico.

Boa sorte!
Quando sou boa, sou boa, mas quando sou má, sou melhor ainda.

#6
A Cascata

  Era tarde e estava calor naquele dia de verão. Devido a toda a correria, Borom havia-se embrenhado demasiado na floresta e agora peguntava-se o que apanharia pela frente. Era mais que sabido que a Floresta de Birganak era conhecida como a floresta negra devido ás criaturas que por ali deambulavam desde simples animais como veados, aos mais perigosos como os lobos. Mas não eram os lobos que o preocupavam. Havia pior que os lobos ali. Bem pior. Só de pensar já sentia calafrios. Mas obrigou-se a dizer a palavra em voz alta. Lobisomens... Que raio de sítio este onde se viera enfiar. Tinha mesmo de ser na floresta. Pensou seriamente nas suas hipoteses. Não eram boas. De um lado, os guerreiros do rei que queriam a sua cabeça por roubo. Do outro, a sorte de uma passagem descansada por aquele sitio esquecido pelos deuses, ou o azar de encontrar um lobo ou pior. Mas com lobos ele podia.
  Decidiu então embrenhar-se ainda mais profundamente na floresta. Que os sete estivessem com ele. Os guardas temiam a floresta e como tal não o seguiriam depois de verem que ele havia enveredado por ali. Muito provavelmente acabariam a dá-lo como morto e esquecê-lo-iam. Continuou o seu caminho através da floresta, por entre raízes que brotavam do solo, grossas como jovens troncos, e que ainda lhe provocariam uma valente queda. Tinha já andado vários metros quando se apercebeu que ao ter passado por entre tantas árvores e caminhos tortuosos, tinha perdido o norte, e não sabia mais como voltar para trás e chegar são e salvo a casa. Nisto, ouviu ao longe um lobo uivar. Olhou em volta mas não viu nada. Apercebeu-se também nessa altura que já estava a ficar escuro. Ao olhar para cima, para as copas das árvores, viu com alguma angústia que estas eram tão altas que tapavam completamente a luz do sol. Assim era-lhe impossível saber que horas eram e ter uma ideia de onde ficava o Oeste. Experimentou verificar de que lado estava o musgo nos troncos das árvores, mas rapidamente percebeu que também esse era um esforço inútil. O musgo estava a toda a volta do tronco da árvore, junto á base. Ao fundo ouviu mais um uivo e então achou melhor tentar encontrar um abrigo o mais rapidamente possível. Não tinha outra hipótese senão seguir em frente o melhor que lhe fosse possível. Chegou a uma clareira por onde ainda entravam os raios do sol, o que lhe permitia ver mais claramente onde se encontrava. Ali as árvores faziam um círculo perfeito e bem no meio desse círculo havia uma antiga mesa de pedra. Borom pensou tratar-se de um local secreto onde eram efectuadas reuniões ou algo do género. No entanto apercebeu-se da existência de um altar em pedra, com gravações numa língua para si desconhecida, a Norte da mesa. Ao longe podia ouvir o barulho originado por uma queda de água, que se fazia ouvir vindo de trás do altar de pedra. Decidiu ir nessa direcção, quanto mais não fosse, porque estava a morrer de sede. Não demorou muito até encontrar o riacho de onde provinha tal barulho (agora quase ensurdecedor) de uma cascata. Era enorme. Deveria ter mais de trinta metros de altura e pelo menos cinco de largura. Por momentos, sentiu-se invadir por uma sensação de calma e serenidade profundas. Agachou-se junto á margem do riacho e aproveitou para saciar a sua sede. Foi então que teve uma forte chamada á realidade. Na verdade, ouvira mais do que vira. Um leve mas feroz rosnar. Lobos. Mesmo ao seu lado a não mais de quatro metros de distância. Lembrou-se rapidamente que na clareira atrás de si, vira um caminho estreito por entre as árvores que ia dar a uma pequena caverna. Era um tiro no escuro, mas talvez conseguisse correr mais rápido que os animais (que, depois de os ver bem, pareciam ter um ar mesmo muito faminto) e despistá-los no meio das árvores de modo a chegar em segurança á caverna, e talvez aí permanecer. Preparou-se, e muito devagar virou-se para a floresta. Aqui já havia mais luz, por isso ele podia ver mais claramente onde punha os pés. De repente, impulsionou-se para a frente numa correria desenfreada em direcção á pequena clareira, com os lobos imediatamente atrás de si, a rosnar. Borom não olhou uma unica vez para trás para ver se estava a ganhar ou a perder terreno. Chegou á clareira, e num forte impulso saltou por cima do altar, virou á esquerda ao lado da mesa redonda e meteu pelo meio das árvores em direcção á pequena caverna, na esperança de salvação. No entanto, da mesma forma que não olhou para trás uma única vez, também não olhou para o chão, de modo a poder ver onde estava a colocar os pés. Acabou por tropeçar numa raiz de árvore que sobressaía do chão, perdeu o equilíbrio rapidamente, e estatelou-se ao comprido. Ainda atordoado pela violenta queda, olhou para trás, a tempo de ver que os lobos se aproximavam rapidamente. Olhou em ambas as direcções, com a mente num turbilhão, a pensar numa forma de se salvar da situação, mas sem efeito. Não havia sequer um ramo forte, perto o suficiente, para que o pudesse usar com arma de defesa contra os animais famintos. Quando voltou a olhar em frente, viu um lobo saltar na sua direcção, de mandíbulas abertas, preste a terminar o seu sofrimento, e fechou os olhos com força, enquanto esperava sentir os cruéis dentes do animal enterrados no seu pescoço, na mesma altura em que ouviu um baque surdo no solo á sua frente, e sentiu o corpo caído do lobo junto ás suas pernas. Abriu os olhos e quase gritou de felicidade por ver o animal, caído á sua frente morto, trespassado por uma flecha. Foi então que viu vários guerreiros de armaduras verdes, amarelas e cinzentas, brilhantes, uns de arco e flecha em punho, outros com espadas e escudos e perdeu os sentidos.
   Quando acordou, já não se encontrava na floresta, mas ainda ouvia perfeitamente o som da cascata abafado pelas paredes do quarto onde se encontrava. Chamou, mas como não lhe pareceu que alguém o tivesse ouvido, decidiu levantar-se. Doía-lhe a cabeça no sitio onde provavelmente tinha batido com ela no chão, mas conseguia andar. Quando chegou á porta do quarto pôde ver que estava numa pequena casa. Saiu para o exterior e espantou-se com a sua própria falta de visão. Estava numa pequena casa de pedra branca lisa, com desenhos ricos em curvas, que se entrelaçavam num desenho magnifico, mesmo de frente para o sitio onde tinha estado a beber agua do riacho, do outro lado da margem. Perto da pequena casa estavam alguns dos guerreiros e encaminhou-se até lá.
   - Desculpem... - disse a medo - Boa tarde.
   - Ah, - disse um dos guerreiros - já estás acordado. Dormiste um bom tempo. Como estás?
   - Bem, acho eu. A pergunta para mim é mais onde estou?
   - Estás na Floresta de Birganak. Como é que é possível que tenhas chegado até aqui e não saibas onde estás?
E então Borom lembrou-se. Tinha sido perseguido pelos homens do Rei, fugido para a floresta, bebido água no riacho e quase morto por lobos.
   - Os lobos - gritou.
   - Calma humano. Os lobos já não te farão mal.
   "Humano? Quem são estes tipos?" pensou imediatamente Borom.
   - Parece-me que tens perguntas e desejas respostas. Vem comigo. O Rei espera-te. - disse o único guerreiro de armadura amarela no meio de tanta cinzenta. - Continuem a patrulha. Poderemos encontrar o resto da alcateia por aqui perto.
Borom, que empalidecera ao ouvir a palavra "Rei", seguiu o guerreiro, arrastando os pés, como um homem que caminhava para o seu destino.
   - Ouve jovem Homem. Não precisas de ficar nesse estado de preocupação. O nosso Rei é bondoso, e tu não fizeste nada de mal. Aliás, até nos ajudaste. Andávamos á procura daquela alcateia há duas semanas, sem sorte. Se não fosse o facto de teres sido seguido por eles, provavelmente agora ainda andávamos á procura da alcateia inteira. Ao mesmo tempo - e olhou de soslaio para Borom - Sem sequer um punhal para te defenderes, tiveste sorte que tenhamos chegado a tempo de os matar a todos sem que tu estivesses já morto.
   - Porque é que vocês continuam a tratar-me assim?
   - Assim como?
   - Por "humano" ou "jovem Homem"?
   - Ah... Já esperava essa pergunta. A resposta é simples, mas não sei se estarás preparado para a resposta.
   - E porquê?
   - Bem pareces-me ser um rapaz inteligente. Olha bem para mim. O que vês de diferente em mim?
   - Bem... você...parece-me ser muito mais leve que uma pessoa normal com o seu tamanho, quero dizer, alto e isso.
   - HAHAHAHAHAHAAAA... Boa resposta. Não contava mesmo nada com essa. Então, e a minha armadura? Alguma vez na tua vida toda viste um homem com uma igual? Ou a espada, - disse desembainhando a sua espada, o que assustou Borom - ou o escudo. Mesmo o meu arco e as minhas flechas. Alguma vez viste algo igual?
   - Agora que fala nisso...
   - Sim?
   - As vossas armas e armaduras são algo como nunca vi. Em comparação ás dos homens do Rei, as vossas são obras de arte. São lindas.
   - Exactamente, se bem que muitos homens têm armas e armaduras de facto, lindas.
Estavam a chegar á cascata, uma vez que caminhavam devagar para terem tempo de conversar. O guerreiro disse a Borom para que este o seguisse e entrou na cascata. Borom percebeu que devia haver uma gruta ou caverna por trás da cascata e seguiu o guerreiro, agora mais á vontade e sem receios. Então, uma vez lá dentro, Borom pôde ver que estava errado. Não era uma gruta ou uma caverna, era um caminho. Um caminho que percorria toda a montanha por dentro, em linha recta, até ao outro lado, onde se via uma abertura donde entrava a clara e quente luz do sol. O guerreiro prosseguiu a conversa.
   - O meu nome é Argonat, e sou um cidadão do Reino de Legowiss. Sou um Elfo. - E retirou o elmo, de forma a que Borom pudesse vê-lo na perfeição. Embora dentro da montanha, o caminho era bastante bem iluminado, de modo que Borom pôde ver na perfeição as suas orelhas pontiagudas, típicas de um ser élfico. Borom estava quase sem palavras.
   - Um... um elfo... mas... mas... vocês, quero dizer, os elfos... são um mito.
   - Não, - disse Argonat com um sorriso - somos bastante reais. Pura e simplesmente com o passar dos anos, os humanos esqueceram-nos. Então, como somos os últimos da nossa espécie, refugiá-mo-nos aqui, criámos vários feitiços que nos mantêm escondidos e em segurança e criámos o boato de que a floresta está invadida de criaturas horrendas, quando o mais perigoso que lá existe são os lobos e os ursos. Os barulhos que se ouvem, - continuou como que lendo a mente de Borom - somos nós que os fazemos de dia e de noite, durante as nossas patrulhas, de modo a assustarmos quem aqui passa perto, para que não entrem, e para dar a entender que a floresta é de facto maldita.
   - Mas então, e todos os homens e mulheres que aqui entraram anteriormente e nunca mais foram vistos?
   - Viveram aqui, entre nós, e aqui morreram. Muitos não tinham nada lá fora no vosso "mundo" que lhes interessasse, e foram convidados a permanecer aqui, sob a promessa de nunca mais saírem.
Chegaram ao final do caminho e então Argonat calou-se, para permitir a Borom memorizar toda aquela imagem. O Reino era praticamente tão grande quanto o Reino de Bragnak, mas muito mais bonito. Torres altíssimas erguiam-se em vários pontos do reino, ligadas entre si por pontes, com telhados circulares verdes e azuis, e por trás um enorme lago de água cristalina. O palácio ficava do lado direito da cidade, visto de quem olhava da entrada na montanha, construído na mesma pedra branca e com o mesmo estilo arquitectónico da restante cidade, com metade construído dentro da própria montanha. Toda aquela visão avassaladora era linda. Era fácil para Borom compreender o porquê de todas as pessoas que se haviam perdido na floresta terem escolhido passar ali o resto dos seus dias. O local todo transmitia paz, ao contrário dos Reinos dos Homens que se guerreavam a toda a hora. Argonat encaminhou-o pelo caminho mais curto até ao Palácio Real, onde o Rei dos Elfos o esperava. O elfo e o jovem foram conversando alegremente, e estavam em grande conversa e risada quando chegaram ao Salão Principal do Palácio. Imediatamente, e como que por magia, as grandes portas metálicas (que Borom acreditava ser prata ou ouro branco), abriram-se e de lá saiu o Rei na sua direcção. Borom rapidamente se ajoelhou, mas por pouco tempo.
   - Levanta-te rapaz. Não precisas de te ajoelhar perante mim. Sou o Rei, mas também sou um simples Elfo, e tu és meu convidado Borom. Argon, como estão as coisas lá fora?
   - Calmas, Majestade. Graças aqui ao Borom foi possível encontrar e matar sete lobos da grande alcateia que nos ameaça. Faltam agora os restantes nove, mas não tardará a que os encontremos. Se me permite retirar-me Senhor.
   - Claro Argon. Vai descansar. Bem precisas. Mas antes faz-me um favor e manda alguns guerreiros para o lugar dos que lá estão. Eu vou ter uma conversa com o Borom.
   - Senhor. - Disse Argonat com uma rápida vénia e retirou-se.
   - Agora nós. - Disse o rei com um largo sorriso. - Vejo que estás confuso. Diz-me o que te vai na mente.
   - Majestade, estava-me a perguntar como sabeis vós o meu nome.
   - Ah, é verdade. Peço desculpa por isso. Anda, segue-me.
Borom seguiu o Rei dos Elfos, questionando-se com alguma piada, que este Rei, era completamente o oposto dos Reis dos Homens. Era educado, pedia desculpa e até pedia favores. Os reis dos Homens, nunca pediam desculpa por nada do que faziam e nunca pediam favores. Davam ordens e tratavam tudo e todos como lixo. O Rei dos Elfos era uma pessoa bondosa, que sorria até ao mais pequeno e insignificante dos ladrões como se de um amigo íntimo se tratasse. Só desejava que fosse convidado a permanecer ali. Queria viver ali. Para o resto da sua vida. Foi guiado pelo Rei até uma grande mesa, onde esperava por eles um enorme banquete.
   - Era tudo para mim, mas estou farto de lhes dizer que não consigo comer tanto, por isso convido sempre alguém para comer comigo. Hoje, és meu convidado de honra Borom. Por favor senta-te.
Depois de se sentarem e começarem a comer, o Rei continuou o seu discurso.
   - Antes de mais nada, sei o teu nome porque mo disseram. Diz-me Borom, como está a tua família? Como vai o teu pai Yorom?
   - Não tenho família senhor. O meu pai e a minha restante família foi assassinada pelos homens do Rei Ongor a seu mando, uma noite. Depois do desaparecimento do meu avô, o meu pai recusou-se a vender a quinta ao Rei. Dias mais tarde, durante a noite fomos atacados. Fui o único que sobreviveu. Desde então, sempre que posso, por sobrevivência e vingança, roubo tudo o que posso ao Rei.
   - E a quinta?
   - Peguei-lhe fogo. Matei todos quantos estavam lá dentro, incluindo o príncipe. Se a minha família estava morta e eu não podia ficar com a quinta que me pertencia por direito, ninguém ficaria. Tiraram-ma com a força do ferro. Perderam-na pela força do fogo.
   - É justo.
   - Senhor?
   - Que esperavas? Que te condenasse? Ouvi o teu nome variadas vezes durante muitos anos, proferidas pela boca do teu avô. Ele decidiu ficar a viver aqui, pois vocês tinham a quinta e poderiam viver bem e ele já estava velho. Depois de me contares isso, nunca te poderia condenar, pois faria o mesmo. Ou pior. O que me leva a outra pergunta, que creio já conheceres, e creio saber já qual é a tua resposta. Mas perguntarei na mesma.
   - Sim senhor, por favor, sim, sim. Desejo ficar aqui a viver até ao fim dos meus dias. Por favor senhor, é uma honra meu Rei. - Gritou e chorou Borom aos pés do Rei.
   - Levanta-te Borom. - disse o Rei com um sorriso, enquanto o auxiliava a levantar. - Podes ficar para sempre, se tal te for possível.
   - Mas eu não viverei para sempre.
   - Não, mas quase. Já sabia que aceitarias, e como tal, tenho já um quarto no Palácio preparado para ti. Esta será a tua nova e permanente morada. Quanto a viveres para sempre, não viverás, infelizmente, mas poderás viver tantos anos quanto o teu avô. Devido á nossa magia aqui existente a toda a nossa volta, o teu avô foi o único humano que mais anos aqui viveu. Viveu mais 30 anos, para lá dos normais para um Homem. Sendo que também o seu sangue te corre nas veias, quem sabe até o possas ultrapassar. Mas és jovem, e deves aproveitar todo o tempo, a começar agora. Poderás casar-te com uma elfo se assim o desejares, e uma das minhas filhas pareceu gostar de ti. Quem sabe, te venha a tratar por filho. Vai até aos teus aposentos. Em cima da tua cama, estará lá um presente e um bilhete meus. Vai meu filho, e sê bem-vindo.
   Borom estava radiante. Nunca mais seria um criminoso, um reles ladrão, e já nem se lembrava do ódio que sentia pelo seu anterior Rei e a vingança que lhe havia ardido no peito, dissipara-se. Já não fazia sentido. Chegou ao seu quarto, respirou fundo, abriu a porta e entrou, perguntando-se o que haveria o Rei ter deixado para si. O que viu deixou-o boquiaberto. Em cima da sua cama, estavam as mais belas roupas que alguma vez imaginara, para vestir depois de tomar banho. E ao lado, a mais bela armadura élfica que alguma vez vira, Branca reluzente, com ornamentos em amarelo dourado, com escudo igual e espada embainhada ao lado. Encostados á cama estavam um arco e uma aljava de flechas. Borom pegou no bilhete que estava ao lado da armadura e leu:
   
      " Querido Borom,
   
     Esta armadura completa e respectivas armas foram criadas por um dos melhores ferreiros que alguma vez existiu neste Reino. O teu avô. Nunca antes um Homem havia conseguido masterizar a arte de trabalhar o aço élfico, mas o teu avô ultrapassou até alguns dos nossos melhores ferreiros. Esta armadura que tu aqui vês foi produzida por ele, como um presente para o seu neto e luz da sua vida: tu. Que te proteja para onde quer que vás, e que te sirva como uma recordação do grande Homem entre os Elfos que foi o teu avô.
     
     Saudações,
     
     Rei Elwin
     
     Senhor do Reino Irmão de Elfos e Homens de Legowiss"
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

#7
Citação de: duka_87 em 16 maio, 2014, 18:34
Adoreiii

Parabéns arghallada valeu apena esperar! Obrigado

Ainda bem que não me estão a ver neste momento. Fiquei com um sorriso enorme depois da resposta da duka. Ainda bem que gostaste. Fico muito agradecido. karoxa, falta a tua opinião.

Duka, percebes agora o meu sonho de continuar o legado de Tolkien, e desenvolver novas aventuras das Terras Médias? Acho que depois de ter lido os livros todos e ter visto os filmes até agora, tenho capacidade para isso... pelo menos, acho que sim...

E mais uma vez, não tens de quê. Achas que ficou demasiado grande?
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Arghallad, está espectacular, tenho a sensação que nessa cabeça ainda há ai muito pano para mangas acerca deste herói! ;D ;D

Dukita não ainda não tinha dado a minha opinião acerca da tua história porque sou suspeita para falar, não é amiga? ::) ::) ::) ::)
Quando sou boa, sou boa, mas quando sou má, sou melhor ainda.

#9
Citação de: karoxa em 16 maio, 2014, 19:41
Arghallad, está espectacular, tenho a sensação que nessa cabeça ainda há ai muito pano para mangas acerca deste herói! ;D ;D

Dukita não ainda não tinha dado a minha opinião acerca da tua história porque sou suspeita para falar, não é amiga? ::) ::) ::) ::)

Este herói muito provavelmente vou integrá-lo no meu livro, tal como já tinha confidenciado á dukita.

Edit: Mas agora que prestei maior atenção ao que escrevi é que reparei; concluí a história com um final magnífico para continuar noutro capítulo. O.o
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Citação de: Arghallad em 16 maio, 2014, 20:06


Edit: Mas agora que prestei maior atenção ao que escrevi é que reparei; concluí a história com um final magnífico para continuar noutro capítulo. O.o

Foi mesmo essa a sensação com que fiquei!
Quando sou boa, sou boa, mas quando sou má, sou melhor ainda.

Citação de: Arghallad em 16 maio, 2014, 20:06
Este herói muito provavelmente vou integrá-lo no meu livro, tal como já tinha confidenciado á dukita.

Edit: Mas agora que prestei maior atenção ao que escrevi é que reparei; concluí a história com um final magnífico para continuar noutro capítulo. O.o

Arghallad, isto está fenomenal.
A sério, quando acabei fiquei honestamente triste por não ter mais para ler.
Tens a arte  :)
Tu sabes o que vales, continua e muito boa sorte.
"Light thinks it travels faster than anything but it is wrong. No matter how fast light travels, it finds the darkness has always got there first, and is waiting for it."

Nem sequer me atrevo a ler os contos já postados. Vou deixar o meu fermentar primeiro para que não sofra influências.  ;) Mas dou desde já os parabéns pelos desafios apresentados, logo dois de seguida. Já tinha saudades de ver qualquer coisa a borbulhar nesta secção. ;)
""Ha no homem algo de fundamental, que nao se consegue."

Citação de: Luna S. em 17 maio, 2014, 16:57
Nem sequer me atrevo a ler os contos já postados. Vou deixar o meu fermentar primeiro para que não sofra influências.  ;) Mas dou desde já os parabéns pelos desafios apresentados, logo dois de seguida. Já tinha saudades de ver qualquer coisa a borbulhar nesta secção. ;)

Acredita,o da Duka está extremamente bonito.

Citação de: Hawxy em 17 maio, 2014, 12:41
Arghallad, isto está fenomenal.
A sério, quando acabei fiquei honestamente triste por não ter mais para ler.
Tens a arte  :)
Tu sabes o que vales, continua e muito boa sorte.

Obrigado Hawxy.
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

#14
Citação de: Luna S. em 17 maio, 2014, 16:57
Nem sequer me atrevo a ler os contos já postados. Vou deixar o meu fermentar primeiro para que não sofra influências.  ;) Mas dou desde já os parabéns pelos desafios apresentados, logo dois de seguida. Já tinha saudades de ver qualquer coisa a borbulhar nesta secção. ;)

Nunca tinha ouvido uma musica portuguesa(Mão Morta),muito legal!