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  • [Outro]O diário de um cão
    Iniciado por Stéphanie
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O DIÁRIO DE UM CÃO


1ª Semana:
Hoje faz uma semana que nasci! Que alegria ter chegado a este mundo!



1º Mês:
A minha mãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar!



2º Mês:
Hoje separaram-me da minha mãe. Ela estava muito inquieta e com os seus olhos disse-me adeus como que esperando que a minha nova "família humana" cuidasse bem de mim, como ela havia feito.



4º Mês:
Cresci muito rápido. Tudo chama à minha atenção. Existem crianças na casa, são como "irmãozinhos".



5º Mês:
Hoje castigaram-me. A minha dona zangou-se porque fiz xixi dentro de casa... Mas nunca me disseram onde eu deveria fazer. E como durmo na marquise, não aguentei!



6º Mês:
Sou um cão feliz. Tenho o calor de um lar, sinto-me seguro e protegido... Creio que a minha família humana me ama muito... Quando estão a comer convidam-me também. O pátio é só para mim e eu estou sempre a fazer buracos na terra, como os meus antepassados lobos, quando escondiam comida. Nunca me educam! Seguramente porque nada faço de errado!



12º Mês:
Hoje completei um ano. Sou um cão adulto e os meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulhosos devem estar de mim!!!



13º Mês:
Como me senti mal hoje... O meu "irmãozinho" tirou-me a minha bola. Como nunca toco nos seus brinquedos, fui atrás dele e mordi-o, mas como os meus dentes estão muito fortes, magoei-o sem querer. Depois do susto, prenderam-me e quase não me posso mover para tomar um pouco de sol. Dizem que sou ingrato e que me vão deixar em observação (certamente não me vacinaram)... Não entendo o que está a acontecer.



15º Mês:
Tudo mudou... vivo preso no pátio... na corrente... Sinto-me muito só.... a minha família já não me quer... às vezes esquecem-se que tenho fome e sede e quando chove não tenho tecto para me tapar.



16º Mês:
Hoje tiraram-me a corrente. Pensei que me tinham perdoado...Fiquei tão contente que dava saltos de alegria e o meu rabo não parava de abanar. Parece que vou passear com eles. Entrámos no carro e andámos um grande bocado. Quando pararam, abriram a porta e eu desci a correr, feliz, crendo que era um dia de passeio no campo. Não entendo porque fecharam a porta e se foram embora... "Esperem!!!" – Lati. Esqueceram-se de mim! Corri atrás do carro com todas as minhas forças... a angustia aumentou ao perceber que o carro se afastava e eles não paravam. Tinham-me abandonado...



17º Mês:
Procurei em vão encontrar o caminho de volta a casa. Sento-me no caminho, estou perdido e algumas pessoas de bom coração olham-me com tristeza e dão-me de comer... Eu agradeço com um olhar do fundo da minha alma. Porque não me adoptam? Eu seria leal como ninguém. Porém apenas dizem "Pobre cãozinho, deve estar perdido.".



18º Mês:
No outro dia passei por uma escola e vi muitas crianças e jovens como os meus "irmãozinhos". Cheguei perto deles e um grupo, aos risos, atirou-me uma chuva de pedras – para ver quem tinha melhor pontaria. Uma dessas pedras atingiu um dos meus olhos, e desde então não vejo.



19º Mês:
Parece mentira, mas quando eu estava mais bonito as pessoas compadeciam-se mais de mim... Agora que estou mais fraco, com aspecto mudado... perdi o meu olho, as pessoas tratam-me aos pontapés quando pretendo deitar-me à sombra.



20º Mês:
Quase não me posso mexer. Hoje ao atravessar a rua por onde passam os carros, um deles atropelou-me. Pelo que sei  estava num lugar seguro chamado sarjeta, mas nunca me vou esquecer do olhar de satisfação do motorista ao faze-lo. Oxalá me tivesse morto... Porém só me partiu as pernas. A dor é terrível, as minhas patas traseiras não me respondem e com dificuldade arrastei-me até uma moita de ervas completamente fora da estrada. Não me posso mover, a dor é insuportável, nunca me abandona. Sinto-me muito mal, estou num lugar húmido e parece que o meu pêlo está a cair. Algumas pessoas passam e não me vêem;  outras dizem "Não te aproximes". Já estou quase inconsciente. Porém uma força estranha fez-me abrir os olhos. A doçura da sua voz fez-me reagir. "Pobre cãozinho, como te deixaram", dizia. Junto a ela estava um senhor de roupa branca que começou a tocar-me e disse "Minha senhora, infelizmente este cão não têm remédio que o salve, o melhor é que deixe de sofrer".
A gentil senhora consentiu com os olhos cheios de lágrimas. Como pude, mexi o rabo e olhei para ela, agradecendo por me ajudar a descansar... Senti somente a picada da injecção e dormi para sempre, pensando em porque nasci se ninguém me queria...

Muito triste... Lavei-me em lágrimas. Porque é que as pessoas fazem isto? Porquê?
* Sou perfeita de imperfeições *

"Raramente conhecemos alguém de bom senso, além daqueles que concordam connosco."  François La Rochefoucauld


Eu tenho dois canitos e quase que me vieram as lágrimas aos olhos, um exelentes post. :'(
Veritas odium parit - A verdade gera o ódio

#4
Não consigo ler estas coisas... parte-me o coração mas é a mais pura das realidades  :'( Por isso não compreendo porque é que as pessoas não esterilizam os seus animais, assim poupavam-se muitos ao abandono.

A adopção é um acto de enorme responsabilidade que deve ser bem pensado... os animais não são brinquedos, são seres vivos, daí merecerem todo o nosso respeito e amor. O abandono e maus-tratos a animais deviam de ser punidos com uma multa pesada ou até prisão!

Caros membros deste fórum, se estiverem a pensar adoptar um animal, ponderem bem a vossa decisão... um animal necessita de bastantes cuidados (alimentação, saúde, higiene...), paciência, tempo... pensem bem se querem abdicar das vossas férias por causa dele, por exemplo, ou dos vossos tempos livres...

Se sempre estiverem dispostos a adoptar e a comprometerem-se para a vida toda do vosso animal, visitem um canil para escolher o vosso amiguinho, não comprem animais só porque são de raça, adoptem um que precisa mais de vocês e que vos será eternamente grato. Livrem um animal do sofrimento e da morte certa.

Concordo com todos vocês. Estes casos são muito tristes, mas acho que nunca vão parar de acontecer...  :'(
* Sou perfeita de imperfeições *

É um exemplo de muitos animais.. Mas este coitado nem conheceu uma cadelita fogo que azarado mesmo..

Tenho uma amiga que tem uma cadela de 2 anos chamada Nina.
No inicio, gostava dela e tal, mas agora é o avô dela é que vai passear e a Nina está sempre a ladrar, por tudo e por nada. E essa amiga minha, bate na cadela  >:( . Eu digo que isso não se faz aos animais, mas ela diz que é só uma palmadinha  ::) .

Mas tenho pena da Nina. Uma coisa eu sei: eu nasci para ter cães, por isso não tenho.
Morri e é o meu fantasma que está gerir esta conta.

Citação de: lilisoft em 10 agosto, 2011, 15:40
Tenho uma amiga que tem uma cadela de 2 anos chamada Nina.
No inicio, gostava dela e tal, mas agora é o avô dela é que vai passear e a Nina está sempre a ladrar, por tudo e por nada. E essa amiga minha, bate na cadela  >:( . Eu digo que isso não se faz aos animais, mas ela diz que é só uma palmadinha  ::) .

Mas tenho pena da Nina. Uma coisa eu sei: eu nasci para ter cães, por isso não tenho.

É o mal de muita gente, quando crescem não os acham tão giros e fofos como quando são bebés e depois não lhes ligam nenhum... a tua amiga é que merecia uma palmadinha bem dada...