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  • Choped Literário - Mês de Maio
    Iniciado por Gawen
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Choped Literário

Ora muito bem, a nossa participante Filipa84 propôs há uns tempos um novo desafio baseado no programa de culinária "Choped", onde num cesto mistério existem 3 ingredientes diferentes que têm que ser utilizados na confecção dos pratos, pois bem, aqui não se vão confeccionar pratos mas sim histórias! :)

O que se pretende com este desafio é que os participantes escrevam um texto de sua autoria incluindo os 3 elementos apresentados.

Existe uma regra de ouro:
Os 3 elementos apresentados têm que ter um papel importante na história.
Por exemplo, um cão, um sofá e um osso. Os 3 elementos não podem ser logo descartados:
Era uma vez um menino que tinha um cão, que para encontrar o osso rasgou o sofá. O menino ralhou com o cão e foi ter com a mãe pois tinha combinado ir comer um gelado e visitar a prima Clementina...
Podem acrescentar-se elementos (a mãe e a prima Clementina podem existir) mas os restantes elementos têm que existir ao longo da história ou ter um papel importante para a mesma.
Os elementos podem ser utilizados em qualquer ordem, independentemente da apresentada no enunciado do desafio.

Vencerá a história com maior número de gostos do sistema de gostos do fórum.

Dados e informação necessária para este desafio:
ELEMENTOS:
Costureira
Anel de ouro
Ribeiro

Data limite: 7 de Junho de 2014
Resultados: Sai vencedora a história com maior número de gostos até à data limite, portanto, apressa-te a participar!

Regras:
- Texto até um máximo 20.000 caracteres (espaços não são contabilizados)
- Texto em Português e sem erros ortográficos.
- Texto original; não são permitidas cópias de textos existentes.
- Apenas um conto por utilizador.

Importante:
- Cada participante deverá submeter o seu conto neste tópico até às 23h59 do dia 7 de Junho.
- Será eleito vencedor o participante cujo conto seja o mais votado pelo sistema de gostos do fórum até à data limite do desafio, em caso de empate, será um dos moderadores do Cantinho das Artes a desempatar.
- Será atribuído o "Prémio Choped do Mês" ao conto vencedor, este prémio consiste para já num pequeno ícone de mérito junto ao vosso nome no fórum.

Qualquer dúvida, questão, crítica, sugestão, etc, apresenta-a aqui ou directamente connosco.

Boa sorte e, acima de tudo, esperamos que se divirtam e que apreciem os trabalhos que serão aqui apresentados.
Muito obriado à Filipa84 pela sugestão, façam como ela e sempre que tiverem alguma ideia entrem em contacto, todas as sugestões são bem vindas! :laugh:

P.S. Os participantes são responsáveis pelo respeito às leis dos direitos de autor!

Cumprimentos,

A Equipa do Cantinho das Artes
Gawen e Morgriff

Espera 2013?
Queres dizer 2014 certo? ._.
http://esotericbjarkan.blogspot.pt/
"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

sofiagov
ihihihih!!!!

acho que foi lapso do Gawen !!

SEGREDO TUMULAR

   Ermelinda Ribeiro, 69 anos, reformada após anos de trabalho como costureira para algumas das maiores lojas de Lisboa de Alta Costura. Viúva, mãe de 3 filhos e já com 5 netos, julgava já ter vivido toda a sua vida, sem que nunca tivessem havido segredos no seio da sua família. No entanto, ali estava ela, ás 8:30 da manhã, sentada na varanda do seu apartamento luxuoso em Lisboa com vista sobre o Tejo, com uma pequena caixa no colo e uma carta na mão. Já a lera e relera várias vezes, mas continuava sem fazer sentido. A carta estava escrita com letras retiradas de pedaços de jornais e revistas, como se vê nos filmes, e dizia apenas: "DENTRO DESTA CAIXA ESTARÁ A CHAVE PARA O SEGREDO MAIS BEM ESCONDIDO DO SEU MARIDO. UM QUE ELE LEVOU PARA A CAMPA, SEM ALGUMA VEZ LHE TER CONTADO A VERDADE.". Não fazia sentido. António, o seu falecido marido, nunca lhe escondera nada. E agora, apenas um mês depois da sua súbita mas previsível morte (lutava já á quatro anos contra um cancro no estômago), ali estava uma carta sem remetente, que lhe dizia que o seu marido lhe havia escondido um segredo durante anos, e que naquela caixa estava a chave para o desvendar. Ermelinda ainda ficou sentada durante mais uns minutos, a tremer, com a caixa pousada no seu colo, mas depois levantou-se, decidida, e dirigiu-se ao móvel antigo, de aspecto manuelino que tinha na sala e guardou dentro de uma das suas gavetas a carta e a caixa, sem ter aberto esta. Não lhe interessava mentiras acerca do seu marido. Ele havia sido um homem bom, um médico de renome que havia descoberto a cura para várias doenças. Provavelmente aquela carta era apenas de mais uma pessoa que não tinha mesmo mais nada para fazer. Decidiu depois ir-se arranjar, e ir passear.

   Estava a passear pela Gare do Oriente, a ver as pequenas bancas de vendas dos mais variados artigos, quando chegou á zona das videntes e foi abordada por uma das videntes.
   - Entre minha senhora. Leio-lhe a sina. As minhas cartas não mentem.
   - Desculpe, mas não obrigada. - respondeu a senhora, educadamente. - Não acredito nessas coisas.
   - Mas devia. Elas acreditam em si. E acho que vai gostar de saber o que está naquele pequeno embrulho que recebeu esta manhã.
   - Como sabe disso?
   - As minhas cartas contaram-me. Entre. Conto-lhe tudo a custo zero.
E Ermelinda lá deu por si a entrar na pequena tenda. Uma vez acomodadas nas suas cadeiras, a vidente começou a lançar as cartas. Após alguns minutos de silêncio, ela falou:
   - Sei que se chama Ermelinda Ribeiro. As cartas dizem-me que perdeu alguém recentemente. O seu marido. Mas existe um segredo que foi enterrado com o seu marido. Ou assim ele pensava. Minha cara, eu posso-lhe dizer o que está na caixa, mas aconselho-a a não tentar desvendar este segredo. Você não está preparada para saber.
   - Mas... saber o quê?
   - O que o seu marido lhe escondeu.
   - Mas o que é que está dentro do embrulho? Foi para isso que aqui vim não foi?
   - Tem razão. Dentro do embrulho está uma chave de prata que abre um mausoléu no Cemitério da Ajuda, aqui em Lisboa.
   - Eu sei onde fica, obrigado! - disse Ermelinda já impaciente. Queria saber qual era o segredo.
   - Mas uma vez mais a aconselho a que não tente desvendar este segredo.
   - Pois, eu compreendo, mas não posso seguir esse conselho. Pelo menos agora já não.
   - Porquê, se me permite a pergunta?
   - Porque agora você aguçou-me a curiosidade.
   - Minha querida, a curiosidade matou o gato.
   - Então ainda bem que não sou um gato.

   Eram já três da tarde quando Ermelinda chegou a casa. Foi directamente á sala, dirigiu-se ao móvel da sala, e retirou da gaveta o pequeno embrulho. Desenrolou a velha corda que fechava o embrulho, e cuidadosamente desembrulhou-o. E lá estava, como a vidente havia dito. Uma chave de prata. Enrolado á volta da chave estava um pequeno bilhete onde se podia ler "Família Martins". Sem pensar duas vezes, pegou num casaco e saiu de casa, determinada em descobrir que segredo era este que se encontrava escondido num cemitério.
   Chegou ao Cemitério da Ajuda por volta das cinco horas. Pelo caminho, no autocarro ligara aos seus filhos, mas apenas Sónia, a mais nova atendeu. Contou-lhe toda a história e todos os pormenores, e disse-lhe o que ia fazer.
   - Mas mãe, você não acha que é melhor fazer o que a vidente disse? Você nem sabe o que vai lá encontrar. Pode ser perigoso mãe. Deixe-me ir ter consigo. Já saí do trabalho e os meninos ficaram com o Jorge.
   - Não é preciso querida. Faz-me só um favor e liga aos teus irmãos e diz-lhes o que te contei. Liguei para eles, mas eles deviam estar ocupados no trabalho e não atenderam. Podes fazer isso?
   - Mas, mãe...
   - Faz isso e não te preocupes que eu fico bem. Não estou assim tão velha que tenha de precisar dos meus filhos para tudo e mais alguma coisa. Ainda estou longe de chegar a esse ponto.
   - Está bem mãe - disse Sónia com um suspiro - eu digo-lhes.
   - Beijinho querida. Até logo.
   - Beijinho.
Mas agora, á porta do mausoléu achava que se calhar não teria sido má ideia ter companhia. Mas encheu os pulmões de ar, e ganhou coragem para entrar, sem no entanto reparar que estava a ser vigiada de perto. Foi ao bolso do seu casaco e retirou de lá a chave de prata. Deu graças a Deus por estar o cemitério quase vazio aquela hora, caso contrário ainda pensariam que ela era alguma ladra de sepulturas. Colocou a chave na ranhura da porta, notando com alguma surpresa a facilidade com que esta girou no interior da fechadura, e destrancou a porta. Nem ao abrir a porta fez algum barulho. De facto neste cemitério deviam tratar muito bem dos mausoléus. Dentro do mausoléu estava escuro e cheirava a cera de velas e flores mortas. Depois dos seus olhos se habituarem á falta de luz, pôde ver que estava de frente para uma sepultura e que de ambos os lados, nas paredes do mausoléu haviam mais campas. No entanto, era a do meio a que lhe chamava mais á atenção. Era mais larga que o normal. Tinha espaço para dois corpos. Ermelinda estava já nesta altura assustada e com o coração descompassado, mas obrigou-se a acalmar e respirou fundo. Mais calma, aproximou-se da sepultura. Era de facto para dois corpos, o que indicava um caixão feito á medida. Na tampa tumular de pedra esculpida, podia-se ver os belos traços de duas jovens raparigas e ao meio...um bebé... Foi enquanto rodeava o túmulo que Ermelinda viu num pequeno altar uma folha de papel já muito velha com palavras escritas, e foi com horror que viu que a letra era a do seu falecido marido. Com as mãos trémulas, pegou na folha de papel e começou a ler:

   " Minha querida Ermelinda,

Se estás a ler isto sozinha, então significa que já estou morto, e morri sabendo que sou um cobarde, pois significa que nunca ganhei a coragem que devia para te ser sincero e contar o segredo que carrego comigo á tantos anos. Lembras-te certamente de eu te ter dito, num dos vários jantares de família aos quais fomos, que tive uma irmã que morreu bastante nova. No entanto, mandei os meus familiares calarem-se com o assunto alegando que me era doloroso. Na verdade era, mas não totalmente pela minha irmã. Hoje com 74 anos, após 44 de casamento contigo, de felicidade e alegria, e uma família contigo, te peço que me perdoes por esta minha cobarde forma de te contar a verdade. Estava eu com 24 anos quando num acidente de viação morreu a minha irmã. Nunca me perguntaste porque não íamos visitar a campa dela, e sempre te agradeci por isso.
   Ermelinda, tu estás neste momento no local onde jaz o corpo da minha pobre irmã. Não era ela que ia a conduzir naquela noite. Era outra pessoa. Outra rapariga. Uma tão linda quanto a minha irmã, ou mais ainda. O seu nome era Vera e era a minha namorada na altura. É o seu corpo que jaz em repouso eterno juntamente com o da minha irmã. Foi mais tarde na autópsia que ficámos a saber que a Vera estava grávida de 2 meses de um rapaz. Eu era o pai. Nessa fatídica noite, perdi a minha família. Foste trazida até aqui para saberes o meu segredo. Pois aí o tens. Antes de te conhecer e contigo casar, eu estive noivo de uma rapariga, que estava grávida de filho meu, moça com a qual eu ia casar, e que numa noite morreu num acidente de carro que me tirou também a minha querida irmã.
   Ermelinda meu amor, por favor perdoa-me. Nunca soube como te contar isto, e então com a ajuda deles, escrevi esta carta e aqui a coloquei juntamente com o meu anel, que te deixo. por isso não te chateies com eles. Por favor guarda-o. Foi-me oferecido pela minha irmã, para que o usasse quando me casasse com a Vera. Devido a esse significado, ão suportei usá-lo quando nos casámos.

Espero por ti pacientemente, pois desejo que vivas muitos mais anos, e aqui não se nota passar o tempo. Perdoa a minha cobardia.

Amar-te-ei para sempre

António "

   Ermelinda nem se apercebeu de que estava a chorar até ver a sua lágrima cair na folha de papel. O anel, lembrou-se então. Onde estava? Procurou por todo o lado, mas não o viu. Leu a carta e voltou a reler, mas não dizia onde estava o anel. Foi então que, pelo tecto de vidro entrou a luz do sol e ela viu, na tampa tumular de pedra, um leve brilho amarelo. Aproximou-se, e então viu-o. Num pequeno buraco na pedra estava inserido o anel. Um belíssimo anel de ouro, em forma de serpente, incrustado de pedras preciosas vermelhas - Rubis. Antonio adorava rubis. Agora tinha o anel. Podia voltar. Estava a sair do mausoléu e a trancar novamente a porta quando sentiu movimento atrás de si. Virando-se rapidamente deparou-se com... os seus 3 filhos. "... e então com a ajuda deles... não te chateies com eles...". Os "eles" eram os seus filhos. Tinham sido eles que o haviam ajudado.
   - Mãe... - começou Sónia.
   - Estou bem queridos. Vamos para casa.

Nessa noite, já em casa, sentada novamente na sua varanda, Ermelinda contemplava o anel e a chave. Tomara a decisão de guardar ambos no seu guarda-joias, num lugar especial. Olhando para o Rio Tejo disse baixinho:
   - Tolo. Podias contar. quiseste foi ver-me uma ultima vez a desvendar um mistériozito.
E antes de adormecer ainda pode ouvir perto do seu ouvido a voz do seu marido dizer-lhe um ténue: "Obrigado"
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Citação de: LilithP em 07 maio, 2014, 11:55
Espera 2013?
Queres dizer 2014 certo? ._.

Sim! Foi lapso meu ;D ahah

Por este caminho, acho que pela primeira vez ganho alguma coisa num fórum, e logo no meu favorito (e único).
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

Ve la não fales muito porque ainda falta um mês :)

http://esotericbjarkan.blogspot.pt/
"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

Citação de: LilithP em 07 maio, 2014, 17:06
Ve la não fales muito porque ainda falta um mês :)



Que má pah. Tinhas mesmo que me demoralizar. Pronto, agora já não ganho nada. Vou fazer beicinho e chorar. >.<
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

;D awww pronto pronto queres um abraço?

Boa sorte ^^
http://esotericbjarkan.blogspot.pt/
"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

Olá, aprovo, só discordo do número de caracteres. É excessivo. Preferia os 5000 iniciais ou, no máximo. 10 000. Ou então colocavam um limite mínimo, talvez os 5000.

Vou ver se consigo participar

Abraço


Templa
Templa - Membro nº 708

Citação de: Arghallad em 07 maio, 2014, 17:33
Que má pah. Tinhas mesmo que me demoralizar. Pronto, agora já não ganho nada. Vou fazer beicinho e chorar. >.<

Chora, chora que eu também fiquei a chorar, adorei o final, mistério e sem lamechices, não consegui parar de ler, mesmo fixe!

Parabéns e obrigada pelo momento, sim, porque parecia estar lá!
O equilíbrio consegue-se entre o que é espírito e o que não o é.

Citação de: Lilith Lua Negra em 10 maio, 2014, 18:22
Chora, chora que eu também fiquei a chorar, adorei o final, mistério e sem lamechices, não consegui parar de ler, mesmo fixe!

Parabéns e obrigada pelo momento, sim, porque parecia estar lá!

Sério? Muito. Alegra-me que tenhas gostado. Talvez aqui no fórum possa voltar a escrever mais coisas e isso me dê animo para voltar a escrever a sério. Mas muito obrigado mesmo.
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

sofiagov
Citação de: Arghallad em 12 maio, 2014, 11:48
Sério? Muito. Alegra-me que tenhas gostado. Talvez aqui no fórum possa voltar a escrever mais coisas e isso me dê animo para voltar a escrever a sério. Mas muito obrigado mesmo.

eh eh eh eh !!!!só mimo....

Citação de: sofiagov em 12 maio, 2014, 14:50
eh eh eh eh !!!!só mimo....

Também queres um "cadinho"??? Eu dou também a ti... :P
Chegasteis até aqui,
Não chegarás mais além.

sofiagov
Citação de: Arghallad em 12 maio, 2014, 15:27
Também queres um "cadinho"??? Eu dou também a ti... :P

ahahahaha!!! não mas obrigado pela intenção... :laugh: :laugh: