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  • [Insólito] O Paradoxo de Opeth
    Iniciado por Sharkuel
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Quem não conheçe uma banda sueca de Death/Doom Progressivo chamada Opeth?!

Hoje decidi abordar, muito resumidamente, uma tematica interessante sobre esta banda, e da maneira como estes encaram o mercado musical.

Inicialmente uma banda de Death Metal, tal como muitas outras, com a diferença de que o contexto lirico era essencialmente sobre literatura, sentimentos e filosofia, algo que não era muito comum entre as bandas do genero para a altura, onde as letras eram essencialmente morte, carnificina, questões politico-sociais, guerra, etc.


Começou rapidamente a ser reconhecida como uma banda "unica" e de "estilo muito proprio". Um consideravel movimento "underground" se aglomerou a volta deles, graças a varios factores: composições relativamente complexas, uma abordagem mais ambiental, o poder vocal do Mikael Akerfelt, etc. Assim começaram a subir uma sinuosa colina que em certa altura os fez passar a camada de neblina do movimento underground até ao raiar da luz solar que é o mercado global da musica. Tudo graças a um album intitulado "Blackwater Park" que, para alem de conter a formula musical que caracteriza Opeth, outros estilos musicais foram abordados, nomeadamente rock progressivo e influencias jazz.

Opeth - Blackwater Park

Daqui em diante, foi só subir. As experiencias musicais foram continuando, evidenciadas especialmente quando estes lancaram dois albuns praticamente ao mesmo tempo, intitulados Damnation e Deliverance. O que distingue estes dois dos restantes?! O conceito. Damnation foi uma aposta (diria mais um capricho experimental do Mikael), onde os elementos musicais são o jazz, o prog-rock e alguns breves momentos de "bossa-nova". O registo vocal, sempre limpo, sentimental e altamente melodico, citando letras tipicamente sentimentais e filosofico-metaforicas. O Deliverance, no contexto lirico é o mesmo, mas transmitido num registo agressivo. Agarraram neste contexto para fazerem inumeros espectaculos onde eram essencialmente o Damnation e o Deliverance ao vivo, e onde ocasionalmente foi gravado um DVD intitulado Lamentations, divido em 2 sets.


Deste seguiu-se o Ghost Referies, onde foram adicionados elementos de percursão latina e musica ispanica e arabe. Mas este album tambem foi marcado pela separação da banda. Varios musicos deixaram a banda devido a "divergencias musicais". Ora apesar disso, não ouve termo a Opeth, e assim Mikael reuniu um novo grupo de musicos para lancarem um album que se distinguiu do trabalho anterior deles, o Watershed.


Este album foi muito contestado pelos fãs, que alegavam que a banda tinha perdido a "sonoridade Opeth". Questionaram a estrutura do album, e as respectivas musicas. Alegavam que estes se tinham "vendido" ao mercado musical, e que deixaram de ser o que são para ganharem trocos. Que os musicos que se encontravam actualmente na banda não valiam metade do que eram os musicos anteriores, e argumentos saudosistas do genero.

Ano de 2011 está a ser o ano mais polémico. Foi lancado mais um album chamado "Heritage". Muito esperado pelos fãs como o album que "iria salva-los do Watershed". Aconteceu algo inesperado. Teve uma recepção entre os fãs dividida. Uns acham o ultimo album uma verdadeira joia da musica, outros acham que é um aborto, inclusive os fãs chamam a este album "reversive metal".



Mas o que difere este album de todos os outros?! Praticamente tudo. Elementos folklore, musica country, elementos de blues, jazz e indie se misturam num metal/rock mais semelhante a um cruzamento de rock progressivo dos anos 70 com inumeros elementos actuais e modernos misturados por um grupo de musicos que tem a necessidade de fazerem musica: a sua musica. E uma banda que outrora foi valorizada por ser diferente e por abordar outros generos musicais, sem se prender aos mesmos, agora está a ser profundamente criticada pelos mesmos fãs que outrora os adoraram por serem diferentes, só porque os Opeth quiseram simplesmente serem diferentes de todos, serem eles mesmos.

Achei piada ao paradoxo que surgiu em torno desta particular banda que só quer é fazer musica. Estes veem o mercado musical não como uma maneira de render dinheiro, mas mais como um meio de comunicação. Em varias ocasioes revelam apoio a pirataria e nunca negam o facto de quererem fazerem musica que lhes dá prazer. Quem já teve a sorte de ir a um concerto de Opeth vê isso. Eles não tocam para os fãs. Tocam para eles mesmos. E é isso que cativa muitos. Não veem o publico como um rebanho que necessita de ser controlado, mas sim como uma massa que é convidada a entrar pelo prazer que estes estão a tocar.

Uma banda adorada por muitos, odiada por uns tantos quantos, e menosprezada por um vasto numero.
A vida é efémera, a morte inevitável mas a palavra é eterna...

Adoro Opeth e tenho toda a discografia deles. É de facto uma banda diferente.
"Nada é absoluto, tenho um relógio avariado que está certo duas vezes por dia"

"Sejas uma pedra ou um grão de areia, na água ambas se afundam"

Citação de: AlexSynchro em 05 novembro, 2011, 20:45
Adoro Opeth e tenho toda a discografia deles. É de facto uma banda diferente.

Tambem eu. Todos os albuns deles eu adoro. Adorei vê-los no vagos, o Mikael é um excelente front-man (e comediante stand-up ;D lol). De momento estou frustrado porque os bilhetes para o concerto no Incrivel Almadense a 20 de Novembro já estão esgotados :S

Eles estão a fazer agora a "Heritage Tour", e vão tocar lá com os Pain of Salvation, outra banda do caraças...! =X
A vida é efémera, a morte inevitável mas a palavra é eterna...

Eu sou de Almada e nem acredito que eles vêm cá! Vou tentar arranjar bilhetes através de pessoal conhecido...
"Nada é absoluto, tenho um relógio avariado que está certo duas vezes por dia"

"Sejas uma pedra ou um grão de areia, na água ambas se afundam"

Citação de: AlexSynchro em 05 novembro, 2011, 21:25
Eu sou de Almada e nem acredito que eles vêm cá! Vou tentar arranjar bilhetes através de pessoal conhecido...

Eish se conseguisse arranjar um bilhete... ::) como seria feliz... lol
A vida é efémera, a morte inevitável mas a palavra é eterna...

Eu era para ter ido ver ao vagos  :'( e agora também não vou conseguir ir a este  :'( :'( :'(

Bom tópico Sharkuel!  :laugh:

""Ha no homem algo de fundamental, que nao se consegue."

RR
Por acaso fiquei pior que estragado quando soube que os bilhetes já eram, mas nunca se sabe, ainda na segunda consegui arranjar um bilhete para Moonspell, na mesma sala,  "por portas travessas"... E sim, para além de um excelente concerto, há a componente stand-up  ;D
VIR PRUDENS NON CONTRA VENTUM MINGIT !

Citação de: RR em 06 novembro, 2011, 04:10
Por acaso fiquei pior que estragado quando soube que os bilhetes já eram, mas nunca se sabe, ainda na segunda consegui arranjar um bilhete para Moonspell, na mesma sala,  "por portas travessas"... E sim, para além de um excelente concerto, há a componente stand-up  ;D

Ah ah ah ontem em conversa descobri uma chavala que estava a vender o bilhete. Já me orientei ;D

Eu era para ter ido a Moonspel, ma decidi ir antes a amon amarth e septic flesh. Diga-se de passagem que esta primeira banda, os Septic Flesh deram um grande concerto x)
A vida é efémera, a morte inevitável mas a palavra é eterna...

Nao sou grande fã da banda,ms sei que foram a vagos  ;)