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  • Experiência de quase-morte
    Iniciado por Jeff London
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Jeff London
Essa experiência foi-me relatada por uma senhora humilde e iletrada, que ganhava a vida catando papel próximo à minha casa. Ela mal sabia escrever o seu nome - na verdade, acho que ela não sabia - e ao contar-me o seu relato, não raras vezes parava, tendo os pêlos dos braços totalmente arrepiados, e os olhos marejados de água.
Ela relatou a mim e àqueles que estavam comigo que, quando jovem, teve o corpo quase todo queimado (de fato isto é perceptível), e foi parar num hospital.
Ela se lembra de ter sentido uma leveza extraordinária, e um bem-estar indefinível, que a levou a acordar assustada num imenso descampado verde. Ela descreve como uma campina sem fim, de onde não consegue se divisar o horizonte, de um verde que ela nunca havia visto, e que ainda não viu igual, e de algumas árvores imensas, de troncos absurdamente grossos, que se espalhavam num ou noutro lugar. Maravilhada ela começou a caminhar - humilde, ele nem imaginava que teria morrido, e nem tratava aquilo como algo sobrenatural - ela apenas acordou num lugar estranho e tinha de voltar pra casa.
Logo, encontrou uma pequena estrada, que ela, com a simplicidade de uma criança, julgou ser a que a levaria para casa. Ali, segundo ela, andou por mais de horas, disse-me que talvez umas três horas. Seja como for, teve tempo para admirar a paisagem, refletir sobre ela, respirar do ar daquele lugar, olhar o céu, as nuvens se movimentando nas alturas, as folhas agitadas pelo vento. Ah... e ela me disse que era maravilhoso. Não havia como me contar da maneira que ela desejava, e a paz que sentia não era a paz que a gente conhece, e tentar usar como paralelo para entendê-la, era uma paz desconhecida e profunda, um sentimento todo novo e inexprimível.
Assim ela andou... havia um rio singelo, e uma linda ponte arcada que o atravessava. Depois disso, enormes pedras descansavam debaixo das árvores, e sobre uma delas, havia um homem. Ela o descreveu como uma pessoa branca, túnica branca e uma espécie de pequeno chapéu ou gorro... ela não soube dizer bem. Ela atravessou o rio e foi ao seu encontro.
Ele a esperava sorrindo, e disse que estava ali justamente esperando que ela chegasse. Ela fez a pergunta derradeira:
- Como volto pra casa, senhor? - Afinal, era o que ela procurava, desde o início de sua caminhada...
Ele simplesmente respondeu:
- Se voce voltar pelo mesmo caminho, voltará pra casa, mas ao encontrar uma outra estrada pelo meio, não a tome...
Então ela voltou, mais três horas de caminhada... e me disse sorrindo, que ao ver a estrada que tomava o rumo do meio, virou a cara e nem teve coragem de olhar pra ela. Apressou os passos e tomou o caminho original.
De repente pareceu cair... caia e caia, até acordar entorpecida e fria por sobre a cama.
ela acordou sobre a cama, tendo um senhor a observa-la atento, com um ar pesado e completamente aturdido. Este senhor gritou no corredor para que todos viessem vê-la, e muitos chegaram admirados. De acordo com o que ela conta, ela já havia sido dada como morta há duas horas, e um pequeno terço já estava enrolado em seus dedos.
Trinta anos depois disso tudo, ela conta que teve uma hemorragia grave. havia alguns tumores em seu útero, e ela foi parar no hospital. Ela conta que a deixaram esperando muitas horas numa maca no corredor, e cada médico que passava e a examinava, dizia sem cerimônias para o colega ao seu lado que o caso dela era perdido, era só uma questão de tempo... não faziam questão sequer de esconder dela a situação que julgavam perdida.
A levaram para a sala de cirurgia, e ela disse que muitos médicos vieram para ver a situação dela. Colocaram um pano na altura de sua barriga, para tampar a visão dela do umbigo para baixo e começaram a examinar e a fazer procedimentos...
De repente começaram a ficar agitados, um dos médicos saiu correndo e disse que era pra alguém chamar o médico chefe, pois havia uma hemorragia muito forte e grave.
Ela jura que nesse momento um homem de branco entrou na sala. Já chegou sorrindo pra ela, passou ignorando todos a sua volta e prostou-se na cabeceira da maca onde ela estava. Ela julgou, no início, ser o tal médico que foram chamar, porém, logo ela percebeu que ninguém na sala o via, era como se ele não estivesse ali.
Olhando nos olhos dela, ele colocou a mão dele sobre a dela, que neste momento estava com os braços abertos recebendo soro e medicamentos, e disse agradavelmente: ... - não será desta vez, de novo. - E assim ele saiu, do mesmo jeito que entrou, como uma pessoa normal, mas imperceptível.
Ela então se lembrou, imediatamente, que se tratava do mesmo homem que ela encontrou na campina verdejante do outro lado da vida, sentado sobre a pedra, como se vê no relato anterior em que ela mesma conta.
Ela está aqui até hoje. Creio que o que ela me disse foi verdade, pela forma que ela conta, a emoção que transpira, a certeza que trás nos olhos. Não penso que uma senhora de 71 anos, iletrada e extremamente simples possa ganhar alguma coisa contando coisas assim.
Ela se levantou, pegou o seu velho carrinho de madeira cheio de papelões e garrafas velhas, um pequeno cachorro amarrado a um cabo, e seguiu a sua vida, cantando e sorrindo, como ela sempre faz quando passa lá na rua da minha casa. Alguma coisa ela ganhou, mas não foi de nenhum ser humano... quem de nós pode fazer alguém que nasceu pra ser triste, feliz? Mas por que, alguém que teria uma vida tão miserável materialmente, teve a chance de retornar duas vezes a esta vida? Não seria melhor que ela tivesse partido para a bela campina além da eternidade?
Mas se fosse assim, o que seria de nós, sem conhecer o relato que ela contou, ouvir as coisas que ela viu? Talvez tenha sido essa a missão dela, viver 7 décadas só para contar uma estória que traria esperança e admiração para algumas poucas pessoas, entre elas, eu. Mas de fato, analisando bem a situação, e passando de boca em boca como tem passado, e de site em site, o seu relato em breve atingirá milhares de pessoas, e assim estatisticamente mudará a vida de centenas, e acenderá uma luz na escuridão de muitos.
Algumas pessoas vivem uma vida inteira sem fazer nada para ninguém. Essa mulher, com toda a sua humildade financeira, mesmo sem saber, já acendeu uma luz para muitos, hoje.
Talvez tenha sido essa a sua missão... quem pode dizer que isso é pouco?


Ligeia
#1
Olá Jeff London. Já me apercebi que gostas bastante de escrever e que tens criatividade. Este é mais um dos teus contos? Deverias ter aberto o tópico no quadro "Literatura" (como fizeste para o "A Vampira"): https://portugalparanormal.com/index.php/board,62.0.html

É que assim podes induzir algum participante mais distraído em erro quando o que procuras é divulgar o que escreves.
Cumprimentos.

Jeff London
#2
Olá...
Bem, respondendo ao que me disse. Sim, eu gosto muito de escrever, e gosto realmente de inventar histórias. Mas eu não entendo por que isso faz com que qualquer relato que eu poste aqui seja uma história inventada, mesmo eu postando em "relatos". Já percebi esse tipo de atitude em outras pessoas... e lamento por isso...
Passa-me a impressão que achas que sou um mentiroso, só porque gosto de escrever histórias. Seja como for, você decide se devo ou não postar aqui.
Tenho uma carga muito grande de experiências que vocês chamam de paranormais, grande até mesmo para este site. Há muitos outros lugares na net onde posso conta-las, ou talvez nem mesmo isso... certas coisas devemos guardar connosco mesmo, talvez o mundo e as pessoas ainda não estejam preparadas para elas... assim como todo o resto.

Jeferson.

Mensagem alterada devido à reincidência de erros ortográficos.Por favor utilize o verificador ortográfico que o Fórum dispõe.Consultar Regras Gerais do Fórum, alínea 24. Obrigado.

Ligeia
As palavras são tuas, não minhas  ;)

A única coisa que se pretende é a distinção entre aquilo que é ficção daquilo que é experiência concreta ou conto inspirado nessas experiências. O modo como escreves remete-nos para um exercício mais literário do que propriamente de partilha.
No caso deste "Experiência de quase-morte" em que ficamos? Mero conto? Conto inspirado em vivência? Experiência tida?

Cumprimentos.

Jeff London
O relato sobre " experiência de quase-morte" é um relato verídico... como a minha própria narração com "cunho literário" deixa transparecer várias vezes. 
Quanto aos erros ortográficos... o meu português é o brasileiro. E como não é segredo para o mundo, a nossa educação aqui é cronicamente relegada ao décimo quinto ou décimo sexto plano... questão histórica e cultural mesmo, sabe? Infelizmente.
Mas por que devo me preocupar com isso? Esse mundo é breve, e já tem dono, pelo menos aqui no BraZil é das elites... Ocupo-me mais com o "outro mundo", ainda que ele seja só uma ilusão ou devaneio... ou seja, nada diferente do que já dispomos aqui, neste.

Ortografia já verificada

#5
Citação de: Jeff London em 22 janeiro, 2013, 09:38
O relato sobre " experiência de quase-morte" é um relato verídico... como a minha própria narração com "cunho literário" deixa transparecer várias vezes.  
Quanto aos erros ortográficos... o meu português é o brasileiro. E como não é segredo para o mundo, a nossa educação aqui é cronicamente relegada ao décimo quinto ou décimo sexto plano... questão histórica e cultural mesmo, sabe? Infelizmente.
Mas por que devo me preocupar com isso? Esse mundo é breve, e já tem dono, pelo menos aqui no BraZil é das elites... Ocupo-me mais com o "outro mundo", ainda que ele seja só uma ilusão ou devaneio... ou seja, nada diferente do que já dispomos aqui, neste.

Ortografia já verificada

Bom dia Jeff,

Percebo perfeitamente que estejas nas tintas para o corrector ortográfico, realmente é uma chatice, termos que nos corrigir constantemente.

Mas por acaso sabes o porque nos preocupamos com a ortografia? Eu explico; existem programas de informática para deficientes visuais, mas não consegue ler se não for escrito correctamente.

Não tens desculpa por seres brasileiro, pois o corrector poderá corrigir o português do Brasil, ou o português de Portugal.

Neste caso, não cometer erros ortográficos é uma maneira de não sermos egoístas, valeu?

Um abraço
"Somos seres espirituais com corpo físico, e não seres humanos que buscam a condição espiritual." (Sara Marriott).

Citação de: Jeff London em 21 janeiro, 2013, 18:52
Olá...
Bem, respondendo ao que me disse. Sim, eu gosto muito de escrever, e gosto realmente de inventar histórias. Mas eu não entendo por que isso faz com que qualquer relato que eu poste aqui seja uma história inventada, mesmo eu postando em "relatos". Já percebi esse tipo de atitude em outras pessoas... e lamento por isso...
Passa-me a impressão que achas que sou um mentiroso, só porque gosto de escrever histórias. Seja como for, você decide se devo ou não postar aqui.
Tenho uma carga muito grande de experiências que vocês chamam de paranormais, grande até mesmo para este site. Há muitos outros lugares na net onde posso conta-las, ou talvez nem mesmo isso... certas coisas devemos guardar connosco mesmo, talvez o mundo e as pessoas ainda não estejam preparadas para elas... assim como todo o resto.

Jeferson.

Mensagem alterada devido à reincidência de erros ortográficos.Por favor utilize o verificador ortográfico que o Fórum dispõe.Consultar Regras Gerais do Fórum, alínea 24. Obrigado.



Acho que não percebeste que, indirectamente, a Ligeia deu um elogio à tua escrita, sugerindo-te a págima da literatura....

E também eu te faço a pergunta? onde queres ficar?
Templa - Membro nº 708

Olá Jeff,

Sei exatamente como te sentes, mas digo que não precisas de tanto. Também já sofri críticas pela forma que escrevo e sempre escrevo sobre fatos reais, mas se faço poesia, posto em poesia, se faço prosa, posto em prosa, se faço uma partilha de efc posto no quadro de efc, se faço uma partilha sobre mediunidade, posto no quadro sobre mediunidade, etc...

A Ligeia é talvez uma das melhores pessoas que tive a oportunidade de me relacionar e verás o grande coração que ela tem, certamente te fez um elogio e apenas quer te guiar nos caminhos do fórum, não por em dúvida o que dizes nos escritos, apenas deixaste dúvida se era ficção ou fato real. Já disseste que é fato real, mas como o escreveste tão bem, agora basta dizer se queres permanecer em literatura ou ir para EQM.

Devo dizer que é muito lindo teu relato.

Beijos,
Após ter sentido o gosto de voar, você há de andar para sempre na terra com os olhos voltados para o céu, pois esteve lá, e, para lá, sempre há de desejar voltar.
                                        Leonardo da Vinci