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  • Tarot-perguntas frequentes
    Iniciado por Super Dragona
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Perguntas frequentes para quem quer iniciar o tarot.

1. O que é o Tarot?
O Tarot é um baralho de 78 cartas, originalmente usado com fins recreativos, mas que, ao longo do tempo, foi associado às ciências esotéricas, sendo hoje usado principalmente como ferramenta divinatória, na prática da leitura da sorte.

2. De onde vem o Tarot?
Os primeiros registros de um jogo de cartas de que dispomos hoje foram encontrados na China, e datam do século 9. Evidências indicam que baralhos de jogar chegaram do Oriente islâmico à Europa por volta do final do século 12, através do Egito. Na Europa, o baralho passou um longo período sofrendo diversas modificações. Foram necessários cerca de trezentos anos até ser fixada a adição dos trunfos ao baralho, um número de cartas especiais usadas no jogo de tarot, ou tarocchi, predominantemente na França e na Itália. Foi justamente o baralho usado nesse jogo que posteriormente transformou-se no Tarot que usamos hoje em divinação. O Tarot tem seus primeiros sinais de surgimento, portanto, na Renascença. De fato, iconograficamente, as imagens do Tarot demonstram sinais claros de uma origem renascentista. As cartas de Tarot mais antigas que temos hoje datam das décadas iniciais da primeira metade do século 15.
Ao contrário do que muitos poderiam supor, nossas cartas comuns de jogar atuais não vieram do Tarot – é mais o contrário, o Tarot é uma variação do baralho de cartas comum, sem trunfos, que continuou seu desenvolvimento rumo ao atual maço de cartas de jogar.

3. O Tarot se baseia em alguma religião?

Resposta curta – não.

Resposta longa – As primeiras imagens do Tarot fazem claro uso de simbolismo cristão, porém, ao que tudo indica, isso se deve mais a uma influência cultural que propriamente um uso suporte à teologia cristã. O que pode ser chamado de simbolismo cristão era a linguagem visual dominante da época e lugar onde o Tarot parece ter surgido. Portanto, é natural que suas imagens exibam referências a essa iconografia. A abordagem do Tarot como ferramenta divinatória é profundamente influenciada pelo esoterismo ocidental, já que os primeiros pensadores a verem o baralho do Tarot como mais que um simples jogo seguiam essa linha de pensamento. No entanto, o que hoje chamamos de esoterismo é um conjunto de doutrinas que têm suas raízes no hermetismo, e que não pode ser exatamente considerado uma religião, mas um agregado de tradições e doutrinas espirituais, focado em um processo de despertar místico individual, bem como em uma relação com os universos interior e exterior através de práticas comumente chamadas de Magia. Assim, se você for estudar Tarot a fundo, pode esperar para ouvir bastante sobre hermetismo e magia – como também pode se preparar para estudar sobre simbolismo cristão medieval. De qualquer forma, você pode estudar Tarot sendo praticante de qualquer tipo de religião – ou de nenhuma. Você não precisa sequer acreditar em qualquer deus ou coisa espiritual para ler cartas.

4. Qual a importância do baralho na leitura de cartas?

Essa pergunta é tão óbvia que soa meio ridículo incluí-la aqui, mas achei necessário falar um pouco da importância fundamental do baralho na leitura de cartas. Claro, sem baralho de Tarot, não existe leitura de cartas de Tarot. Por outro lado, qual exatamente é o papel do baralho na leitura de cartas? Pessoalmente, eu acredito que o Tarot "real" não seja exatamente o baralho em si, ou as imagens que ele carrega, mas o algo que se forma quando olhamos para as imagens e quando travamos algum contato com elas. De certa forma, o Tarot não é exatamente algo tangível, mas antes, um processo. No âmbito do Tarot oracular, o Tarot é o oráculo em si – não exatamente as cartas, mas o que existe por trás delas, a "entidade" que "fala" por meio das cartas. O baralho é justamente a nossa ligação com o Tarot, é a ferramenta que usamos para acessar o oráculo, e realizar o processo de adivinhação, ou predição, ou prognosticação – ou como você quiser chamar. Nesse sentido, quanto melhor você conhecer sua ferramenta, melhor você vai ser capaz de acessar o Tarot.

5. Como se organizam as cartas dentro do baralho?
Desde sua origem, as setenta e oito cartas do Tarot são divididas em dois grupos: os vinte e dois trunfos de um lado, e as cinquenta e seis cartas restantes de outro. A origem dessa divisão está no fato de os trunfos serem um grupo extra de cartas especiais dentro do baralho, com uma função específica no jogo onde elas são empregadas.

As cinquenta e seis cartas sempre foram divididas em quatro grupos distintos, os naipes, que contêm, cada um, dezasseis cartas – dez cartas numeradas de ás a 10, mais quatro figuras da corte. Mais tarde, com o ingresso do Tarot no campo do ocultismo, foram criados os termos Arcano Maior e Arcano Menor para designar respetivamente os trunfos e o restante das cartas. O criador dos termos 'arcano maior' e 'arcano menor' foi o ocultista Paul Christian (pseudônimo de Jean-Baptiste Pitois, 1811-1877), em seu romance de 1863, chamado L'homme rouges dês Tuileries. No ano seguinte, os mesmos termos já surgem no famoso Le Tarot dês Bohémiens, de Papus. A palavra "arcano" vem do latim, e significa "secreto", "oculto", então a ideia é a de que os trunfos detêm os segredos maiores que as outras cartas.

6. Como funciona basicamente uma leitura de cartas?

A leitura de cartas é um processo oracular que envolve no mínimo dois elementos – o leitor e as cartas – e, frequentemente, três – o leitor, as cartas, e o consulente. O número de consulentes em uma leitura pode ser maior, porém o número de leitores é costuma ser só um. No processo da leitura de cartas, as cartas são usadas como oráculo, ou como uma ferramenta divinatória. Leituras de cartas podem girar em torno de perguntas específicas feitas pelo consulente, como também podem consistir em uma análise geral de sua vida. Frequentemente, o enfoque consiste em algo entre as duas coisas. Em linhas gerais, o consulente ou o leitor embaralham o maço e sorteiam dele um determinado número de cartas, que são então "lidas" pelo leitor, que as interpreta como sinais, através de significados específicos atribuídos a cada uma delas. É comum a prática de "cortar" o maço depois de embaralhá-lo, e antes que as cartas sejam sorteadas. O corte consiste em uma divisão arbitrária do maço em duas ou mais partes, que posteriormente são novamente unidas, geralmente sob uma ordem diferente da anterior. As cartas são geralmente dispostas em arranjos definidos, compostos por um número pré-determinado de posições, cada qual com uma função específica. Tais padrões são comumente chamados de nomes como "tiragens", "jogadas", "métodos" ou "disposições"; as posições de cada tiragem são frequentemente chamadas de "casas". Leituras de cartas que usam padrões com posições definidas são chamadas de leituras posicionais. Em métodos de leituras posicionais, a resposta do oráculo é essencialmente obtida por meio da análise da influência recíproca que cada posição e a carta que ela abriga exercem uma sobre a outra. Também é analisada a relação desses pares (posição+carta) entre si. As cartas também podem ser dispostas livremente, sem arranjos ou quantidades pré-definidos – essa forma de leitura é chamada não-posicional, ou linear. Leituras lineares podem ser compostas de um número pré-definido de cartas, ou serem dispostas de forma orgânica, com mais cartas sendo sorteadas ao sabor da necessidade. O tempo médio geral de uma leitura de cartas gira em torno de uma hora e meia. Uma leitura não costuma durar mais de, no máximo, três horas.

7. Quero começar a estudar Tarot. Como devo proceder?

Existem duas perguntas que todo mundo que deseja praticar leitura de cartas deve fazer pra si mesmo. Primeiro, por que exatamente você quer aprender a estudar/ler Tarot? O Tarot é o ponto central de uma série de formas diferentes de se relacionar com o oculto, que vão desde a adivinhação até a alta magia. Você quer aprender mais sobre o Tarot para ver o futuro? Dar consultas? Incrementar seus estudos de Teosofia? Focar-se nos usos psicoterapêuticos das cartas? Poder se divertir com seus amigos? Saber o que exatamente lhe atrai no Tarot vai ajudar a identificar o caminho a seguir.

Uma vez que você esclareceu para si mesmo suas motivações, e sabe mais ou menos qual caminho lhe interessa, vem a segunda pergunta – qual sua forma preferida de aprender? Existe uma variedade enorme de meios para se aprender Tarot hoje – cursos presenciais, cursos à distância, livros, revistas, blogs, sites, fóruns, comunidades, grupos de estudo online ou offline, etc.. O jeito certo é o que se fizer melhor para cada estudante. Algumas pessoas preferem mais o caminho solitário, outras sentem necessidade da estrutura disciplinar que cursos oferecem, bem como da interação grupal. O mais importante é não ater-se a simplesmente um meio de aprendizado, mas buscar certa variedade de meios. Beber de várias fontes vai te ajudar a descobrir sua própria forma de aprender, como também vai abrir mais seus horizontes.

Tendo uma resposta consistente para essas duas perguntas iniciais você pode então se focar no aspeto do Tarot que você deseja aprender, e nos meios para por seu aprendizado em movimento.

8. Quantos baralhos de Tarot existem, e qual a diferença entre eles?

Resposta curta – muitos. Repetindo, muitos. Centenas. Milhares.

Resposta longa – Até mais ou menos a primeira metade do século 20, a variedade de baralhos de Tarot era pequena. A partir da segunda metade do vigésimo século, o número de decks novos só fez aumentar no decorrer das décadas. A diferença entre os baralhos está principalmente na forma com que os símbolos são retratados, e nos sistemas de pensamento escolhidos para subsidiarem conceitualmente a composição das imagens.

De uma maneira geral, no entanto, a grande maioria dos baralhos de Tarot tende a usar como base conceitual primária um dos três baralhos que se consolidaram como os mais proeminentes na tradição tarológica: os de tipo Marseille, com uma iconografia mais próxima das primeiras imagens do Tarot; o Rider-Waite-Smith, lançado pela primeira vez em 1909, na Inglaterra, notável particularmente por portar cenas ilustradas em todas as cartas; e o Crowley-Harris Thoth, ou simplesmente Thoth, desenhando nos anos 40, mas lançado somente na década de 70. Tanto o RWS quanto o CHT têm suas bases conceituais principalmente nos preceitos da Ordem Hermética da Golden Dawn, uma sociedade secreta inglesa fundada em 1888, tida atualmente como a ordem esotérica mais influente da história. A maioria dos baralhos atualmente produzidos toma como base um ou mais desses três baralhos citados. O RWS permanece na posição de baralho mais popular, sendo o mais usado como referência na criação de novos baralhos.

9. Eu ouvi dizer que o primeiro baralho deve ser ganhado, e não comprado. Isso é verdade?

Resposta curta – Não.

Resposta longa – Talvez essa ideia seja fruto da influência de uma certa política elitista com relação aos estudos de Tarot, muito popular até mais ou menos a primeira metade do século 20, quando conhecimentos esotéricos eram circunscritos aos colégios iniciáticos, onde passavam de mestre para aluno meio que em segredo. Ou, talvez, isso seja o reflexo de uma mentalidade que valorize a manutenção de alguma suposta tradição, com a criação de uma rede de "escolhidos" que recebem a incumbência de perpetuar a tradição da leitura de cartas. De qualquer maneira, todas essas conceções não duraram muito com o advento da cultura de mercado que domina nossa sociedade atualmente. A mentalidade geral mudou, e essas noções perderam o contexto. Resumindo – você pode tranquilamente iniciar seus estudos comprando você mesmo um baralho de sua preferência. Isso não vai te fazer um estudante nem mais nem menos especial do que algum outro que ganhou seu baralho de alguém, nem vai te trazer má sorte, ou condenar seus estudos de Tarot à irremediável ruína.

10. Qual baralho devo comprar para começar meus estudos. Qual o melhor baralho de Tarot?

Resposta curta – O que você quiser. Não existe um baralho melhor do que o outro.

Resposta longa – Não existe muito o que pensar: escolha o baralho que mais lhe apetecer. É bem possível que cada leitor de Tarot mais experiente a quem você fizer essa pergunta vai apontar para uma direção diferente. Realmente, cada um vai ter em mais alta estima a forma que melhor funcionou para si. Contudo, isso não é nenhuma garantia de que essa forma funcionar para você também. O estudo do Tarot é um caminho individual em essência, onde cada praticante encontra o seu meio de andar. Assim, não tenha medo de errar ao escolher o baralho que mais lhe agrada – com o tempo, você mesmo irá perceber se esse é o baralho certo para você ou não. Sites como o Taroteca e o Aeclectic oferecem reproduções e reviews de centenas de baralhos diferentes, que você pode olhar para ter uma ideia antes de escolher seu baralho. Uma vez escolhido o seu baralho, tente descobrir suas particularidades, aprofundar-se em sua lógica pictórica. Seu baralho é o meio, a ferramenta que você usa para entrar em contato com o Tarot. O melhor baralho, portanto, é aquele que fala diretamente com você. Ao longo dos seus estudos, é possível que você pense em trocar de baralho, o que é perfeitamente normal.

11. Onde posso comprar o meu baralho?

As opções são infinitas. Uma boa dica é dar uma olhada em lojas de artigos ritualísticos. Lá, você vai poder encontrar baralhos de Tarot mais simples, a preços menores, que podem ser usados com fins didáticos, até que você se sinta pronto a investir mais em um baralho melhor. Só tome cuidado para não comprar outros tipos de baralhos, como baralhos ciganos/Lenormand, ou outros baralhos oraculares. Geralmente, você vai achar exemplares simples do Marselha e, às vezes, mesmo do Rider-Waite-Smith. Baralhos importados têm qualidade superior. Se você não se importa em pagar pelo envio e esperar a entrega, ou ainda se você reside em uma cidade onde tais produtos não são disponibilizados no comércio offline, lojas virtuais são a melhor opção, pela variedade. Lojas virtuais internacionais dispõem de um número de baralhos muito maior que as nacionais, quase sempre com preços consideravelmente menores. Assim, se você dispuser de meios de realizar compras internacionais, vale à pena. Entre as lojas internacionais, cito a Amazon – possui uma extensa gama de baralhos, entre seu estoque próprio e vendedores afiliados ao site. Não consegue encontrar aquele baralho pelo qual você se apaixonou? Ebay! Por fim, se você ainda não quer gastar muito dinheiro comprando um baralho, não hesite em imprimir o seu – basta encontrar online uma reprodução de qualidade suficiente (o que pode ser a parte mais difícil dessa empreitada). Caso você decida imprimir seu próprio baralho, gráficas especializadas provavelmente vão fazer isso melhor – e o preço ainda vai ficar menor do que o de um baralho comprado.

12. É preciso realizar algum ritual de consagração antes de começar a usar meu baralho?
Resposta curta – Depende do que você acredita.

Resposta longa – Se você acredita que isso é importante, vale a pena realizar um ritual de consagração. Se para você nada disso faz sentido, não perca seu tempo. Isso varia de pessoa para pessoa. Ainda que a tendência entre estudantes e praticantes de Tarot seja a de acreditar em uma série de forças invisíveis, isso não é uma regra. Como eu disse antes, cada pessoa busca o estudo da leitura de cartas motivada por razões diferentes. Muitas pessoas não acreditam em nada disso, e mesmo assim são bons leitores de Tarot, e nós não precisamos ver isso como uma evidência de que forças invisíveis não existem, mas simplesmente como uma evidência de que cada pessoa lida com a sua própria força de uma maneira diferente. Consagrar o baralho antes de usar só é válido quando o estudante acredita nisso.

13. É preciso ter algum tipo de dom paranormal para ler as cartas?

Resposta curta – Não. Para ler as cartas você só precisa de disposição para aprender uma linguagem nova, o que é mais ou menos como aprender um idioma diferente do seu. A intuição advém da prática.

Resposta (bem) longa – Existe certa dose de confusão nessa questão. Talvez porque a maioria dos praticantes de leitura de cartas são pessoas que tendem a interessar-se por assuntos espirituais em geral, e também pela tradicional associação do Tarot às ciências esotéricas, formou-se a ideia de que a leitura de cartas está ligada a dons paranormais, tais como vidência e contato com entidades espirituais. Ademais, muitas pessoas que leem cartas são atraídas por esse tipo de atividade por já manifestarem supostas aptidões paranormais, ou interessarem-se pelo oculto. Há também muitas outras que já possuem algum tipo de sensibilidade extrassensorial, e usam as cartas como uma forma de ativar seus mecanismos internos de perceção. Assim, é possível que o olhar leigo veja o ato da leitura de cartas em si como decorrente de processos de perceção extrassensorial. Entretanto, isso é uma capacidade dessas pessoas que não está relacionada diretamente à leitura de cartas. Leitura de cartas é uma coisa, paranormalidade é outra. Pessoas paranormais aliam sua sensibilidade pouco comum à leitura de cartas.

Outro problema é o conceito que temos do que se define por "paranormalidade". A ideia comum é que perceção extrafísica é uma aptidão rara, que se manifesta em um número reduzido de indivíduos. Entretanto, qualquer corrente de pensamento espiritual concorda que todas as pessoas possuem, em maior ou menor grau de desenvolvimento, capacidade de perceber realidades metafísicas. De acordo com essas correntes de pensamento, a realidade percebida pelos sentidos físicos é apenas um aspeto de uma realidade mais ampla; todos os indivíduos participam e existem, conscientemente ou não, também nessa realidade maior. Assim, todos nós temos perceção extrassensorial, e nossa própria intuição pode ser vista como uma manifestação desse tipo de perceção. De qualquer modo, independente de você acreditar nisso ou não, considere a leitura de cartas como uma atividade intuitiva, na qual o praticante faz uso de habilidades mentais intuitivas compartilhadas por todos nós.

14. Qualquer um pode praticar a leitura de cartas de Tarot?

Perguntar isso é a mesma coisa que perguntar se qualquer um pode ser modelo, ou caminhoneiro, ou professor de natação – como qualquer outra atividade, ler Tarot requer alguma aptidão, gosto – e trabalho. Da mesma forma que nem todo mundo pode ser modelo, ou dar aulas de natação, não é todo mundo também que pode ler cartas de Tarot, simplesmente porque nem todo mundo vai querer fazer isso em primeiro lugar, ou não vai dispor de alguma das coisas fundamentais para se exercer essa atividade. A partir do momento que você começar a estudar Tarot, o próprio tempo vai lhe mostrar se isso é uma coisa para você ou não. Talvez você se interesse por oráculos, mas se dê melhor com Runas, ou Geomancia; talvez sua coisa seja mesmo cartas, mas o baralho Lenormand, ou as cartas normais de jogar sejam capazes de preencher mais suas necessidades. Se você sente o impulso, a curiosidade, o interesse – e, ainda, se você sente uma coisa diferente, gostosa, quando manuseia um baralho, olha as imagem, e tenta ler – há grandes chances de você estar no caminho certo. Dê a si mesmo uma chance, e nunca hesite em buscar por novas informações..

15. Eu preciso saber ou estudar outras linhas de pensamento esotérico, como Astrologia, Numerologia ou Cabala, para praticar a leitura de cartas?

Resposta curta – Não necessariamente, mas dependendo do baralho que você usa, pode ajudar.

Resposta longa – Apesar de haver várias evidências indicando que a iconografia do Tarot foi consideravelmente influenciada por outras linhas de pensamento esotérico (Astrologia, Cabala, etc), o Tarot, enquanto ferramenta oracular, acabou por consolidar-se como um sistema de predição independente. Isso significa que, ainda que seja bastante provável que ao menos parte das raízes do Tarot remonta a outros sistemas esotéricos, o estudante de Tarot não precisa dividir suas atenções entre as cartas e outros sistemas de predição para ser capaz de performar leituras satisfatórias. Pelo menos não a princípio. O fato é que existe um bom número de baralhos que traça paralelos entre as imagens do Tarot e outros sistemas de pensamento, com o intuito de inserir a iconografia existente no Tarot em um contexto esotérico mais amplo. Assim, se você faz uso de um desses baralhos, saber mais sobre tais sistemas lhe ajudará a usar melhor sua ferramenta de estudo e trabalho. O motivo para isso é lógico – se o criador de um determinado baralho fez uso de correspondências entre signos/planetas e cartas como uma das bases conceituais no desenvolvimento de seu baralho, entender tais conexões é parte necessária na compreensão das imagens. No entanto, isso não precisa ser uma regra; vai depender do quão longe cada estudante está disposto a ir na busca de entendimento de sua ferramenta de trabalho. Há quem não ache necessário mergulhar tão fundo para usar um baralho, e isso nem sempre desmerece seu trabalho como leitor de cartas. Sendo assim, a necessidade de conhecer outras linhas de pensamento esotérico na leitura de cartas é relativa, e circunscreve-se primariamente ao baralho usado, bem como ao que o estudante acredita ser necessário.

16. Posso empregar a leitura de Tarot em conjunto com outras formas de diagnóstico holístico, tais como mapas astrológicos, numerológicos, runas, etc?

Resposta curta – sim.

Resposta longa – Não importa se você emprega outros sistemas como suporte à sua leitura de cartas, ou se pretende aprender mais sobre Tarot para acrescentar leituras às suas análises feitas com outros sistemas, ou ainda se pretende usar as cartas e outros sistemas em conjunto. As conceções do Tarot enquanto ferramenta variam de praticante para praticante: alguns reservam todo seu foco a elas, enquanto outros as usam como complemento em seu trabalho. O Tarot pode perfeitamente ser usado sozinho em leituras, porém nada impede que o praticante alie a leitura de cartas a outros métodos. O Tarot se presta bem a esses vários tipos de uso.

17. Posso fazer leituras para eu mesmo?

Resposta curta – sim, até deve.

Resposta longa – Os dois motivos mais frequentes citados ao desaconselharem essa prática sustentam-se em questões morais sobre o uso de um "dom" para proveito próprio, bem como ao perigo de um julgamento tendencioso, ou parcial. No entanto, nada impede que você use suas cartas para analisar questões pessoais, contanto que você se certifique de tomar um cuidado extra para não pender a interpretação das cartas para uma resposta que você deseja, ou espera, obter. Ainda que você tenha sérias dificuldades em manter-se imparcial em leituras pessoais, a prática faz a perfeição, então não desista nas primeiras tentativas. Estudar o Tarot também abrange autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, de forma que você pode igualmente usar as cartas para aprender a lidar com suas próprias questões de forma mais imparcial. É uma via de mão dupla – você dá e recebe. O Tarot pode ser visto não só como uma ferramenta divinatória mas, talvez até mais importante que isso, como um meio de alcançarmos uma visão mais integral da vida e de nós mesmos. Você não precisa abrir mão de um recurso tão proveitoso apenas para evitar auto-sabotagem com as cartas – isso é pensar pequeno, queimar a casa para matar o rato. Anote suas leituras e estude-as posteriormente. Com o tempo, isso provavelmente vai lhe ajudar a entender melhor as cartas não só para leituras pessoais, como vai contribuir para o desenvolvimento de um reservatório pessoal de experiência com as cartas, o que vai ser bom também em leituras para terceiros. Uma ressalva deve ser feita nessa questão – tome cuidado para não abrir as cartas demais sobre uma mesma questão. Disciplina aqui tem um papel proeminente.

18. Cartas de Tarot preveem o futuro?

Resposta curta –  que futuro?

Resposta longa – As respostas variam. Enquanto alguns respondem categoricamente que sim, outros preferem argumentar que as cartas nos ajudam a analisar as tendências de uma determinada situação. Para encontrarmos uma resposta para essa pergunta, devemos pensar um pouco sobre o que exatamente é o futuro. A conceção científica mais aceita hoje sustenta que o tempo é uma dimensão que não percebemos inteiramente. Leituras de cartas podem inserir nossa conceção em um contexto mais íntegro de tempo, particularmente no sentido de tirar o nosso foco do momento presente para levá-lo a concentrar-se em uma figura maior da nossa própria vida. É a diferença entre ver uma pintura de alguns centímetros de distância e de alguns metros – aquela cor ou aquele traço aparentemente desarmônicos ou fora de proporção passam a fazer mais sentido no contexto maior da imagem como um todo. Assim como as cartas são capazes de descrever com propriedade o que aconteceu e o que está acontecendo, elas também são capazes de revelar o que vai acontecer. No entanto, o que o consulente vai fazer com essa informação dependerá de suas próprias escolhas. Esse é um dos papéis da revelação que o Tarot oferece. Assim, se retratar o tempo de maneira mais íntegra significa "ver o futuro", então, sim, as cartas preveem o futuro.

Fonte: http://manimaneon.wordpress.com

Muito interessante obrigada :)

Queria só acrescentar algo sobre o ponto 17.
17. Posso fazer leituras para eu mesmo?
Esta é algo manhosa porque é possivel fazer a nós mesmos mas tambem complicado.
Falo da minha experiencia e de pessoas que conheço.

Quando tiramos as cartas para nós mesmos ha mais predesposição a baralhar as energias que trabalham na "escolha" das cartas e isso pode criar confusão; os lançamentos tendem a ser algo confusos.

Logo acho que a resposta "sim, deve" não sera talvez a mais correta.
Por um lado pode ajudar a treinar por outro pode criar bloqueios.

Mais uma vez falo de experiencia propria e de pessoas que conheço :)

Mas de resto, excelente topico!
Blessed be
http://esotericbjarkan.blogspot.pt/
"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

Ola LiliphP ;)

Há diferentes opiniões relativamente a esta questão e já sabia que ia gerar alguma controvérsia.  ;D

Na verdade nada nos impede de ler tarot para nós mesmo, mas devemos saber que o facto de estarmos envolvidos na situação sobre a qual questionamos, pode levar-nos a uma interpretação errada das cartas, pois de um modo ou de outro, tentamos manipular as respostas, de modo a que sejam satisfatórias a nós mesmos. Nós podemos ver coisas que não estão lá... ou pior, ignorar coisas que sejam óbvias. Se lemos os símbolos como os vemos, será que não os anulamos ou ignoramos quando nos assustamos?

Ler tarot para nós mesmos pode ser complicado, e por isso exige muita prática e imparcialidade, para que possamos obter os benefícios deste oráculo.

:-*

Nao pareceu gerar muita controvérsia porque pareceu que disseste o mesmo que eu por outras palavras :)
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Citação de: LilithP em 02 fevereiro, 2014, 09:57
Nao pareceu gerar muita controvérsia porque pareceu que disseste o mesmo que eu por outras palavras :)

LiliphP, nós somos pessoas civilizadas e para já só nós as duas é que estamos a discutir a questão, no entanto conheço pessoas que defendem fervorosamente que não se deve ler o tarot a nós mesmos tendo mesmo 78 motivos para não o fazer.
Mas são ideias, ca um tem a sua, desde que nos respeitemos todos uns aos outros corre sempre bem  ;D

Encontrei um relato impressionante na internet de uma pessoa que não conheço, mas que gostava de partilhar com vocês:

"Porque nao tiro mais Tarot



Poucos dos q me conhecem pessoalmente tiveram a oportunidade de testemunhar minhas habilidades de cartomante. Não as costumo propagandear ou fazer uso delas por uma série de motivos, reais e imaginados.

Aprendi a tirar as cartas do tarô ainda no Ensino Médio. Na época comprei um set de cartas e 3 livros sobre o assunto: Tarô Clássico, Os Arcanos Maiores do Tarot e a Cabala, e Iniciação à Cabala; e tendo-os lido comecei a brincar de ler a sorte dos meus amigos, de forma desprentesiosa.

Sempre tive noção da responsabilidade do q estava a fazer, por isso em todas as vezes, ao "abrir as cartas" não fazia uma leitura livre, mas me munia do significado das cartas no livro Tarô Clássico e relia a descrição do significado de cada carta antes de interpretá-la no "jogo". E também jamais cobrei de absolutamente ninguém por isso, só o fazia para amigos, e a pedido deles.

Aqueles q conhecem minha militância em defesa da Torah podem estranhar o fato de eu haver lido Tarot pois tal prática é vetada pela Halachá (Lei Judaica) neste versículo:

Levítico 19: 31 Não se dirijam aos necromantes, nem consultem adivinhos, porque eles tornariam vocês impuros. Eu sou Javé, o Deus de vocês.

Antes de mais nada, a Lei Mosaica é obrigatória aos judeus, não aos gentios. Não estou falando q seja lícito tirar o Tarot, pois não é. Aos judeus. Os Noachides não são obrigados a seguir os 613 mandamentos da Torah, apenas as 7 leis de Noé. Mesmo sabendo q eu não era "obrigada" a cessar de praticar "adivinhações", após começar meus estudos de Teologia Judaica, parei de "brincar" de perscrutar os desígnios divinos.

Mas apenas muitos depois fui compreender, visceralmente, pq não devemos tentar divisar as coisas q nos estão ocultas. Parei de tirar o Tarot até para mim mesma, percebendo q não era capaz de compreender e de lidar com o que os arcanos revelavam sobre minha própria vida. E por vários anos meu jogo de Tarot ficou esquecido acumulando poeira.

Até q numa conversa despretensiosa com duas amigas professoras lhes disse que era também taróloga. Mais do q rapidamente ambas ficaram em polvorosa para que eu "lesse seus destinos". Numa ocasião posterior marcamos de nos encontrar na casa de uma delas e solicitaram-me que levasse meu baralho de Tarot. Meio q de brincadeira, levei. Me pediram q lhes abrisse as cartas.

Amiga T. Colega historiadora. Gaúcha, fizera faculdade no Paraná onde, no último ano, engravidara de seu namorado paulista, motivo pelo qual se mudara para minha cidade. Em nossas conversas, ela sempre dizia como tudo o q fazia atualmente era em prol de sua filha, q só se mudara para SP por ela, q aguentava todos os desaforos da sogra por ela, q suportava os desfeitos do namorido pouco dedicado em nome de sua filha. Abri-lhe o Tarot.

Minha primeira frase, após um longo suspiro foi: "As cartas falam uma coisa muito diferente do q vc me disse. Olha, se eu estivesse cobrando, diria o q vc quer ouvir, mas como não estou cobrando, e vc é minha amiga, vou te dizer a verdade: sua filha sequer aparece no jogo." Olhando bem a carta dos enamorados encimada pelo carro e pela papisa disse: "Olha, desculpa a sinceridade, mas pelo q estou vendo aqui vc se mudou e está aqui pq vc ama seu namorado, não por causa da sua filha. Aqui está muito claro: vc ama esse homem. Não é por causa da sua filha q vc está aqui, é por causa do seu namorado."

Ela não fez nenhum comentário, guardou um silêncio pesado e me olhou como se eu houvesse pichado no muro um grande segredo q ela escondia de si mesma.

Amiga R. Filósofa. Estava envolvida com um rapaz q acabara de descobrir q sua outra namorada, da qual R. sabia, estava grávida. Antes de pegar o Tarot ela me disse: "Preciso saber se ele mentiu pra mim, pois falou q queria ficar comigo, e agora a outra está grávida. Quero saber se ele está sendo sincero comigo ou fazendo jogo duplo".

Abrimos as cartas. Sol, temperança, carro, imperatriz. Nenhuma Lua. Eu pessoalmente não gostava do rapaz e cria q R. não fazia bom negócio ao ficar com ele. Contudo, relatei o q o jogo revelava, e nele não havia nenhuma mentira, nenhuma enganação. Abri minha boca e disse: "as cartas não revelam nada sobre mentira, muito pelo contrário, dizem q ele está sendo sincero com vc."

Ela abriu um sorriso como de quem agradece um grande favor, e pareceu aliviada com o resultado da leitura das cartas.

Naquele dia fiz uma leitura do Tarot q eu mesma considerei sem maiores conseqüências. Até uma semana depois.

Em exatos 7 dias minha amiga T. se separou do namorido. Disse-me : "tudo o q vc falou no Tarot fez muito sentido. Eu colocava nas costas da minha filha o peso de decisões q eu tomei não por ela, mas por mim. Depois q vc leu as cartas para mim parei para pensar e vi q vc estava certa. Eu me mudei para cá não pq tinha uma filha pequena, mas pq amava o pai dela. E sabe o q descobri depois de pensar muito nisso? Q não o amo mais! Vou voltar pro Rio Grande do Sul!"

Engoli seco. Percebi minha parcela de responsabilidade no "separar uma família". Sei q não sou responsável pelas escolhas de T., mas talvez eu tivesse lhe dito coisas q ela não estava pronta para ouvir, e com isso me tenha feito parcialmente responsável por sua filha, no futuro, não ter nenhuma lembrança do próprio pai.

A outra amiga, a filósofa R. menos de 2 anos depois se casou com o rapaz sobre o qual havia-me perguntado se era mentiroso e eu garantira q não. Não há como saber, objetivamente, se na ocasião de ele ter engravidado outra ele estava mentindo ou não, mas não deixei de pensar q, caso naquela ocasião, eu tivesse dito q ele mentia, R. não estaria hj casada com ele.

E me caiu muito mal a sensação de q um dia essa amiga pode se virar para mim e dizer: "Casei com o maior 171 pq vc me garantiu q ele era sincero, e quebrei a cara!" Sei q não sou responsável pelas escolhas dela, mas percebi como arvorar-me em ser capaz de "ver o q está escondido" poderia interferir, de forma definitiva, no destino dos meus consulentes, e como eu não estou disposta a arcar o peso dessa responsabilidade.

Desde então, há vários anos, não tiro as cartas para ninguém, nem para mim. E o motivo não foi perceber q eu não fosse capaz de fazer as leituras, muito pelo contrário. Parei de ler as cartas do Tarot justamente por perceber q eu era, de fato, capaz de interpretá-las. Que eu era com elas capaz de ver coisas q os próprios consulentes não revelavam. Que com as cartas eu faria afirmações q interfeririam nas escolhas das pessoas, o q me faria parcialmente responsável pelo seu futuro.

Parei de tirar o Tarot pois não quero mais ver-me responsável por separar uma família q talvez ainda devesse estar junta, ou por possibilitar um casamento q talvez não devesse ter ocorrido. Parei de tirar o Tarot por perceber q não devemos brincar com os desígnios divinos, e que muitas vezes é melhor não saber, esperar as coisas se desenrolarem por si. E também por ver q não é da minha alçada interferir nas escolhas dos outros. Nem revelar-lhes coisas q não estão preparados para compreender."

Fonte: http://inadvertidamente.blogspot.pt/2012/04/porque-nao-tiro-mais-tarot.html

E com vocês, tiveram alguma vez, alguma experiencia mais marcante para partilhar connosco? Como se sentiram a primeira vez que leram o tarot a alguém? Conte-nos as suas experiencias!
Em relação ao texto, o que vocês fariam no lugar da autora? Tomavam a mesma decisão que ela?