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  • da alma dos animais e de cantigas
    Iniciado por chacalnegro
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Se eu achasse que a missa elevava a alma, até o faria :laugh: :laugh: :laugh:

chacalnegro
Citação de: maxx2 em 04 abril, 2012, 19:12
Se eu achasse que a missa elevava a alma, até o faria :laugh: :laugh: :laugh:
De quem, do teu cão?

Ligeia
#17
A Igreja como um todo creio que será omissa na questão dos animais e da alma (têm mais com que se preocupar, por certo...). Fui educada em meio jesuíta e em ética debatia-se bastante a questão do direito dos animais... Nunca mais me esqueço da serenidade do Padre Costa Cabral ao afirmar que os animais não têm direitos e ter aguardado calmamente pelas reacções e só depois explicar o porquê da afirmação (os bichos não têm direitos por não terem - entre várias coisas - personalidade jurídica nem livre-arbítrio) O mesmo se aplicava à alma... Estamos a tentar encaixar os animais nos atributos humanos e isso torna a discussão errada e falaciosa à partida. Diziam os jesuítas que eu cá cada vez sei é menos  :P


chacalnegro
Citação de: Ligeia em 04 abril, 2012, 19:36
A Igreja como um todo creio que será omissa na questão dos animais e da alma (têm mais com que se preocupar, por certo...). Fui educada em meio jesuíta e em ética debatia-se bastante a questão do direito dos animais... Nunca mais me esqueço da serenidade do Padre Costa Cabral ao afirmar que os animais não têm direitos e ter aguardado calmamente pelas reacções e só depois explicar o porquê da afirmação (os bichos não têm direitos por não terem - entre várias coisas - personalidade jurídica nem livre-arbítrio) O mesmo se aplicava à alma... Estamos a tentar encaixar os animais nos atributos humanos e isso torna a discussão errada e falaciosa à partida. Diziam os jesuítas que eu cá cada vez sei é menos  :P


Sim, talvez seja a resposta mais coerente. Não têm livre arbítrio porque estão no estado de pureza original da criação. Ir mais além disso é, de facto falacioso.

Citação de: chacalnegro em 04 abril, 2012, 19:32
De quem, do teu cão?

Sim, claro, dele.
A minha está irremediavelmente perdida :laugh: :laugh: :laugh:

chacalnegro
Citação de: maxx2 em 19 maio, 2012, 11:44
Sim, claro, dele.
A minha está irremediavelmente perdida :laugh: :laugh: :laugh:
Irremediavelmente perdida porquê?

Citação de: chacalnegro em 19 maio, 2012, 11:56
Irremediavelmente perdida porquê?
Ao longo da nossa vida, somos obrigados a tomar decisões. Algumas das quais e quando amadurecemos, parecem-nos estranhas, já para não dizer erradas.

Mas, vamos vivendo, por vezes achando que fizemos mal, outras vezes contestanto esta ordem social, e minimizando o impacto dessas decisões.

Contudo, e a ser verdade que o arrependimento "limpa" de alguma forma "os nossos pecados", a minha estará irremediavelmente perdida, porque apesar da dualidade acima, por algumas dessas decisões, eu não me arrependo de as ter tomado.

Todas elas fazem de mim o que eu sou.

Pelo que.... Cá estarei novamente noutra vida >:D >:D

chacalnegro
#22
Citação de: maxx2 em 19 maio, 2012, 12:13
Ao longo da nossa vida, somos obrigados a tomar decisões. Algumas das quais e quando amadurecemos, parecem-nos estranhas, já para não dizer erradas.

Mas, vamos vivendo, por vezes achando que fizemos mal, outras vezes contestanto esta ordem social, e minimizando o impacto dessas decisões.

Contudo, e a ser verdade que o arrependimento "limpa" de alguma forma "os nossos pecados", a minha estará irremediavelmente perdida, porque apesar da dualidade acima, por algumas dessas decisões, eu não me arrependo de as ter tomado.

Todas elas fazem de mim o que eu sou.

Pelo que.... Cá estarei novamente noutra vida >:D >:D
Tudo isso depende do peso que essas decisões tiveram sobre terceiros. Não sei se haverá mais vidas para redimir o que e faz nesta. Ma cada um é juiz de si próprio. ;)

#23
Qualquer decisão que tomes, interfere com terceiros.
Em maior ou menor grau.
Mas eu ainda não sei se acredito, que as decisões de alguém, sejam as responsáveis pelo desenrolar da vida de outrem.
Exemplo: Não é pelo facto de A deixar B que é responsável pelo B.
Digo eu.
Isto se pensarmos que cada um de nós tem o seu caminho.
Na verdade, o peso das nossas decisões, só é mensurável em nós próprios.

Ligeia
Desculpem "meter a foice em seara alheia", mas... As nossas decisões, na sua esmagadora maioria, têm impacto na vida de terceiros - e não nos podemos desresponsabilizar por isso, que é o que cada mais se vê neste mundo.
Se eu não respeitar um stop e com isso albaroar alguém, causando-lhe a morte ou incapacidade, sim sou responsável (posso é "desculpabilizar-me" com a não intencionalidade do acto e outras "balelas" morais, legais, psicológicas,...). Se A deixar B, o novo rumo de B será, em parte, da responsabilidade de A - no sentido em que A originou uma "força motriz" na vida dessa pessoa, que é dotada de livre arbítrio, mas que também está sujeita ao determinismo que a sociedade, biologia, e outros factores acarretam. É uma espécie de "teoria do caos" aplicada não aos fenómenos globais/planetários, mas sim à escala humana e pessoal. Repare-se nas medidas de austeridade que, na Grécia, levaram ao suicídio de uma pessoa em frente ao parlamento... Foram as medidas por si só (ou melhor, quem as delineou) que levaram a tal acto? Provavelmente não, mas foram a gota d'água, o quinhão que fez transbordar o desespero, e deve ser tido em conta e alvo de reflexão por parte de quem age em prol da economia e do respectivo poder.
Estes são exemplos deveras parcos; pensemos em todas as acções - das mais simples (como a escolha de um local para tomar café, por exemplo) até às mais complexas - e veremos que todas as nossas opções causam impacto em terceiros, quer estes tenham (ou não) consciência disso. Sejamos chefes de estado, padeiros ou "simplesmente" indivíduos embrenhados na nossa esfera exclusivamente pessoal.
Não nos desresponsabilizemos, que é a via mais fácil e alegremente ligeira, ponderemos mais e melhor quando agimos para com os outros, tentemos avaliar qual o nosso impacto nas suas vidas. Mas, como é óbvio, sem cair em fatalismos nem desmesuras: somos responsáveis, em grande medida, sim - não somos é carrascos da liberdade e vontade dos outros.

Já agora, se me permites, Maxx2, qual é a medida de mensurabilidade a que te referes no que respeita ao peso das nossas decisões nas nossas próprias vidas? Confesso que o teu post me deixou com uma sensação de contradição, mas talvez se deva a mau entendimento meu, desculpa desde já... :)

chacalnegro
Excelente ponto de vista Ligeia. Partilho da tua opinião a 100 por cento. Como a preguiça me invadiu, faço minhas as tuas palavras. ;)

Ligeia
Obrigada, Chacalnegro, mas é apenas uma opinião "abelhuda"  ;D

#27
Citação de: maxx2 em 19 maio, 2012, 15:44
Qualquer decisão que tomes, interfere com terceiros.
Em maior ou menor grau.
Mas eu ainda não sei se acredito, que as decisões de alguém, sejam as responsáveis pelo desenrolar da vida de outrem.
Exemplo: Não é pelo facto de A deixar B que é responsável pelo B.
Digo eu.
Isto se pensarmos que cada um de nós tem o seu caminho.
Na verdade, o peso das nossas decisões, só é mensurável em nós próprios.

Mas eu acho que as nossas decisões interferem com os outros.
Não seria assim, se não vivéssemos em comunidade/sociedade.
Agora, eu acho que cada um de nós é responsável pelas suas próprias decisões. E estas vão ver a sua medida e os limites da sua medida, em nós próprios.
Falaste num caso extremo de albarroar e eventualmente matar alguém.
Na vertente social, vamos ser condenados, presos e sofrer as atrocidades correspondentes ao nosso erro.
Na vertente espiritual, a outra pessoa pode morrer, mas, (e claro que estou a considerar que estou a falar de pessoas normais, com consciência) e quem mata outra pessoa? Como é que vai viver o resto da sua vida?
E se o fez propositadamente? Mais cedo ou mais tarde, a medida da sua acção vai fazer sentir-se em si própria, ou nos seus descendentes ou ascendentes.
E ainda numa esfera espiritual, talvez não tenhamos sido nós a estar no local àquela hora, para causar mossa na outra pessoa, mas a outra pessoa a estar ali, para nos causar mossa a nós.
Ou talvez Deus tenha disposto de nós como meros instrumentos.
Eu sei que ao leres isto, a primeira reacção vai ser: Este maxx2 está louco  ::) ::)
Eu acho, na minha humilde opinião, que nem tudo o que é reconhecivel ao sentido da visão, é dado certo.

Claro que são pensamentos e esboços de algo que, nem sei se com a morte, conseguirei compreender.
Por vezes, é mais fácil olhar para as coisas e para as situações, preto no branco, sem pensar em dimensões extra a nossa.
Aí, sim, teria que dizer que não poderíamos sequer espirrar, porque tal acto poderia contaminar uma pessoa que estivesse junto de nós, com um sistema imunologico frágil, e causar-lhe a morte.

Voltei só para dizer mais uma coisa.
Concordo contigo que a situação económica está um caos. Mas estamos a falar de uma esfera social e economica.
Para mim, e afirmo, é a minha opinião e vale o que vale, a única pessoa responsável pelo suicidio é ela própria. Absolutamente mais ninguém.
Não há nada que justifique uma tomada de decisão desse nível.
Antigamente, as pessoas viviam em estados muito mais precários do que os actuais.
Os meus avôs passaram fome, porque na época deles não havia comida à farta, trabalharam pela noite dentro para conseguirem ter um tecto e comida na mesa, e quem diz eles, diz muitos dos nossos avôs e até pais de alguns de nós.
E não foi por isso que se suicidaram.

Ligeia
Grata pelo teu esclarecimento Maxx2, compreendi agora melhor ao que te estavas a referir  ;)
No entanto, creio que compartimentar excessivamente as esferas do que somos retira-nos significado. O senhor grego que se suicidou, de acordo com os media, fê-lo por causa das medidas de austeridade (esfera socio-económica); como é óbvio não foram nem a troika, nem a dupla Merkel-Sarkozi quem lhe encostou a arma à cabeça...Mas que tiveram o seu papel, é indubitável. Choca-nos é demais essa "possibilidade" e recusamo-la pelas implicações que acarreta.
Porém, quantas outras esferas o "empurraram" para o gesto final? Pena é que o senhor não tenha apenas suicidado as suas dificuldades materiais, tendo antes levado "tudo" nesse gesto desesperado (a parte espiritual, a alma, os afectos e vivências, etc - o não palpável e menos "visível"). No caso do suicídio a última palavra é sempre de quem o executa, mas tal não significa que as atitudes dos outros sejam descartadas como um motivo menor, que a força de viver do próprio não soube contornar. Com o devido respeito, os teus avós seriam jovens adultos quando lutaram pela sua sobrevivência, tinham sonhos e planos pela frente... Este homem, o que tinha já no ocaso da sua vida?... Perdeu tudo em nome de uma figura monstruosa e estranha (chama-lhe crise, recessão, perda de fé, o que queiras)...
Numa análise imediata terás razão: somos os únicos responsáveis, mas precisamente em nome das múltiplas dimensões que encerramos em nós, não poderemos jamais arcar sozinhos com o peso da nossa existência. E não podemos, também, fazer dos outros os tais carrascos do nosso "destino". Uma coisa é certa, não estamos sós (entram aqui os outros, Deus, a vida e a morte), por isso não me parece correcto que queiramos assumir sozinhos aquilo que nos é dado.
Agora aproveito para fazer tuas as minhas palavras: é a minha humilde opinião e provavelmente pensarás que o meu lugar é num manicómio  ;D

De todo. É um prazer trocar ideias contigo. :)
E com qualquer pessoa que tenha a tua postura. A de escutar a opinião dos outros.
Pena que nos dias que correm torna-se cada vez mais difícil conseguir este tipo de "debate".

E sim, os meus avôs eram novos. E faleceram idosos.
Mas imagino, nao posso saber porque nem sequer tenho filhos, que o desespero de uma mãe, sem dinheiro para sustentar os filhos ou comida para lhes dar, seja maior que o desespero do senhor.
Nao querendo julgar o desespero dele, porque isso é coisa que nao se mede.

Todos os dias temos que lutar. Interiorizar o que o dia nos dá e tira, ver o que é de aproveitar e o que se deve deitar fora, e seguir em frente.
Sempre em frente, porque se cometemos o erro de parar um pouco, esta sempre algo ou alguém atras pronto para nos "esmagar".

Mas, deve ser porque eu sou extremamente teimosa.  ;D

Obrigada por estes momentos :)