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  • O Caso de Marta Lorenz-Brasil
    Iniciado por MissTiny
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Maria Januária de Oliveira (conhecida familiarmente como Sinhá ou Sinhazinha) nasceu aproximadamente em 1890, filha de um próspero fazendeiro do Rio Grande do Sul, Estado do extremo sul do Brasil. A propriedade de seu pai fica a umas doze milhas a oeste do vilarejo de Dom Feliciano, que, por sua vez, está a cerca de uma centena de milhas a sudoeste de Porto Alegre, a maior cidade e o maior porto do Estado. Sinhá —para usar o nome pelo qual é a maior parte das vezes designada — gostava da vida do campo nas terras de seu pai, nas quais cresceu. Apesar disso, parece ter sofrido de solidão, devido ao relativo isolamento do local. Ela ia frequentemente à vila de Dom Feliciano onde usufruía a amizade de Ida Lorenz, esposa de F. V. Lorenz, professor do distrito. Duas vezes Sinhá se apaixonou por rapazes que seu pai não aprovou. Um dos rapazes suicidou-se.Por ocasião da segunda dessas frustrações, Sinhá caiu em estado de melancolia. O pai arranjou-lhe uma viagem para espairecimento à cidade praiana de Pelotas, onde ela passou o Carnaval, porém pouco interessada. Descuidava-se de si mesma, saindo no frio e na chuva sem agasalho suficiente, tendo contraído,posteriormente, uma grave infecção nos pulmões e laringe. Sua moléstia foi diagnosticada como tuberculose, e alguns meses depois veio a falecer. No leito de morte, ela confessou a Ida Lorenz que desejava morrer e que procurou apanhar a moléstia. Prometeu então à sua amiga querida que retornaria e que nasceria como sua filha. Sinhá predisse ainda que "quando eu renascer e estiver em idade de poder falar no mistério do renascimento no corpo de uma menininha, que será sua filha, contarei muitas coisas sobre minha presente vida, e assim você ficará sabendo a verdade." Sinhá faleceu em Outubro de 1917, um dia depois de haver feito aquela notável declaração.Tinha cerca de 28 anos de idade.Dez meses depois, em 14 de agosto de 1918, Ida Lorenz deu à luz uma filha, Marta.Quando Marta tinha dois anos e meio, começou a falar sobre fatos da vida de Sinhá. Fez a primeira alusão a este assunto a sua irmã mais velha, Lola.
Apresento aqui, a narrativa do Sr. F. V. Lorenz sobre as primeiras declarações feitas por Marta a Lola e a ele:Um dia, quando Marta tinha dois anos e meio, ao voltar com Lola de um riacho próximo à sua casa, onde estiveram lavando roupa, ela pediu à irmã: '"Lola carregue-me nas costas."A irmã que (como todos os nossos filhos e vizinhos) nada sabia a respeito da promessa da moça
falecida (de retornar) respondeu: "Você sabe andar muito bem. Não preciso carregar você."Ao que Marta respondeu: "Quando eu era grande e você pequena, eu costumava muitas vezes carregar você.""Quando você era grande?"
perguntou Lola, rindo.Então a pequenina respondeu: "Naquele tempo eu não morava aqui; morava longe, num lugar onde havia muitas vacas, bois e laranjas e onde havia também animais que pareciam cabras mas que não eram cabras". (Ela se referia a carneiros).Estas palavras descreviam a fazenda dos paia da falecida Sinhá, no interior.Assim conversando,Lola e Marta foram andando e chegaram em casa. Então Lola nos contou aquelas ideias esquisitas de sua irmãzinha, e eu lhe disse: "Filhinha,nunca morei lá onde você disse que morou".Ao que ela retrucou:"Sim, mas naquele tempo eu tinha outros pais."Uma outra irmã da Marta disse, então, brincando: "E você tinha uma empregadinha preta como a que temos hoje?" (Ela estava se referindo a uma pretinha órfã que minha mulher e eu tínhamos recolhido).A menina não se atrapalhou e respondeu: "Não. Nossa empregada preta lá já era grande, como também a cozinheira; mas tínhamos um pretinho, e um dia ele esqueceu de ir buscar água e meu pai lhe bateu." Ao ouvir isto, disse eu: "Eu nunca bati em nenhum preto, filhinha."Ela retrucou: "Mas foi o meu outro pai quem bateu nele. E o pretinho gritou para mim: "Sinhazinha,
ajude-me!" e eu pedi a meu pai que não lhe batesse e o negrinho saiu correndo para buscar água".Então eu a interroguei: "Ele trouxe a água do riacho?""Não, papai",explicou Marta, "não havia nenhum riacho lá. Ele trouxe a água de um poço." (Isto estava correto, quanto à casa de Sinhá)."Quem era esta Sinhá ou Sinhazinha?" perguntei."Era eu. Mas naquele tempo eu tinha outro nome. Meu nome era Maria e eu tinha mais um outro nome de que não me lembro agora."F. V. Lorenz refere era seu relatório que, na ocasião em que Marta começou suas declarações, nem Lola nem nenhum dos outros irmãos e irmãs mais velhas de Marta sabiam da predição de Sinhá de que retornaria na família Lorenz. F. V. Lorenz e sua esposa parece que tinham ocultado cuidadosamente esta informação aos outros filhos,esperando observar o que iria acontecer com Marta espontâneamente. Depois de seus comentários com Lola e o pai, Marta continuou a fazer, em outras ocasiões, nada menos de 120 declarações isoladas, sobre a vida de Sinhá ou reconhecimentos de pessoas conhecidas de Sinhá. F. V. Lorenz tomou notas detalhadas dessas declarações.
Infelizmente ele as escreveu em taquigrafia alemã, incompreensível para qualquer outro membro da família que, desconhecendo sua importância, desfizeram-se delas. Pouco tempo depois deste contratempo, F. V. Lorenz escreveu de memória suas recordações sobre o caso, as quais publicou em 1946. Ao fazê-lo, porém, omitiu muitas informações conhecidas de outros membros da família, que ainda se lembravam das declarações de Marta. O irmão mais velho de Marta, W. Lorenz, coligiu alguns desses itens adicionais,e alguns mais foram registrados por ocasião de minha visita ao Brasil, em 1962. Na tabulação do sumário das declarações, omiti todos os testemunhos discrepantes e os não verificados, ou fiz comentários sobre essas deficiências quando achei conveniente conservar algum item sobre o qual havia dúvidas.Se tivesse sido possível publicar os 120 itens anotados por F. V. Lorenz na época, o caso de Marta ter-se-ia tornado o mais bem testemunhado e o mais completamente documentado de todos os casos sugestivos de renascimento até então observados em uma criança. Os leitores têm agora diante de si apenas uma parte do material anteriormente disponível. Grande parte desse material consiste nas declarações de Marta acerca de minudências sobre a vida de Sinhá, já conhecidas pela família Lorenz. Mas uma pequena parte das declarações verificadas relacionava-se com assuntos inteiramente desconhecidos de F. V. Lorenz, de sua esposa e dos outros filhos da família.Ao que parece, Marta falava muito na casa de Sinhá e muitas vezes pediu para ir lá. Mas seu pai, na verdade,não lhe satisfez este desejo até que ela tivesse doze anos de idade,época em que ela deixou de falar muito na vida de Sinhá. Ema Bieszczad (uma das irmãs mais velhas de Marta) declarou que C. J. de Oliveiro somente soube do suposto renascimento de sua filha por ocasião desta visita, e que sua mulher jamais fora informada. Parece provável que, por alguma razão, F. V. Lorenz não achou conveniente falar, antes, a C. J.de Oliveiro acerca das declarações de sua filha (de Marta).
Entre as idades de sete e dez anos, Marta gradualmente deixou, espontâneamente, de falar muito sobre a vida de Sinhá. Ela cresceu, casou-se e teve filhos. Em 1962, estava morando em Porto Alegre, onde passei algumas horas com ela. Esquecera ela muito coisa da vida de Sinhá, mas não de tudo, certamente, e diz que ainda conserva algumas vividas lembranças de acontecimentos sucedidos com Sinhá, muito especialmente das últimas cenas de sua vida e de sua morte por tuberculose.

Fonte:Sobrenatural.org