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  • A Vampira
    Iniciado por Jeff London
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Jeff London
Tudo o que existe, tem uma fantástica capacidade de adaptação. Inclusive o ser humano. Vejam, como até mesmo os contos se adaptam às respectivas épocas. Hoje, os vampiros são gente boa, nem de longe lembram seres demoniacos, e se forçar mais um pouquinho... podemos encontrá-los até mesmo em Shopping centeres. Não é assim a vampira que conheço...
O meu primeiro encontro com Dalmiska aconteceu numa festa... muito tempo atrás. Eu estava com uma jovem amiga, sentado embaixo de um antigo quiosque renascentista, que estava cravado elegantemente no meio de um pequeno jardim perdido no bosque, por onde se chegava através de uma discreta e pequena alameda. Quando Dalmiska se apresentou a mim, violentamente!... Senti quando um vento rápido e frio cortou próximo aos meus cabelos, lançando salpicos quentes de sangue no meu rosto. E então, o corpo da jovem moça que estava ao meu lado, caiu inerte e ainda quente no chão, já sem cabeça. Não sei a paralisia que me sobreveio fora obra de Dalmiska ou do terror que me acometera naquele momento. Seja como for, não podia esboçar nenhuma reação, que não fosse observar ali, sob a luz das estrelas, Dalmiska ostentar a cabeça da jovem donzela, como se esta fosse uma maçã do amor, que se aspira o doce hálito açucarado.
Dalmiska é sim, uma mulher linda. Mais alta do que a maioria das mulheres daquela época, os traços finos parcialmente escondidos atrás de uma vasta cabeleira ondulante, quase crespa, variando de um dourado a pardo. Transpirava volúpia, os olhos extremamente azuis me olhavam lascivamente e pareciam rasgar a minha alma de cima até embaixo. Mas a sua pele era rude, e a sua roupa ainda trazia a terra negra vinda da sua sepultura. Ela me tocou, pegou-me pelo pescoço - julguei que seria o meu fim - mas ela não o fez, apenas jogou-me nas costas, como se eu não pesasse mais do que cinco quilos, e andou comigo, pacientemente, pela floresta.
Chegamos a um velho cemitério abandonado no meio das árvores, cujos túmulos já haviam sido tomados, há tempos, pela vegetação e pelos escombros. Ali ela me jogou numa cova, cujo caixão aberto me aguardava, e dentro dele deitou-se comigo, e o fechou. Ela não podia ficar muito tempo longe da terra que a cobria, e precisava de sangue vivo para sobreviver. Sangue de gente, nunca de animais.
Ela não me matou naquele dia, nem me transformou num ser condenado. Ao invés disso, enfiou a mão em sua boca, desçeu com ela até a garganta, chegando a enfiar o braço todo pela boca, e trouxe o seu coração até mim. E m'o ofereceu. Ele não batia... na verdade era seco, e as veias que ainda o ligavam àquele corpo, pareciam raizes retorcidas e duras. Eu tive uma profunda pena dela naquela hora...
Pois é... isso é ser vampiro. Dizem que eles não tem alma... Têm sim, mas a alma dela está condenada a não abandonar o corpo morto. E se ela não o irrigar com sangue vivo, vagará com ele em estado de putrefação eterna. Então, com uma voz engasgada, ela fez um pacto comigo... também, há muito tempo...
Ela saciaria a sua sede em mim, sem nunca me matar... ao contrário... me dando longevidade sobrenatural, se eu fosse dela, e apenas dela! Eu me adaptei a ela, e a essa situação. Não tive muitas escolhas.
Assim, em determinados dias do mês, ela se arrasta furtivamente até mim, no forma de uma grande ratazana... ou voa... semelhante a uma coruja ou morcego... e me busca para aquecer aqueles braços frios.
Existe uma cripta subterrânea, num lugar secreto, onde ela erra por toda a eternidade, alimentando-se de terra e sangue... o meu sangue, e, às vezes... outros sangues...
Se há alguém por ai, que realmente queira se tornar um vampiro... um vampiro real! É só entrar em contato comigo, que os apresentarei a Dalmiska.