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  • Hospital Dona Estefânia
    Iniciado por Lunática
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Lunática
Consta que o Hospital Dona Estefânia também se encontra assombrado.

A história do Hospital de Dona Estefânia pode, como qualquer outra, ser contada sob vários aspectos: evidenciando a história da Pediatria em Portugal, a de pediatras ilustres ou a história do edifício, a qual tem sido pouco divulgada. As fontes são escassas, dispersas ou escondem-se na poeira dos tempos e dos arquivos, de tal modo camufladas que, ao prazer e interesse do desafio se sobrepõe o árduo da tarefa. Como pediatras, na era da tecnologia e à beira do século XXI preferimos, orgulhosamente, prestar homenagem ao rigor técnico que presidiu à construção deste hospital, fundado há 136 anos. Dom Pedro V "O Esperançoso", foi talvez dos reis mais amados.

Especialmente educado para reinar, homem culto e inteligente, por quem Alexandre Herculano chorou, Dom Pedro casou com uma princesa também culta, delicada e sensível, pertencente à casa de Hohenzollern, vinda de Sigmaringen, ducado da Germânia. Lisboa tinha nesta época, cerca de 200.000 habitantes. Era um período de epidemias de cólera e febre amarela e, o casal real, visitava frequentemente os doentes hospitalizados. Numa dessas visitas ao Hospital de S. José, impressionada com a promiscuidade com que na mesma enfermaria eram tratadas crianças e adultos, a Rainha ofereceu o seu dote de casamento para que aí fosse criada uma enfermaria para aquelas, e manifestou o desejo de construir um hospital para crianças pobres e enfermas.



Frontispício original do Hospital


A morte prematura da Rainha em 1859, não permitiu ver realizado este sonho mas, em sua memória, Dom Pedro V fundou o Hospital da Bemposta em 1860 e iniciou a sua construção. Também o malogrado rei não viria a conhecer o resultado do seu empenhamento. Falecido em 1861, o seu irmão o Rei Dom Luíz deu continuidade à obra e inaugurou o Hospital da Bemposta em 1877, a 17 de Julho, dia da morte da Rainha. Cinco anos antes cedeu o Hospital ao Estado, "com todos os direitos de propriedade e todas as suas pertenças" - Diário do Governo de 23 de Junho de 1872. O povo encarregar-se-ia de prestar a própria homenagem à Rainha que tanto amara, denominando-o definitivamente Hospital de Dona Estefânia. A sua construção foi primorosamente planeada. Como se disse, Dom Pedro V era um rei moderno, viajado e muito culto.

Relacionado com as mais ilustres casas reais da Europa com as quais aliás, tinha laços familiares e com quem se corresponde assiduamente, o Rei solicitou pareceres sobre projectos e plantas hospitalares, elaboradas por técnicos competentes e autorizados sobre o assunto e remetidas dos mais variados locais, nomeadamente Londres, Berlim e Paris.

Em Lisboa, nomeou uma Comissão a que presidia, constituída por Bernardino António Gomes, médico da Real Câmara, lente da Escola Médico-Cirúrgica e presidente da Sociedade de Ciências Médicas, pelos médicos Barral, Kessler, Simas e, ainda, pelo Conde da Ponte, par do reino e vedor da casa real portuguesa e pelo General Filipe Folque, cientista e Director-geral dos Trabalhos Geodésicos. O projecto escolhido foi o desenhado por Humbert, arquitecto da casa real inglesa o que muito agradou a seu tio, o Príncipe Alberto.



Planta - Arquitecto Humbert  


O edifício original estava dividido em quatro corpos principais, formando cruz e era constituído por dois pisos de enfermarias"... num total de quatro enfermarias, cada uma destinada a 32 camas. Cada enfermaria tinha cerca de 45m de comprimento, 12m de largura e 6m de altura. Estas dimensões proporcionavam a cada doente 60.3 m de espaço cúbico. Havia 20 janelas por enfermaria, 18 nas paredes laterais e 2 num dos topos, cabendo duas camas a cada janela. A ventilação, medida higiénica tão importante no século XIX, era complementada com a existência de aberturas colocadas na parte inferior e superior das paredes e pela aspiração de duas chaminés em cada enfermaria.



Aspecto de uma das enfermarias


As paredes eram em cimento polido e de côr clara e o pavimento em carvalho bem unido, de modo a poder ser envernizado ou polido, tornando-se impermeável e de fácil limpeza. Havia casas de banho com banheiras de mármore,água canalizada e luz a gás de resíduos de petróleo. A preocupação do rigor e da higiene levou a que o primeiro piso fosse construído na sua totalidade sobre abóbadas, a fim de minimizar a humidade e a possibilidade de infecção a partir do solo.



As abóbadas sobre as quais o Hospital assenta


No centro da construção havia um espaçoso claustro, rodeado de 29 arcos de cantaria, no qual foi colocada uma bonita fonte, que ainda hoje se pode ver nos jardins do hospital. Na parte interna do piso superior, ladeando todo o claustro, corria uma galeria destinada ao passeio dos convalescentes. Por estas e outras razões, Florence Nightingale, à época considerada uma autoridade em construção hospitalar, escreveu: " If children´s hospitals are to be built at all, this is the kind of plan that should be adopted" (in "Notes on Hospitals"). Ainda, segundo a mesma autora, as enfermarias do Hospital da Bemposta serão das mais magníficas da Europa. Bernardino António Gomes explica que: " esta magnificência não é a do luxo e sumptuosidade mas sim a magnificência da higiene" e considera que: "o hospital da Bemposta tem a elegância, não do fausto, mas a da singeleza e harmonia das formas". O custo da obra foi avaliado, à época, para cima de 250.000$000 réis, 20.000$000 dos quais foram doados pelo pai da rainha, o príncipe de Hohenzollern.



Claustro com a fonte ao centro e capela no topo norte


O local escolhido era propriedade da Casa Real - a parte norte da quinta do paçoreal da Bemposta chamada da "Quinta Velha", "encosta arejada nos arredores da cidade",com vegetação abundante, pertencente ao parque real, e espaço suficiente para construções de apoio e jardins. Em mais de 300 anos da história da saúde em Portugal e até à data da inauguração, o Hospital da Bemposta foi a primeira construção hospitalar construída em Lisboa, planeada especificamente para esse efeito. E assim nasceu o Hospital de Dona Estefânia.


Rainha Estefânia

O Hospital de Dona Estefânia está situado na zona central da cidade de Lisboa, na freguesia de São Jorge de Arroios, no quarteirão urbano definido pela Rua Dona Estefânia, Rua Jacinta Marto, Rua José Estevão e Travessa da Escola Araújo.


Morada postal:
Rua Jacinta Marto   1169-045 Lisboa

Entradas:
Rua Jacinta Marto   - acesso à emergência durante 24 horas
Rua Dona Estefânia - acesso restrito a peões das 8:00 às 18:00 horas

Coordenadas
Longitude: 38.727516
Latitude: -9.138392



Documentário português sobre o hospital e fenómenos no Hospital:
Fenomenos Paranormais Portugal (4)





Fontes:
- Gomes, Bernardino António. Exposição oral, feita perante a Sociedade das Ciencias Médicas de Lisboa, na sua sessão de 30 do mês de Maio de 1868.
- Jornal da Sociedade das Ciencias Médicas de Lisboa, 1870, pp. 353-65
- Diário Ilustrado. Ed. de 25 de Julho de 1877
- Curry Cabral, José . O Hospital Real de S.José e Anexos. A Editora Limitada, Lisboa, 1915. Adaptado do artigo publicado no boletim dos HCL's nº 0 de Dezembro de 1996
- Página oficial do hospital: hdestefania.min-saude.pt



Informações cedidas por:

akasha867
IceBurn


Tanta gente morre num hospital, uns pobres coitados nem sequer a familia se preocupa com eles, se calhar o momento da morte terá sido a única vez na sua vida que se preocuparam realmente com a existencia deles. É normal que fiquem ligados ao local, ou às próprias enfermeiras. Não sei, mas acho muito normal serem vistos espiritos nesses locais...

Post mesmo muito bom!E muito completo também!
Não percebi foi a foto das enfermeiras  (Aspecto de uma das enfermarias)
:-[

Believe to see...


लोखा समस्ता सुखिनो भवन्तु
LOKHAA SAMASTAA SUKHINO BHAVANTU
Que todos os Seres de todos os mundos sejam Felizes!

Moon*
#6
Vivo perto desta zona, e como tal já várias vezes fui ao Hospital Dona Estefânia.

Ao ver o video que colocaram no post, lembrei-me de uma vez que lá fui em pequena, em que estava a andar num corredor para encontrar a escadas para ir para o andar de cima, e senti algo que era um misto de respeito, paz, antiguidade, e uma pequena carga.

De facto o hospital é bastante interessante, os corredores e as escadas metem um pouco de medo, verifica-se também internamente que o hospital é antigo, tem uns pequenos pátios internos, no video nas partes que foram filmadas no Hospital retratam bastante bem como é fisicamente- Um aspecto interessante é que fora do hospital há pavões, ao pé de uma esquina do hospital, dado que sempre achei curioso. Existe um túnel grande que dá acesso a uma parte do Edifício antigo que recordo que metia um pouco de medo principalmente à noite.

Sobre a capela de facto não conheço, acho que nunca lá entrei.


E de facto gostaria de ir lá ao sótão com alguém a ver se se detectava algo. Gosto bastante de edifícios antigos.


Aqui ficam duas imagens com maior pormenor da D. Estefânia.


Citação de: Pr00f em 07 setembro, 2009, 19:09
Tanta gente morre num hospital, uns pobres coitados nem sequer a familia se preocupa com eles, se calhar o momento da morte terá sido a única vez na sua vida que se preocuparam realmente com a existencia deles. É normal que fiquem ligados ao local, ou às próprias enfermeiras. Não sei, mas acho muito normal serem vistos espiritos nesses locais...
mesmo, quantas centenas de pessoas morrem por ano nos hospitais, sem que ninguem, a nao ser os medicos e enfermeiros  que se preocupem com os ultimos segundos deles, estas pessoas deixam a a vida revoltados com quem os abandonou, mas ao mesmo tempo agradecidos a quem os ajudou, as suas almas tao atormentadas, e ao mesmo tempo, querem agradecer a quem lhes ajudou a passar para o outro lado sem dor...  :-[

AndreiaLi
Nao fazia ideia de que estaria assombrado.

Bom... confesso que não me lembro da minha experiência no mesmo, pois limitei-me a nascer neste e nunca mais lá voltar, mas pelo aspecto, vê-se que a beleza já não é a mesma.... infelizmente...

gabriellus
eu já la voltei infelizmente,por razoes obvias mas nao tinha conhecimentos desta historia exl poste.  ;)

O Documentário é realmente muito interessante, não abusa a nível de teorias, os testemunhos são credíveis, e os casos reais, muito bom ;)

Eu infelizmente já passei grande parte da minha vida na Estefania, e passei lá longos meses, lembro-me bem quando tinha apenas 6 anos, ainda a Estefania era um hospital velho, não todo arranjado e colorido como é hoje em dia, todos os corredores me metiam medo, sempre foi um hospital muito sombrio, digo-vos que não era fácil passar lá as noites. Mas uma coisa é certa, da unica vez que consegui me sentir bem e dormir bem na Estefania foi de uma das ultimas vezes que fui internado e devido ao encerramento do Serviço de Ortopedia para obras mandaram me para um quarto de um outro serviço, que vim a saber mais tarde, tinha sido o serviço onde a Jacinta tinha estado, e o meu quarto, o quarto onde ela morreu.

Citação de: Falllzone em 16 junho, 2010, 17:19
Eu infelizmente já passei grande parte da minha vida na Estefania, e passei lá longos meses, lembro-me bem quando tinha apenas 6 anos, ainda a Estefania era um hospital velho, não todo arranjado e colorido como é hoje em dia, todos os corredores me metiam medo, sempre foi um hospital muito sombrio, digo-vos que não era fácil passar lá as noites. Mas uma coisa é certa, da unica vez que consegui me sentir bem e dormir bem na Estefania foi de uma das ultimas vezes que fui internado e devido ao encerramento do Serviço de Ortopedia para obras mandaram me para um quarto de um outro serviço, que vim a saber mais tarde, tinha sido o serviço onde a Jacinta tinha estado, e o meu quarto, o quarto onde ela morreu.

Se esta informação só lhe chegou depois, é algo que deixa a pensar... Terá a anterior presença e partida de uma das beatas de Fátima, algo que ver com a sensação de paz que se experimenta naquele quarto?

(Eu não tenho problemas com hospitais... Aliás, gosto bastante do ambiente que lá se vive... Apesar de já ter sentido algumas presenças, mas nenhuma delas ameaçadora... )
लोखा समस्ता सुखिनो भवन्तु
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Que todos os Seres de todos os mundos sejam Felizes!

eu ja estive internado muitas vezes, e so da ultima vez, a 4 anos é que sebtia-me ameaçado,mas era porque tinha um idoso que ressonava muito, lol, mas la sempre senti paz, e luz algo estranho de se sentir.