Bem-vindo ao Portugal Paranormal. Por favor, faça o login ou registe-se.
Total de membros
19.422
Total de mensagens
369.427
Total de tópicos
26.911
  • Uma história
    Iniciado por jcunha12
    Lido 2.362 vezes
0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.
Boa noite!
Sou novo nisto, pelo que peço para desculparem  a minha ignorância sobre o funcionamento do sitio, ou sobre eventual  incumprimento das suas regras.
Devo  confessar que sou muito cético  relativamente a fenómenos paranormais ; registei-me por curiosidade  e para contar uma história ; é real , confirmada por bastantes pessoas durante muitas décadas ; eu próprio vivi alguns episódios dessa história, embora não possa garantir que não fui influenciado pelo que outros contavam ; embora algumas dessas pessoas  fossem de formação bastante primária, outras  eram muito cultas  e sempre constatei  que  até não queriam que fosse divulgado o que acontecia.
O enquadramento:
Uma casa numa aldeia do Alto Minho ; sem ser propriamente um solar , é uma casa ampla e antiga, rodeada de anexos , terreiros, jardins , eiras , hortas , vinhas e muitos campos , como tantas desta região. Fundada em finais do Sec  XXVIII, sempre foi habitada pelos seus proprietários  que, sem alterações profundas na traça original, a foram adaptando, criando algum conforto e segurança ; eu próprio, adolescente com 14 ou 15 anos e sobrinho da proprietária  acompanhei de perto  as, provavelmente , maiores obras de conservação desde a fundação, realizadas em 1966; posso garantir que não existem esconderijos, falsos nas paredes , passagens secretas  . Na casa , houve clérigos, regulares ou seculares e activistas políticos, na revolução liberal e , depois , no fim da monarquia.
Nessa casa, só a primeira e talvez a segunda geração de proprietários   eram casais e com filhos ;  todos os outros  (  7 gerações incluído a actual)  eram solteiros e sem filhos  e foi transmitida de tios para sobrinhos; sempre gente culta , com boa formação intelectual  e religiosa, que normalmente lá vivia  sozinha , por vezes com a companhia de uma irmã  ou de uma empregada doméstica ; embora fosse uma casa de lavoura , penso que os negócios ligados à agricultura nunca foram prósperos.
Os factos:
Numa parte específica e pouco utilizada  da casa  , na zona mais nobre onde se situa a sala de visitas , a sala de jantar e  a capela, os livros,  retratos  e moveis de estilo, os habitantes sentiam a presença de outra pessoa ; não incomodava ninguém e  habituaram-se a conviver com ela, com respeito  e até carinho .   A sensação da proximidade  de alguém ,inexplicáveis  movimentos  de ar, ruido de roupas a roçar nos móveis;  da noite para o dia os livros mudavam de posição na secretária, até os marcadores de página, os tinteiros deixados abertos apareciam fechados, as jarras com flores apareciam com um arranjo diferente , as contras interiores da janela virada a nascente apareciam entre-abertas; estes fenómenos foram discretamente testados  , várias vezes, ao longo dos anos , e não ficou dúvida de que não havia intervenção dos residentes.
Mas, se a coabitação desse "ser" foi sempre pacífica com os habitantes e familiares , com estranhos já era muito turbulenta: e só vou descrever alguns casos concretos ocorridos já na minha vida , quando a casa era de tias minhas :
1-por volta de 1965 a  proprietária da casa , nem sempre lá dormia ; ia ficar na casa da mãe e  restante família  ; numa dessas noites  a casa foi assaltada ; entraram por um orifício que abriram no telhado e já tinham preparados alguns objectos de valor para retirar de casa ; mas algo aconteceu e fugiram precipitadamente sem nada levar ; o (s) autor(es) do assalto nunca foram identificados pelas autoridades , mas uma pessoa   deixou sérias suspeitas : um trabalhador ocasional da quinta , rapaz forte e sempre bem disposto, no dia seguinte apareceu ferido numa mão; nunca mais  quis trabalhar na quinta  nem mesmo passar perto e acabou por se mudar para a casa de familiares numa aldeia próxima , com muitos sintomas de loucura.
2 – por volta de 1970, a proprietária, muito ligada a actividades religiosas e da paróquia, concordou  que na casa se realizasse um fim-de-semana de refleção  ( vulgarmente  chamado  "retiro" ) para cerca de 12 raparigas  ; ficariam lá , mesmo à noite,  a rezar, ouvir conferências e meditar ; desde a sexta à tarde , até segunda de manhã; mas , no sábado de manhã metade quis ir embora  e , na noite de domingo  para segunda já só dormiram duas ; durante a noite, ruídos no tecto , inexplicáveis sombras  que se moviam nas paredes, correntes de ar muito frio ( e era verão), arranhões no rosto que não  sentiram de noite  e só  viram de manhã. 
3-  em 2001, foi  alugado um quarto a duas jovens de fora da aldeia  , onde tiveram uma ocupação temporária ; num fim de semana em que uma delas ficou em casa , à noite, sem a minha tia e sem a colega, levou o namorado ; abandonaram a casa a meio da noite, precipitadamente, com uma ruidosa e apressada manobra do automóvel ( confirmado pelos vizinhos) ; deixaram a casa aberta, não levaram nada , nem os objectos pessoais, e nunca mais quis voltar àquela terra ; no dia seguinte, constatou-se que tinham andado pela zona da casa  onde  costumam ocorrer  esses fenómenos, porque deixaram  luzes acesas e portas abertas . Disse depois a colega que, embora fossem amigas , a outra nunca quis falar do assunto e ficava muito perturbada  quando alguém a questionava.

Uma história e pêras!
Templa - Membro nº 708

Um fantasma territorial  ;D

Mas então uma das formas de desvendar o mistério era pôr uma das "testemunhas" a falar sobre o caso, isto sem falar de manobras para captar esses fenómenos (câmeras, máquinas fotográficas, etc...).

Eu, se tivesse muita curiosidade sobre o caso tentava falar com as ditas pessoas. Não se perde nada.
"There are three things all wise men fear: the sea in storm, a night with no moon, and the anger of a gentle man."

― Patrick Rothfuss, The Wise Man's Fear

Gostei muito da história. Penso ter entendido que também viveste algumas experiências nessa casa. Não queres partilhar? Fiquei muito curiosa para ouvir mais!

Citação de: jcunha12 em 31 dezembro, 2013, 18:55
da noite para o dia os livros mudavam de posição na secretária, até os marcadores de página, os tinteiros deixados abertos apareciam fechados, as jarras com flores apareciam com um arranjo diferente , as contras interiores da janela virada a nascente apareciam entre-abertas; estes fenómenos foram discretamente testados  , várias vezes, ao longo dos anos , e não ficou dúvida de que não havia intervenção dos residentes.

a entidade deve ser feminina e quer manter a casa em ordem...  :D

Boa noite
já passaram vários meses desde que aqui relatei o que há muito se passa numa antiga casa da minha família e agora da minha irmã; ainda há poucas semanas almocei lá com ela e falamos do assunto. Continuam a acontecer pequenos "incidentes" que em nada perturbam a "coabitação" da minha irmã com o "hospede". A minha irmã já tentou captar sons ou imagens com camaras ou detentores de movimentos; o melhor que conseguiu foi fotos dos gatos a passarem pela casa. Mas depois da nossa conversa ela faloucom uma antiga criada da casa, agora co perto de 80 anos, mas bem lúcida ; ela residiu lá em casa até 1964, quando faleceu o proprietário , que conhecia toda a história da casa ; pelo que a tal senhora disse, o dono da casa ( meu tio-avô) , contava que no início do sés XX foi hospedada lá em casa uma senhora, para se proteger de perseguições políticas que a família dela sofria, incluindo ameaças de morte. Essa "hospede" apareceu morta, com sinais de ter falecido há alguns dias, num período em que os donos estavam ausentes ; essa senhora tinha lá uma criada que a terá abandonado.
Conhecendo este relato investigue velhos papeis lá de casa, cartas e apontamentos, e essa senhora realmente residiu lá, e , pelo menos em Novembro de 1935 estava lá porque existe uma carta para ela,  remetida pelo irmão ( general ,ex-ministro , e pessoa muito influente na Primeira República) e conotado com a maçonaria, que nessa altura o ameaçaria, por ter manifestado a intenção de abandonar essa organização; na carta ele diz mesmo à irmã que evite contactá-lo para não descobrirem onde se encontra.
Continuo a procurar novos dados, embora admita que o que se passa na casa poderá não ter qualquer ligação com a senhora que lá esteve hospedada, e lá morreu abandonada, há cerca de 80 anos.



sofiagov
Excepcional...que história divinal....Obrigado pela sua partilha...