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  • Ir ou não ir a um centro espírita?
    Iniciado por Anvil
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Mephisto
Mas tu és padre ou algo do género? Lá jeito para rezar não te falta.
Vá chuta lá. Que tens contra os Kardecistas?

coldwater
Presumo que o pedido de piedade divina também se aplique a quem produz textos ornamentais, baseados em ideias feitas infundadas e de fundo pseudo moralizador ao estilo 'bombeiro incendiário', i.e., aquele que vem derramar a sua superior moralidade com palavras de paz e profusa luminosidade... hostilizando aqueles a quem se dirige.

Já agora, e por falar em ideias feitas infundadas, o primeiro equívoco é desde logo o de que existem 'kardecistas'. Existem apenas espíritas, conforme já foi exaustivamente aqui aduzido. Falar em espíritas kardecistas é como falar em futebolistas que jogam à bola.

De resto, tudo pode ser apoucado e ridicularizado. A conhecida fábula do velho, o rapaz e o burro, ilustra bem o quão ridículos são os julgamentos morais e de como é impossível agradar a todos - sobretudo àqueles que são sempre do contra. Nas minhas intervenções neste fórum (que conheci e em que participei por indicação de um dos responsáveis), tenho-me atido a factos.

Cordialmente,

coldwater


...os meus cumprimentos,

...não, não sou padre,

...não tenho nada contra os kardecistas,...poupem vitimizações e adjectivos...

...promovam a paz...!

...aprender a rezar exige esforço interior...sobretudo humildade...já que não me foi concedido o poder da escrita(segundo alguns kardecistas, poderei em  vidas anteriores ter abusado dessa facilidade)....

...mais concretamente ao tópico "ir ou não a um centro espirita"...Depende...!

...ir a um centro espirita é aconselhável...ir a um centro espirita kardecista ...também...!

...como a luz divina se faz em todo o lado, aí também ilumina, e com mais razão...

...é pena que os homens utilizando desculpas esfarrapadas, entendam fazer selecção (elites) entre os homens seus irmãos, um selecção que o admirável nazareno se esforçou por conjurar...

...só o tempo e com a ida a vários centros nos apercebemos das diferenças...e não é dos centros...é dos homens...!

...cumprimentos...

...paulinus

coldwater
Admirável raciocínio que verbera como 'adjectivos' e 'vitimizações' o direito de resposta que assiste a todo o ser humano. Se calamos somos omissos, se respondemos somos 'adjectivantes' e 'vitimizadores'. A condenação já está lavrada antes do julgamento. Se nos atrevemos a abrir a boca para corrigir absurdos e dislates, logo somos taxados de arrogantes.  Faz lembrar a Santa Inquisição de outrora. O preconceito é mais difícil de destruir que o átomo.

Não há centros espíritas kardecistas e não kardecistas. Há centros espíritas muito simplesmente. No Brasil, por razões históricas e políticas, as associações de Umbanda e Candomblé (que nos merecem o mesmo profundo respeito e estima que toda e qualquer relgião, filosofia ou corrente de pensamento), tiveram que ser assim designadas para evitarem o encerramento compulsivo nos tempos da ditadura militar. Se o Espiritismo interpusesse recurso judicial para corrigir o lapso, seria taxado de arrogante. Como não o faz, é omisso. Ver 1º parágrafo.

O Espiritismo não faz qualquer selecção de 'elites' ou não elites, que ideia mais absurda! Mas em nome de um difuso conceito de "tolerância", o Espiritismo tem pelo menos a obrigação de corrigir com factos algumas imprecisões, de que esta do "kardecismo" é exemplo. E dispenso-me de mais comentários, pois há diatribes que é melhor ignorar. Com ou sem reticências santificantes.

coldwater

Mephisto
#49
Bom dia a todos,
Permitam-me colocar a unha aqui. Confesso desde já, que na altura que postei a minha questão ao Paulinus li muito resumidamente alguns dos posts. Achei francamente engraçada a intervenção dele! Creio que, este percebeu o sentido da pergunta e, acho que o jeitinho para a escrita mora lá. Da mesma forma parece-me, a avaliar pela resposta, não ter levado a mal.
Depois de ler exaustivamente todos os posts fiquei abertamente decepcionado consigo caro Coldwater. Não me leve a mal, não é nada pessoal. Eu sou uma pessoa extraordinariamente frontal quando as circunstâncias dela reclamam (deve ser do signo). Posto isto, peço-lhe que não interprete o que se segue como uma tomada de partido por esta ou aquela opinião deste ou outro utilizador.
É a minha opinião sincera, algo que já está sobejamente comprovado em posts anteriores, pedindo-lhe que tenha a gentileza de os ler antes de fazer juízo de valores sobre a minha pessoa pois dá-me ideia que o senhor é sensível a essa propensão.

Achei de uma indelicadeza gritante, com tamanha capacidade cerebral aplicada na defesa dos valores da doutrina que abraçou, se ausentar, talvez por força do entusiasmo e da convicção uma boa parte de tolerância que estes temas invocam.
Não consigo compreender o motivo de crispação conferido ao termo "Kardecista" pois assenta-lhes que nem uma luva. Repare, saberá isto melhor que ninguém, o codificador da doutrina tinha como  nome, Hippolyte Léon Denizard Rivail, adoptando mais tarde o pseudónimo de Allan Kardec. Logo, um seguidor desta doutrina, torna-se  inevitavelmente num discípulo daquele que lhe deu forma. O seu criador. Perfeitamente aceitável o termo. Um neologismo forçado que vos define sem quaisquer preconceitos pejorativos. Essa atitude quase revela um complexo de identidade com tão nobre homem. Afinal ele deixou a vós que o "estudam" e a todos que o lêem um legado de inquestionável importância humanista e espiritual.

Bom. Os seguidores dos ensinamentos de Cristo ou de quem os escreveu em nome dele são comummente vaticinados de Cristãos. Vocês seguem os ensinamentos dele com algo mais. Esse algo mais vem da cabeça de Allan Kardec. Dos espíritos superiores, como queiram. Continuo sem ver motivo.

Também eu tive, num período menos agradável da minha fase espirita cor-de-rosa, umas quantas divergências de opinião com o João Lourenço. Este mostrou-se sempre afável, cordial e sobretudo compreensivo. Se bem me lembro não fui de todo tão agradável com ele como ele comigo. Mas houve uma coisa fascinante que este homem me conquistou. O respeito por ele. Se verificar os posts dele perceberá que se há coisa que ele tem sido é coerente e recto. Eu depois de tudo o que passei já não posso dizer o mesmo pelo menos no que toca a coerências;) Isto é notável. Conseguir perceber como nos vamos modificando interiormente com a experiência pessoal e colectiva.
Pegando nisto:
"O contacto com o mundo espiritual, no âmbito espírita, é feito em moldes de responsabilidade e disciplina, e visando objectivos de ajuda ao próximo, instrução moral e pesquisa científica.
A sua participação neste tópico é despropositada, pois ninguém perguntou como contactar com os Espíritos." Caro Coldwater este é o tipo de atitude que se dispensa bem neste fórum.
Este universo representa uma amostra de 14313 membros registados. Não é propriamente uma amostra de 50/60 pessoas que conhece pessoalmente lá no seu centro a titulo de exemplo. É muita gente de faixas etárias diferentes, culturas diferentes, quadrantes sociais diferentes, níveis culturais diferentes e todas as mais diferenças que fazem de nós indivíduos. Eu não sou nem quero ser moderador mas, depois das minhas participações já somarem perto de 100 páginas em Word penso que me assiste o direito à indignação perante aquelas suas palavras e as que se seguem:

"Dito isto, a minha sugestão aos moderadores do Fórum seria a de retirarem a secção Espiritismo, dada a quantidade de disparates que aqui se escrevem, levando a que o conteúdo não corresponda ao título. Pela minha parte, e como qualquer espírita, tenho a minha profissão e as minhas obrigações de cidadão. Não posso estar 24 horas por dia a corrigir os absurdos que aqui desaguam."
Caro Coldwater o Salazar morreu há 42 anos e com ele se foi a censura. Que tenha sido convidado por um dos responsáveis deste espaço como faz questão de, por duas vezes, deixar bem claro, creio que ninguém o obriga a cá andar 24 horas para clarificar as dúvidas que aqui surgem. Que tenha conhecimento a palavra Espiritismo não está patenteada, como tal, os "direitos de imagem" são de domínio público. Se as pessoas tem as suas ideias formadas (bem ou mal) é algo que o tempo, as vivências e a partilha de conhecimentos se encarregarão de elucidar. Todo o homem sem excepção nasce imbecil.
O facto de ser espirita com anos de trabalho na área acrescido do convite por parte do responsável para elucidar os membros deste fórum, através da sua experiência não fazem da sua palavra o Deus na terra. Por isso tem o seu Blog para falar sem ouvir que por acaso mantém o Link de acesso contra as regras instituídas neste espaço. Alguém o referiu com inteira razão.
"Ir ou não ir a um centro espirita?" É uma pergunta que logo à partida abre um imenso caminho, às ideias formadas, aos preconceitos, aos mitos, às experiências vividas e contadas etc.
Repare que, não fosse talvez a ("participação despropositada") do João Lourenço, poderíamos nunca ter tido o privilégio de ler tamanho exercício intelectual da sua parte.

No que respeita ao resto não vou entrar detalhadamente em mais nada. Há muito bom médium por aí. As pessoas só não distinguem se é bom ou mau se não quiserem. Nem todos dizem que a pessoa tem sempre alguma coisa para manter o negócio. Eu sou apologista dessa ligeira mensagem porque infelizmente hoje tudo o que corre mal é feitiço, tudo o que mexe é fantasma. Faz parte deste nosso dia a dia. Temos de viver com isso. Os centros espíritas estão longe de resolver uma boa parte dos problemas das pessoas do ponto de vista espiritual. Eu já passei por quatro. Portanto não estou propriamente a falar de borla. Todos reconhecidos pela ADEP e francamente... Não obstante, se verificar, continuo quase sempre a sugerir como primeiro contacto. É um óptimo ponto de partida. Depois questiona quem quiser. O mérito e a filantropia ninguém o poderá colocar em causa contanto, não faz de vós donos da razão absoluta como também fazem questão de referir não serem detentores dela. Abre os olhos a muita gente? Inteiramente de acordo.

"No entanto, ninguém está à mercê dos maus Espíritos. Esquece-se com frequência que os maus Espíritos não têm campo aberto para causar mal-estar a quem está "deste lado da Vida". O nosso mau proceder, os nossos receios infundados, a nossa falta de fé, é que podem levar a que nos afastemos da protecção benfazeja dos Bons Espíritos e cedamos à influência dos maus."

Tem a certeza absoluta desta afirmação Coldwater? São casos raros, é verdade! Nisto posso garantir-lhe estar errado. Deixo-lhe apenas este caso entre alguns que lhe poderia indicar.

1-
.Idade: 50 e poucos anos à altura dos factos.
.Sexo: Feminino
.Sintomas durante as manifestações: Alterações guturais na voz, olhos anormalmente escuros e revirados, capacidade de falar línguas estranhas, gritos impossíveis de descrever. Ganho desmesurado de força, incapacidade de controlar violentas convulsões. Chegou a ser barbaramente arrastada pela casa sem "ninguém" lhe tocar. O ultimo ataque de que foi vitima a língua saiu-lhe de tal forma da boca que ainda hoje a minha estimada mãe tem dificuldade em falar disso. Um policia com um corpo digno de respeito numa das tentativas de a "controlar" à porta de casa veio do segundo andar ao primeiro escada abaixo vitima de um único encontrão da senhora que é bem magrinha e frágil.
Tratamentos aplicados: Centros espíritas 0. Mediuns:0 Perdeu tudo a coragem. Depois de basicamente correrem o pais foi-lhes indicado um padre no Alentejo. Uma das minhas vizinhas ofereceu-se para acompanhá-la (ex-céptica)
Testemunhas das ocorrências: Um prédio. 19 famílias.
Diagnóstico médico: Absolutamente nada de anormal à excepção dos hematomas que iam ficando.
Resumindo: No dia que entrou no carro para ser transportada para o Alentejo com o marido, a vizinha, o irmão e o filho, foi novamente atacada. Com os mesmos sintomas disse que o carro não sairia dali. O carro não pegou. Um outro vizinho disponibilizou a viatura dele, o carro também não pegou. Entretanto desfaleceu voltando a si pouco tempo depois com a típica amnésia inerente a estes casos. Voltaram ao primeiro carro e lá foram.
Passou uma semana na casa desse Padre (que Deus o tenha em paz) onde foi efectuado o ritual de exorcismo ministrado pela Igreja Católica Apostólica Romana. O que se passou ou deixou de passar só eles sabem. A senhora é hoje assídua frequentadora da Igreja, e a vizinha virou testemunha de Jeová juntamente com todos os filhos.
Facto curioso: Pouco tempo depois, cinco membros da familia sofrem um brutalissimo acidente de viação. O filho morre.

Há lá coisas...

Ir ou não ir a centros espíritas? Sempre mas nunca descartar as outras remotas hipóteses desacreditadas pela "ciência espirita".

Caro Coldwater, espero que não interprete estas palavras como hostilidade gratuita (porque não a há). Devo dizer-lhe que estou de acordo consigo em muitos pontos e outros acho desnecessários como aqueles dois primeiros que referi. Não estou aqui de modo algum a fazer papel de advogado de ninguém. Estou a ser frontal consigo da mesma forma que agradeço a frontalidade dos outros estimados membros comigo, goste-se ou não conquanto não ultrapasse a razoabilidade do respeito claro. Divergências todos temos e ainda bem! Desta forma crescemos.
Gostaria também de lhe pedir que continue a prendar-nos com a sua escrita deveras cativante e fluída. Não se chateie de vez com o Fórum porque é sempre positivo intervenções desse calibre qualitativo independentemente das crispações resultantes das nossas divergências (geral).

Abraço

coldwater
#50
- Os fóruns, como quaisquer espaços de opinião, exigem fundamentalmente duas coisas: civismo e conhecimento mínimo dos temas. A falta de conhecimento ainda é o menos. O problema é  que as duas características costumam andar a par. Quem desconhece um assunto e se aventura a dar palpites sobre o mesmo fica sempre abespinhado quando é corrigido.
E por isso é que os fóruns são um problema. Os provocadores, os ignorantes atrevidos, os moralistas de plantão, os ultra susceptíveis, os aduladores irónicos, são alguns dos tipos clássicos que enxameiam os fóruns, e que, se não forem contidos, inquinam todo o ambiente e comprometem a qualidade. O simples facto de os posts resvalarem para o escrutínio de pessoas em lugar do debate de ideias, já é sintomático.

Um fórum online é como um comboio em viagem, em que uns sobem e outros se apeiam, e quem sobe pode ser alguém com  bons contributos e boa educação, ou um vulgar agitador sem princípios, interessado apenas em passar um bom bocado às custas dos outros, ou um parlapatão que apenas adora ouvir-se, sendo o tema o que calhar. Por isso é que nos espaços sérios de opinião (e aqui já não me refiro exclusivamente à Internet forumesca), o direito de admissão é reservado. E isso não é censura, é senso comum.

- E por falar em censura, a liberdade de expressão e de opinião também abrange o direito a propôr-se que um tópico seja eliminado por conteúdo irrelevante em relação ao título. E por falar em censura, a liberdade de expressão e de opinião também abrange o direito de se fazer notar que tal ou tal questão são inapropriadas no contexto. Imaginemos brevemente um fórum, digamos, de vegetarianismo. Eis que aparece um indivíduo, dois, três, duas dúzias, que insistem em perguntar como se frita salsichas... Se alguém chama a atenção para o irrelevante do tema, e da possibilidade de induzir o visitante em erro, não é decerto censura. Assisti bem cedo a familiares meus serem detidos pela PIDE por delito de opinião, e eu mesmo, ainda que muito jovem, tive os meus problemas com a Ditadura. Acho por isso desnecessário comparar-se o ~rabo~ das calças com a feira de Borba.

- "Kardecismo" é aceitável, como qualquer neologismo. Obviamente. O contexto em que o termo aparece as mais das vezes, é que é ERRADO. As mais das vezes fala-se de "espiritismo" e "espiritismo kardecista". Ou de "centro espírita" e "centro espírita kardecista". O que cria a ideia de que há vários Espiritismos. Não há: a palavra é cunhada no dia do lançamento de O Livro dos Espíritos. Antes de 17 de Abril de 1857 não existia. E o seu significado está perfeitamente delimitado à doutrina codificada por Allan Kardec. No Brasil, as associações de Umbanda e Candomblé registaram-se com o prefixo "espírita" para fugir à proibição da Ditadura. Peculiaridades históricas, que não incomodam nem espíritas nem umbandistas nem candomblecistas. Só há UM Espiritismo.

Não é necessário registar-se a patente do termo "Espiritismo". As ideias não são patenteáveis. Regista-se uma obra artística ou uma invenção, que são regidas pela leis referentes ao Direito de Autor. Mas ainda aí não é necessário um registo formal. Este faz-se por questões de segurança. No campo das ideias vigora o senso comum. A Doutrina Espírita/ Doutrina dos Espíritos/ Espiritismo, tem uma acepção perfeitamente definida, claramente enunciada nas cinco obras da Codificação Espírita. Codificação tem que ver com seriação, classificação, enunciado, explanação. O Código Civil, o Código da Estrada, o Código Genético, etc., etc., os códigos por natureza não têm interpretações dúbias. Se alguém quiser inventar "espiritismos", pois que invente. Também se é livre de colocar um tricórnio na cabeça e uma mão dentro do casaco e clamar que se é Napoleão.

- Jamais aqui enunciei uma única opinião. Tenho-me cingido aos factos e foi para isso que aqui vim. Apenas e só f-a-c-t-o-s. Cada um é livre de ter as ideias que entenda, por mais absurdas que eventualmente possam ser. Metê-las a martelo num espaço dedicado à filosofia espírita e dizer que são Espiritismo, isso presta-se a que apareceça alguém que se dê ao trabalho de corrigir o erro.

A secção que pretende ser de Espiritismo, neste fórum, está pejada de erros grosseiros. Corrigi-los tem sido a minha actuação, sem personalismo algum, apenas do ponto de vista doutrinário espírita. É claro que há a típica postura pseudo-sábia de quem detesta ser corrigido e projecta imediatamente em quem o corrigiu a pretensão que acalenta, quantas vezes temperada por grosseria: "Você não é Deus, para estar a corrigir os outros", etc.. Paciência; o mundo é composto de tudo, gente bem e mal educada, gente bem e mal intencionada. As grosserias só atingem quem as profere e as más intenções só mancham a quem as tem.

- A ADEP não "reconhece" centros espíritas nenhuns. A ADEP, se bem que tenha um enorme prestígio, fruto da entrega extraordinária e da estatura humana dos seus membros, não pode estar em todo o lado, para aferir da qualidade das associações espíritas. A ADEP é uma associação pequenininha, de divulgação, e junta à sua lista de divulgação as associações espíritas que pedem para nela constar. Só isso. E por isso mesmo a ADEP, na sua página de divulgação de endereços de associações espíritas tem um aviso, no qual chama atenção para que cada pessoa deve discenir se a associação que visita lhe agrada ou não.

-  "No entanto, ninguém está à mercê dos maus Espíritos. Esquece-se com frequência que os maus Espíritos não têm campo aberto para causar mal-estar a quem está "deste lado da Vida". O nosso mau proceder, os nossos receios infundados, a nossa falta de fé, é que podem levar a que nos afastemos da protecção benfazeja dos Bons Espíritos e cedamos à influência dos maus."

Pergunta-me se tenho a certeza desta afirmação. Não se trata de ter a certeza. Trata-se de a afirmação ser ou não doutrinariamente correcta. A afirmação é doutrinariamente correcta, i.e., está em absoluta consonância com a filosofia espírita.

Não entendo a inclusão do caso que apresenta à laia de "ficheiro". O facto de o sacerdote católico ter logrado êxito é o que está em questão? Mas isso é básico na Doutrina Espírita, que não é exclusivista ou salvacionista ou dogmática. Seja um sacerdote católico, seja um pastor evangélico, seja um padre budista, seja um psiquiatra, seja quem for, desde que possua ascendente moral, logra êxito no auxílio aos sofredores e impõe-se aos Espíritos ainda rudes. Não são títulos terrenos nem fórmulas sacramentais que têm qualquer tipo de influência.

- O tema do presente tópico é sobre ir ou não a um centro espírita, atendendo aos receios provenientes de má informação acerca do tema. Não é ir ou não "para me resolverem o problema". O Espiritismo não resolve nenhum problema. Cada pessoa é que resolve ou não os seus problemas, pelo caminho que escolha. O Espiritismo pode ser útil para o ultrapassar de dificuldades se a pessoa com ele se afinizar, se lhe reconhecer valor, sentido e utilidade. O Espiritismo é uma crença, uma opinião, e de forma alguma pretende ter monopólio da verdade ou da razão. O Espiritismo convida a que cada um o analise por si, racionalmente, sem elementos emocionais ou místicos na equação.

- Os inimigos do Espiritismo não são os maledicentes, os caluniadores, os zombadores. Pelo contrário. Esses prestam, sem se darem conta, bom serviço à divulgação da Doutrina dos Espíritos. Os que causam prejuízo à credibilidade do Espiritismo são os que se apresentam como entendidos, quantas vezes com discursos beatos, pomposos, muito almofadados em referências profusas a Deus e a Jesus, mas que veiculam uma coisa chamada ACHISMO, que nada tem a ver com Espiritismo. Ainda uma vez: Ter opiniões é natural e sadio, mas fazer filiar as nossas opiniões numa filosofia que esteja à mão, é como a tal estória do tal vegetariano que come salsichas mas que ACHA que é vegetariano.

coldwater

Mephisto
#51
Com certeza Coldwater,
Mantenha-se na sua então que eu ficarei na minha sem stress nem ressentimento.

"Não é minha intenção vir aqui fazer "propaganda" da filosofia espírita. Aconselho a quem se interesse por esta doutrina, a que visite o site da Asssociação de Divulgadores do Espiritismo em Portugal/ADEP. Atenção que há por aí pessoas e organizações que se intitulam espíritas indevidamente. Uma das características do Espiritismo é a sua mais rigorosa gratuitidade. O Espiritismo é uma ideia, uma opinião, uma crença, uma filosofia. Mediunidade (que muitos confundem com Espiritismo) é uma faculdade orgânica, que toda a gente possui."

Isto são palavras suas. Além de não ter feito ainda outra coisa (propaganda) essa é uma referência que faço sistematicamente a todas as pessoas que sugiro visitarem centros espíritas. (ADEP e gratuitidade) Na minha terra para bom entendedor meia palavra basta. Pedi-lhe gentilmente que lesse os meus posts antes de se por ai do alto do seu pedestal a fazer juízo de valores das pessoas. Eu tive esse cuidado consigo. Mas dá-me ideia que tem alguma dificuldade em articular o seu discurso pomposo fora do carrossel Kardeciano. Algo muito genérico nas hostes. Eu sou das primeiras pessoas a afirmar peremptoriamente que ninguém é ajudado se não quiser ser ajudado e que, se o conceito de ajuda é fazerem por eles, nada como ir uns aninhos até França e alistar-se na Legião. Comida, roupinha e bom ordenado.

Tudo aquilo que discorda ou alude de forma diferente da vossa (neste caso da sua) é inimigo da razão e do bom senso. Por favor Coldwater, quem monta não tarda uma espiritual inquisição é o senhor e mais ninguém. Graças a Deus não padeço de problemas de interpretação e já li e reli as obras de Kardec (outra sempre presente sugestão minha). Já se deu ao cuidado de ler a minha assinatura abaixo? Diz muito de mim.
Já que não consegue ler mais nada além do que lhe interessa deixo-lhe um exemplo:

Exemplo de um post
1"Já te respondo a isto  

Lamento desde já todos os teus infortúnios. Realmente não é fácil aquilo que estás a passar. Naturalmente depois de todas essas infelicidades, nasce a preponderância associativa de bruxaria por detrás de tão tristes desfechos. Impõe-se presentemente na tua mente a imagem do rato de boca cosida no bolso do casaco do teu pai. Há uma associação instintiva a bruxaria. Concha, a bruxaria surte efeito para quem acredita nela. Com isto não afirmo que não exista, existe, mas não nessa dimensão que se lhe atribui. Portanto podes mesmo afastar essa ideia da cabeça para poderes focar-te no que realmente importa, que é, pelo menos, encontrares uma ponte que ligue as margens da tua incompreensão se o caso for do foro espiritual.
Tem em conta que a linha de tempo que atravessa todo o teu relato é muito extensa, e quer tu, quer a tua família poderão ser meramente vitimas circunstâncias dos estranhos caminhos da vida. Com isto, não pretendo reduzir o problema a uma condição pragmática forçada. Não obstante, quem passa por elas é que sabe, e neste ponto podes ter a certeza que te compreendo. Se começas a ser assaltada por essa possibilidade (bruxaria) é porque o teu instinto já percorreu todas as vias de compreensão racional possível. Segue o teu instinto. Coloca apenas o conceito tradicional de bruxaria de parte.
Uma vez que não és adita a crenças ou saberes, o que por um lado facilita mas é mau porque ficarás provavelmente confusa. Atendendo que tiveste uma vez mais, o azar de apanhar essa senhora que nem merece comentários (tenho um enorme e obrigatório respeito por médiuns), aconselho-te vivamente  ires a um centro espirita colocar o teu problema da exacta forma que o colocaste aqui. Antes de pensares que eu sou um fervoroso adepto desta via (não sou) detesto dizer isto  mas na verdade, na tua condição, são pessoas que te podem ajudar e acompanhar com conhecimentos de causa, seriedade, gratuitamente, (muito importante). Não terás de fazer essas palhaçadas que te puseram para ai a fazer. Explicam-te tudo pormenorizadamente. Se tiveres algum problema do foro espiritual acredita que tens ai uma solução 97% segura. Se conseguires levar os teus pais contigo tanto melhor. Faz isso para vosso bem. Consulta o site oficial da ADEP, e procura um centro reconhecido por estes (muito importante) para não caíres nas malhas do charlatanismo novamente.
Qualquer resposta mais concreta que esta (que te posso dar) terias de pormenorizar muita coisa Concha. Vai pela via mais rápida e segura de momento  
Cumprimentos. Dá noticias e não deixes de consultar as outras opiniões. "

E não me alongo mais sob pena de se dizer tanta coisa estúpida neste fórum (eu incluído) que surja a sugestão de o encerrar definitivamente. Cumprimentos  ;)

coldwater
#52
Reitero que os fóruns que se querem sérios devem ser de troca de ideias, em espírito de civismo e respeito mútuo, e não espaços de ataque pessoal. Ainda por cima por motivos tão ociosos como a mera antipatia ou a pequena ciumeira. Torna-se fastidioso e produz mau ambiente que as conversas sérias sejam intercaladas com longos auto panegíricos, declarações de ódio camufladas e outros devaneios sem interesse para ninguém. Pela minha parte, se alguém detectar algum erro factual no que exponho, agradeço que me corrijam. Ao "bate boca", dispenso-me de responder.

Mephisto
#53
Citação de: coldwater em 28 fevereiro, 2012, 09:01
Reitero que os fóruns que se querem sérios devem ser de troca de ideias, em espírito de civismo e respeito mútuo, e não espaços de ataque pessoal. Ainda por cima por motivos tão ociosos como a mera antipatia ou a pequena ciumeira. Torna-se fastidioso e produz mau ambiente que as conversas sérias sejam intercaladas com longos auto panegíricos, declarações de ódio camufladas e outros devaneios sem interesse para ninguém. Pela minha parte, se alguém detectar algum erro factual no que exponho, agradeço que me corrijam. Ao "bate boca", dispenso-me de responder.

1- "Se aparece alguém como eu, que, apesar das minhas limitações naturais, pelo menos sei do que falo pois sou trabalhador espírita há anos, logo os opinativos e treinadores de bancada se melindram. Porque fazem muita questão de que as suas opiniões prevaleçam e não sejam corrigidas, apesar de serem meros "eu acho que", sem sustentação doutrinária ou da experiência."

1,5- " "O que está em questão não é, pois, a diferença de opiniões. É a diferença entre honestidade e desonestidade. E a carapuça só serve a quem servir. Longe de mim questionar a liberdade de opinião que assiste a cada pessoa."

2-"Passando por cima de certos dichotes ordinários que definem os seus autores (e por isso se respondem a si mesmos)"

3- "Ora se do outro lado não chega nada, o médium nada tem para dizer. Se o médium for profissional, naturalmente inventa as comunicações que não recebe, porque precisa desse dinheiro para viver."

4- "Ninguém é obrigado a viver da mediunidade. As pessoas são livres de trabalharem num emprego a sério, como toda a gente, e de não venderem o que Deus lhes outorgou gratuitamente. Basta que guardem essa actividade para os tempos livres."

Caro Coldwater, leia-se entre estes poucos exemplos. Falar de cor provoca falta de memória.
Permita-me apenas elucidá-lo de um facto. A minha visita a este tópico, foi efectuada através de um quadro que diz: Mensagens recentes. Acedi deparando-me com o post do Paulinus que achei, como já disse, piada. Li por alto algumas coisas e pensei. "«Espera lá! Já agora deixa-me lá perguntar ao Paulinus que tem ele contra Kardecistas»". Assim foi.
No dia 22 recebo uma mensagem da sua parte (à qual não respondi) com o conteúdo que você sabe, visto ter sido quem a escreveu. Foi o que me despertou a atenção para vir ler atentamente tudo o que se disse neste tópico. Pelos motivos que tive o cuidado de mencionar, em outro post, dirigi-me a si. Não fui eu que fomentei a discussão. Não fui eu quem fez sistematicamente juízo de valores sobre as pessoas. Ou fui? A minha participação encontra-se a partir do quarto separador.

Simplesmente não concordei com as suas sugestões referentes ao fórum. Fiz questão de mencionar. Se não gostou, temos pena. Há que saber lidar com isso que eu também não gosto de muita coisa e tenho de aturar. Má educação e falta de civismo deve ter sido o senhor o único a ver.

Se o seu problema foi também o "à laia de ficheiro" da senhora, leia o que a sua Doutrina diz mais uma vez, o que é "filosoficamente espirita" correcto:
"No entanto, ninguém está à mercê dos maus Espíritos. Esquece-se com frequência que os maus Espíritos não têm campo aberto para causar mal-estar a quem está "deste lado da Vida". O nosso mau proceder, os nossos receios infundados, a nossa falta de fé, é que podem levar a que nos afastemos da protecção benfazeja dos Bons Espíritos e cedamos à influência dos maus."
Quer mais exemplos? Ou as crianças não servem? Já nascem a cumprimentar o "maligno"? Ou começam logo a pagar a factura das vidas anteriores antes mesmo de saberem o que é consciência?
E não! Se o seu problema, foi a menção ao bom homem que calhou ser padre, fique descansado que eu não sou nada católico.

Volto-lhe a repetir que conheço a Doutrina e sou confesso admirador do homem que a fundou e de toda a sua obra. De Allan Kardec! Não é este facto que invalida querer conhecer outros campos, participar noutros assuntos, ser receptivo a novas abordagens. Estamos entendidos nisto? Caso contrário teremos de parar no tempo e no espaço.

"E por isso é que os fóruns são um problema. Os provocadores, os ignorantes atrevidos, os moralistas de plantão, os ultra susceptíveis, os aduladores irónicos, são alguns dos tipos clássicos que enxameiam os fóruns, e que, se não forem contidos, inquinam todo o ambiente e comprometem a qualidade."
Quer um crucifixo e um dente de alho? Parece-me que logo ao segundo separador do tópico o senhor já previa uma enchente de "vampiros" por este espaço.

"Um fórum online é como um comboio em viagem, em que uns sobem e outros se apeiam, e quem sobe pode ser alguém com  bons contributos e boa educação, ou um vulgar agitador sem princípios, interessado apenas em passar um bom bocado às custas dos outros, ou um parlapatão que apenas adora ouvir-se, sendo o tema o que calhar. Por isso é que nos espaços sérios de opinião (e aqui já não me refiro exclusivamente à Internet forumesca), o direito de admissão é reservado. E isso não é censura, é senso comum. "
Seria interessante objectivar de uma vez onde é que foi alvo de má educação. Quem são aqueles que podem subir no seu comboio? Os que vestirem a fatiota de cordeiro e sigam o cajado de suas palavras sem questionar ou discordar?

"Imaginemos brevemente um fórum, digamos, de vegetarianismo. Eis que aparece um indivíduo, dois, três, duas dúzias, que insistem em perguntar como se frita salsichas... "
Pois Coldwater. Este fórum chama-se Portugal Paranormal (comunidade portuguesa ligada aos fenómenos paranormais e sobrenaturais), tendo uma secção dedicada ao espiritismo. Apenas isso. O direito de admissão ou demissão cabe ao administrador deste. Lamento se não pode ser só para o senhor falar sem ouvir ninguém acerca da sua respeitável doutrina.
Por exemplo: eu sou membro activo do fórum da Associação Portuguesa de Satanismo. Lá só se fala de Satanismo exclusivamente ou assuntos relacionados. Obviamente não vou lá falar de espiritismo.

"Jamais aqui enunciei uma única opinião. Tenho-me cingido aos factos e foi para isso que aqui vim. Apenas e só f-a-c-t-o-s."
As opiniões também são válidas.

Caro Coldwater como já lhe tinha dito as minhas palavras dirigidas a si não tinham cunho pessoal hostil. Continuam a não ter. Não aceitar uma opinião é um direito, confrontar essa opinião é uma decisão inteligente. Fazer-se de vitima por discordarem dum ou outro ponto de vista é uma opção.

Veni Vidi Vici foram palavras proferidas pela boca de um império, ecoaram nos tempos através da história, e morreram num maço de tabaco.

Cumprimentos







coldwater
Reitero que os fóruns que se querem sérios devem ser de troca de ideias, em espírito de civismo e respeito mútuo, e não espaços de ataque pessoal. Ainda por cima por motivos tão ociosos como a mera antipatia ou a pequena ciumeira. Torna-se fastidioso e produz mau ambiente que as conversas sérias sejam intercaladas com longos auto panegíricos, declarações de ódio camufladas e outros devaneios sem interesse para ninguém. Pela minha parte, se alguém detectar algum erro factual no que exponho, agradeço que me corrijam. Ao "bate boca", dispenso-me de responder.

Aos membros desconhecedores dos assuntos (e sem interesse na troca de ideias sadia que a todos ensina), notoriamente semeadores de polémicas estéreis e embirrações pessoais, nem sequer leio. Passo por cima.

Mephisto
#55
Citação de: coldwater em 29 fevereiro, 2012, 13:38
Reitero que os fóruns que se querem sérios devem ser de troca de ideias, em espírito de civismo e respeito mútuo, e não espaços de ataque pessoal. Ainda por cima por motivos tão ociosos como a mera antipatia ou a pequena ciumeira. Torna-se fastidioso e produz mau ambiente que as conversas sérias sejam intercaladas com longos auto panegíricos, declarações de ódio camufladas e outros devaneios sem interesse para ninguém. Pela minha parte, se alguém detectar algum erro factual no que exponho, agradeço que me corrijam. Ao "bate boca", dispenso-me de responder.

Aos membros desconhecedores dos assuntos (e sem interesse na troca de ideias sadia que a todos ensina), notoriamente semeadores de polémicas estéreis e embirrações pessoais, nem sequer leio. Passo por cima.


Até um dia amigo  ;) Já me calei de vez consigo.

coldwater
Aqui vai um artigo que me parece interessante e enriquecedor para este fórum e para este tópico em especial. Uma das razões que levam as pessoas a ir pela primeira vez a um centro espírita é o despertar da mediunidade. Ainda muito envolvido em obscurantismo e medos irracionais, o fenómeno mediúnico já é considerado seriamente pela Organização Mundial de Saúde e estudado por cada vez mais pesquisadores.

A Internet, mercê do anonimato que possibilita, tornou-se veículo para a propagação dos disparates mais diversos. Toda a gente tem o direito de ser anti-espírita (mesmo que não faça a menor ideia do que é o Espiritismo); lamentamos, no entanto, que haja sites promotores de certos grupos religiosos, que lancem boatos alarmistas. É moda agora, no sector neo-pentecostal, afirmar que a mediunidade é «prejudicial à saúde».

Note-se que esses sectores não distinguem mediunidade (faculdade orgânica que toda a gente possui, em maior ou menor grau), de Espiritismo (doutrina filosófica cristã). Pior ainda, não hesitam em definir como Espiritismo práticas aberrantes que o Espiritismo repudia...

Para os que não conhecem a filosofia espírita, e que possam ficar apreensivos com tais alegações irresponsáveis e infundadas, aqui vai um testemunho interessante. Este texto foi publicado no "Jornal de Espiritismo", da ADEP – Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal. A mediunidade é uma faculdade orgânica, e independe da vontade ou da opinião de cada um. Ser-se médium é a condição natural de toda a gente, e nada tem de mísitico ou sobrenatural. Umas pessoas têm mais sensibilidade mediúnica que outras. Cada pessoa interpreta a mediunidade à luz das suas convicções, e daí a OMS a inserir na categoria dos fenómenos psico-sociais. Um evangélico dirá que "está cheio do Espírito-Santo" (ou "atacado pelos 'diabos'", se o episódio for menos agradável). Um ateu dirá que está esquizofrénico (doença mental e mediunidade são coisas diferentes, obviamente). Um racionalista cristão, um espírita, ou um umbandista, por exemplo, terão uma interpretação diferente. A mediunidade só é problema se a ela se somar o desconhecimento e o medo. O medo paralisa e nada de bom advem dele. Esclareça-se. Ouça diferentes opiniões e decida por si qual a que lhe merece confiança.

Com votos sinceros de paz para todos, quaisquer que sejam as crenças e opiniões de cada um, envio o meu abraço,

coldwater



DOUTOR E MÉDICO EM PSIQUIATRIA. DEFENDE TESE DE DOUTORAMENTO SOBRE MÉDIUNS ESPÍRITAS

Entrevista com Alexander Moreira de Almeida

Alexander Moreira de Almeida (na imagem) é médico e doutor em psiquiatria pela USP – Universidade de São Paulo, coordenador do NEPER – Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e director técnico e clínico do HOJE – Hospital João Evangelista. O facto de registo, é que o doutor Alexander de Almeida defendeu sua Tese de Doutorado sobre "Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas" recorrendo a dezenas de médiuns espíritas e a varias associações espíritas de São Paulo, onde concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal de Espiritismo.

Alexander Moreira de Almeida

Como médico psiquiatra, o que o levou a escolher tal Tese de trabalho, para o seu doutoramento: "Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas"?
A.M.A – A importância que as vivências mediúnicas tiveram e ainda têm nas diversas civilizações e, mesmo assim, serem praticamente inexploradas no meio académico.

Como os seus examinadores e a própria Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, viram a sua Tese de Doutorado?
AMA – Muito bem. Sempre recebi todo o apoio do Departamento de Psiquiatria da USP, da FAPESP (Fundação de Amparo Á Pesquisa do Estado de São Paulo), bem como a banca teve uma postura muito científica: rigorosa, mas aberta.

E o orientador da Tese de Doutorado? Quem foi?
AMA – Francisco Lotufo Neto, professor livre-docente do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Quem foram seus examinadores?
AMA – Prof. Dr. Paulo Dalgalarrondo, Doutor pela Universidade de Heildelberg (Alemanha), livre-docente em Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); Prof. Dr. Leonardo Caixeta, psiquiatra, doutor em Neurologia pela Universidade de São Paulo, professor da UFG (Universidade Federal de Goiás); Prof. Homero Vallada, livre-docente, Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade de Londres, maior especialista em genética psiquiátrica no Brasil e pelo Prof. Dr. Paulo Rossi Menezes, psiquiatra e epidemiologista, doutor pela London Universisty, livre-docente da faculdade de Medicina da USP.

Existiu algum critério específico para a composição da Banca Examinadora?
AMA – Que fossem pesquisadores destacados e que estudassem áreas relacionadas ao tema da tese.

Durante seu estudo, verificou por certo o grau de escolaridade dos médiuns espíritas. São eles incultos e ignorantes como se diz?
AMA – 46,5% dos médiuns tinham escolaridade superior ou superior com pós-graduação. O Censo Brasileiro de 2000 mostrou que o Espiritismo é a única religião em que a proporção de adeptos aumenta quanto maior o nível educacional do segmento estudado.

Os médiuns espíritas sofrem de transtornos dissociativos, psicóticos ou transtornos de personalidade múltipla?
AMA – Eles também podem apresentar estes e outros transtornos mentais, como qualquer indivíduo, no entanto, a prevalência de problemas psiquiátricos entre os médiuns estudados foi menor que o encontrado na população geral.

Então os médiuns espíritas não são esquizofrénicos?
AMA – Não, eles são até mais saudáveis que a população geral. Isto, apesar de terem muitas vivências alucinatórias e de influência que normalmente são consideradas como sintomas clássicos de esquizofrenia.

Como a mediunidade é vista pela medicina?
A.M.A – Como a expressão de uma manifestação cultural, religiosa, que não necessariamente é patológica. Sobre a explicação de sua origem, habitualmente é considerada como um fenómeno dissociativo em que se manifestam conteúdos do inconsciente do indivíduo. No entanto, estas ideias são baseadas em muitas opiniões e poucas pesquisas.

A mediunidade é causa de doenças mentais?
AMA – Apesar de, historicamente, nos últimos 150 anos ter se acreditado nisto, não há evidências a este respeito.

Quais os possíveis mecanismos neurofisiológicos da mediunidade?
AMA – Desconheço estudos a este respeito, tudo que eu dissesse seria meramente especulativo.

Alguns colegas defendem que a glândula pineal é o órgão sensorial da mediunidade. Sabemos que essa hipótese não é nova. O espírito de André Luiz através do respeitado médium Francisco Cândido Xavier trouxe de novo a "lume". Qual a sua opinião?
AMA – Há uma longa história de associação da pineal com o Espírito, isto vem desde Descartes. Do ponto de vista científico, desconheço qualquer estudo trazendo evidências da pineal se relacionar com mediunidade. Entretanto, sem dúvida é uma interessante hipótese a ser testada.

Sendo médico e doutor em psiquiatria, o que é a mediunidade?
AMA – Penso que a mediunidade é uma manifestação de uma habilidade humana que tem estado presente na maioria das civilizações ao longo da história. A origem destas vivências em muitos casos, acredito, podem estar realmente no inconsciente dos médiuns. Entretanto, há um considerável número de casos em que esta explicação é insuficiente, apontando para alguma fonte externa ao médium.

Como relaciona psiquiatria, espiritualidade e mediunidade?
AMA – A psiquiatria deve estar interessada numa visão abrangente e multifacetada do ser humana, assim a espiritualidade deve ser levada em conta, como todas as demais dimensões da existência humana. Por fim, a mediunidade é uma vivência que pode nos revelar muito sobre o funcionamento da mente e sua relação com o corpo. Muitos de nossos trabalhos na área podem ser acessados na página www.hojenet.org no item "teses & artigos".

Como distingue em seus pacientes "mediunidade" com distúrbios meramente neuropsicológicos?
AMA – Esta pergunta não admite uma resposta simples. Faz-se necessária uma avaliação cuidadosa e ampla da pessoa, o que ela tem vivenciado, suas crenças e seu contexto social e cultural. Em linhas gerais, para uma certa vivência ser considerada indicativa de um transtorno mental, deve estar associada a sofrimento, falta de controle sobre sua ocorrência, gerar incapacitação, coexistir com outros sintomas de transtornos mentais e não ser aceita pelo grupo cultural ao qual pertence o indivíduo.

Ao receber um paciente portador de faculdade mediúnica, como conduz o caso?
AMA – Trato o transtorno mental existente além de recomendar que o paciente continue com suas práticas religiosas. No entanto, se ele estiver com desequilíbrios mais graves, inicio o tratamento farmacológico e psicoterápico e solicito o afastamento das actividades mediúnicas. No entanto, recomendo que continue participando das demais actividades religiosas (palestras, orações, cultos, passes...).

O seu estudo reuniu a maior amostra de médiuns espíritas alguma vez investigada na área médica no mundo. A sua tese já teve repercussões no meio médico ou em algum centro de investigação universitário? Quais?
AMA – Tenho apresentado os resultados da tese em congressos científicos no Brasil e nos EUA, como por exemplo o Congresso Brasileiro de Psiquiatria e International Conference on Mediumship promovido pela Parapsychology Foundation

Nesses congressos científicos, como os investigadores brasileiros e norte-americanos reagiram à sua investigação?
AMA – Muito bem, demonstrando bastante interesse.

Como vê a doutrina espírita, codificada por Allan Kardec?
AMA – Como uma proposta bem fundamentada de se fazer uma investigação científica e com bases empíricas de fenómenos antes considerados metafísicos e fora do alcance da ciência.

O que é o NEPER – Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo?
AMA – É um grupo de estudos interdisciplinar das relações entre religiosidade saúde. É composto por psiquiatras, neurologistas, historiadores, psicólogos, antropólogos, filósofos. Não está vinculado a nenhuma religião, se prende apenas à rigorosa investigação científica nesta área.

Que mensagem gostaria de deixar aos médicos europeus?
AMA – Na Europa já existem iniciativas muito interessantes na área da espiritualidade, como a Fundação BIAL em Portugal, a Society for Psychical Research e muitos médicos britânicos que investigam o tema, bem como a disciplina de parapsicologia da Universidade de Edimburgo, além de iniciativas das Associações Médico-Espíritas. Que continuem se interessando e investigando cada vez mais as desafiadoras e fascinantes relações entre espiritualidade e ciência.



DADOS DA INVESTIGAÇÃO


Total: 115 médiuns espíritas
Mulheres: 76,5%
Média de Idade: 48 anos
Desemprego: 2,7%
Curso superior: 46,5%
Média de anos no espiritismo: 16 anos
Possuíam mais de 3 tipos de mediunidade;
Incorporação: 72%
Psicofonia: 66%
Vidência: 63%
Audiência: 32%
Psicografia: 23%
Exerciam a mediunidade por semana: 7 a 14 vezes



PRINCIPAIS CONCLUSÕES
1- Os médiuns espíritas diferiam das características de portadores de transtornos de personalidade múltipla e possuíam uma alta média de sintomas de primeira ordem para esquizofrenia, mas estes não se relacionavam aos escores de outros sintomas psiquiátricos e não se relacionavam a problemas no trabalho, família ou estudos.
2- A maioria teve o início de suas manifestações mediúnicas na infância e estas, actualmente, se caracterizam por vivências de influência ou alucinatórias que não necessariamente implicam num diagnóstico de esquizofrenia.
3- A mediunidade provavelmente se constitui numa vivência diferente do transtorno de personalidade múltipla.

Muito obrigado a todos pelas vossas opniões!  ;D um grande bem haja a todos! muita paz e amor!  :) :)
Mais vale ser ignorante um minuto que burro a vida toda....

coldwater
Ó Anvil,

Já estava esquecido de si :)

Pela parte que me toca, agradeço a sua atenção e envio um grande abraço com votos de muita paz.

É maravilhoso podermos conversar todos, em espírito construtivo e respeitador. 

coldwater

Entrei neste forum há menos de 24 horas. Por consequência não tive tempo de ler tudo o que está dito neste tópico. Gostaria de ajudar a nossa amiga "Anvil" mas, provàvelmente, já foram dadas aqui opiniões que eu iria repetir. Pergunto apenas:
- Anvil, o seu problema está resolvido ?

Muita paz para todos.