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josecurado
Paraísos


Muitas teorias têm sido apresentadas para explicar o fenómeno OVNI.

Uma das teorias mais extravagantes para explicarem o aparecimento de OVNI's à superfície da Terra consiste em admitir (e mesmo afirmar) que o nosso planeta é oco, aberto nos pólos e possuindo um «Sol Interno» suspenso no centro onde a gravidade é zero. Neste arranjo, a «Terra Oca» poderia perfeitamente albergar uma civilização extremamente adiantada e oculta aos olhos dos humanos tal como o seu sol cuja luz seria também oculta. Esta ideia é principalmente veiculada por ordens ocultistas que aceitam a existência dos OVNI's de um modo bem peculiar.

Entretanto, por muito estranho que pareça, esta ideia não é nova. A teoria da Terra oca parece ter surgido publicamente no século XVII, depois de a maioria dos europeus já estar convencida de que a Terra é redonda e não plana como antes se acreditava. A ideia de que o planeta, além de ser esférico, seria oco trazia algumas vantagens para a teologia obscurantista, pois o Inferno não poderia estar debaixo duma Terra esférica (agora já não plana) dado que as esferas não têm "lado de baixo". Assim o Inferno foi convenientemente transferido para o interior da Terra. Matemáticos famosos, entre eles Sir Edmund Halley (o descobridor de um cometa com o seu nome), chegaram a defender este conceito.

Apesar dos seus ilustres defensores, a teoria ficou mais ou menos esquecida até ao início do século XIX, quando John Cleves Symmes, um militar norte-americano, passou manifestamente a defender a ideia de que a Terra seria oca e com grandes aberturas nos pólos Norte e Sul. Symmes conseguiu obter financiamento para uma expedição ao pólo Sul em busca da abertura; mas o empreendimento fracassou...

Em 1864, Júlio Verne publicou o seu livro «Viagem ao Centro da Terra». Neste livro, embora a narrativa da aventura não refira explicitamente a Terra oca, a premissa básica é muito parecida dado que Verne descreve um sistema de túneis que ligaria a superfície do planeta ao respectivo centro que seria oco.

No século XX, surgiu uma versão modificada do modelo de Symmes que atraiu seguidores entre teóricos da "Conspiração", pesquisadores da Atlântida, ovniólogos e outros pseudo-cientistas: uma Terra Oca, com abertura nos pólos, um Sol brilhando no centro e habitada na sua "face interna" por uma raça muito mais avançada que a humana. A teoria de Symmes foi embelezada por William Reed, o primeiro a afirmar que o interior da Terra «é adequado para colonização humana». O facto de nenhuma das fotografias aéreas dos pólos ter revelado qualquer tipo de abertura parece não afectar a crença no modelo o qual ainda é sustentado e estudado por publicações, como a "Hollow Earth Insider".

O problema é que entre todas estas teorias da Terra oca e os dados experimentais da Ciência existem incompatibilidades insolúveis. Por exemplo, uma Terra oca violaria a Lei da Gravidade de várias formas; uma delas, já que a gravidade depende da massa, através da lei de Isaac Newton é possível calcular, entre outras coisas, qual a massa da Terra a partir do campo gravitacional que ela gera. Ora, este valor, considerado em conjunto com a densidade média do planeta, não permite muito espaço para bolsas vazias sob a crusta. Uma Terra oca ou mesmo toda perfurada por túneis, como no romance de Verne, produziria muito menos gravidade, tendo em conta o mesmo diâmetro, e todos seríamos muito mais leves.

Existe ainda uma outra teoria de Terra oca simultaneamente mais absurda e mais demonstrável que o modelo de Symmes. Trata-se de um conceito que foi defendido pelo americano Cyrus Teed o qual afirmou que «a Terra não só é oca como todos vivemos do lado de dentro»! Embora Teed não soubesse disso (ele desenvolveu as suas ideias em finais do século XIX), a geometria moderna e o conceito do espaço curvo de Einstein tornaram a teoria matematicamente irrefutável. Se usarmos técnicas teórico-geométricas adequadas para "virar a Terra do avesso", a superfície interna reproduziria exactamente todos os dados da "suposta" superfície externa em que vivemos. O mundo côncavo seria quase indistinguível do mundo convexo. O Sol seria o núcleo do planeta, brilhante de um lado e escuro do outro, suspenso no centro da esfera, onde a gravidade é zero, e todos os fenómenos astronómicos teriam algum tipo de correspondente; estrelas e planetas não seriam pequenos devido à "distância", mas minúsculos de facto... e assim por diante. Do ponto de vista estritamente teórico, segundo um matemático da Universidade de Toronto citado pela revista OMNI, é praticamente impossível provar que Teed estava "errado".

Entre os seguidores desta visão peculiar do mundo, podemos incluir Hitler. Em 1942, uma expedição nazi ao Báltico tentou obter fotografias secretas da frota britânica apontando as câmaras fotográficas para o alto a fim de captar raios infravermelhos "através do centro da Terra oca".

Actualmente, nenhuma teoria da "Terra Oca" tem hipóteses de sobrevivência face aos dados acumulados pela Ciência, nomeadamente Geologia e Astronomia. Apesar disso, ainda se mantêm vigorosos os adeptos ligados a grupos que defendem a "Terra Oca", desenvolvendo e apresentando estudos de carácter "científico" difíceis de refutar quando circunscritos a um debate puramente teórico e retórico.

Todos nós temos consciência de quanto a Matemática é uma Ciência pura; todavia, também sabemos que se a matemática for usada de uma forma sofística ela conduz a resultados absurdos sem que aparentemente as suas leis sejam violadas. Entretanto, todos os bons matemáticos demonstram na prática como esses sofismas são criados e confirmam, assim, a pureza da matemática. Algo de semelhante se passa com a teoria da Terra oca. Em teoria e retórica tudo parece possível; mas quando passamos à ciência prática, muita coisa muda... Assim, na prática e cientificamente, demonstra-se e prova-se que a Terra NÃO É OCA. Apesar de tudo, merece respeito quem acredita na "terra oca", como todas as crenças merecem, independentemente dos erros adjacentes.



A Maçã de Ouro

Mas fica por explicar de onde vem a teoria da Terra oca, que parece antiga, e o motivo porque um certo ocultismo procura aplicá-la ao nosso planeta para ser aparentemente liquidada pela Ciência. É bem possível que estejamos perante uma metáfora.

Se tal modelo não é aplicável ao planeta natural que é a Terra, aplicar-se-á a um "planeta" artificial? Especulemos, então, neste sentido.

Alguns relatos sobre intervenções sobrenaturais e de características ovnilógicas referem testemunhas que se viram repentina e aparentemente transportadas para um mundo subterrâneo no qual os habitantes viviam na face interna de uma esfera oca onde tudo parecia paradisíaco, usufruindo os benefícios energéticos de um sol central. Enviadas de regresso à superfície da Terra, as testemunhas não tinham maneira de distinguir a realidade do sonho e, dado que a experiência decorrera com extraordinária rapidez, elas acreditavam, ou pelo menos tinham a sensação, de que tinham viajado ao interior da Terra. Ou terão viajado pelo espaço até ao interior de um "planeta artificial"? Se é que de facto viajaram... E que entidades foram essas que submeteram humanos simplórios a experiencias tão bizarras? Os ocultistas teorizam sobre as chamadas viagens astrais! De que se trata afinal?

Absolutamente nada do que iremos especular a seguir é demonstrável e muito menos provável. É um exercício de imaginário especulativo, inserido na construção de um modelo de pensamento, aliás o único caminho permitido pelas leis intrínsecas da paranormalidade sobrenatural.

Vamos, pois, imaginar que uma raça de seres pensantes, detentora de uma tecnologia super avançada, tem possibilidades de construir no espaço uma esfera oca com muitos quilómetros de diâmetro. Esses seres (talvez os deuses solares do Antigo Egipto) dominam a hélio-energia, ou seja, sabem produzir fontes energéticas artificiais em tudo semelhantes ao Sol natural, ou melhor, eles sabem construir sóis artificiais em miniatura. Colocam esse sol no centro da esfera oca, sustentado por um eixo coincidente com os respectivos pólos rotativos e magnéticos. Os pólos são côncavos e podem ter aberturas a fim de permitir a saída e a entrada de espaço-naves. O interior da esfera é pressurizado, contendo uma atmosfera idêntica à que respiramos na Terra. Uma rotação adequada cria na faixa equatorial interna a força centrífuga necessária para simular um campo gravitacional. Todo o interior alberga um sistema ecológico perfeitamente equilibrado para assegurar a Vida. Aqui dentro nada falta. A dura carapaça esférica exterior possui a resistência necessária para enfrentar os elementos destrutivos encontrados nas viagens pelo espaço. O sistema de propulsão baseia-se no princípio do Arco, sobre o qual muito se fala a propósito da propulsão dos "Discos Voadores".

Estes "planetas" artificiais (Paraísos), fruto da nossa louca imaginação, possuem absoluta autonomia no Espaço interestelar, podendo atingir velocidades relativistas em que a relação espaço/tempo se altera e os seres vivos "sepultados" no seu interior desfrutam de uma longevidade imensa, quase infinita. Será esta a vida eterna de que fala a religião, na "morte gloriosa"?

Estas espaço-naves, esféricas e gigantescas mas eficientemente manobráveis, também se podem colocar em órbita à volta de qualquer planeta natural.

A descrição de espaço-naves segundo o modelo proposto de Planeta oco, corre o risco de cair no domínio da fantasia pueril e nunca será levada a sério pela Ciência dos terrestres. É Luz Oculta que só os Eleitos entendem. No entanto, talvez a simbologia da "Maçã de Ouro" possa vir em nosso auxílio.

Desde a mais profunda antiguidade que a maçã é o símbolo do conhecimento. Um conhecimento que foi proibido ao homem na parte representada pela "árvore da ciência do bem e do mal".

Louis Charpentier escreveu:

«Surpreende ver a constante significação esotérica de "sabedoria" atribuída à maçã que os escultores antigos colocavam frequentemente na mão dos iniciados. É preciso que esta persistente ligação entre o fruto e a ideia de "sabedoria" venha de longe; e não pode esquecer-se que, de cada vez que os Antigos escrevem as palavras "de ouro" fora do seu habitual significado metálico e material, pretendem designar um objecto iniciático ou uma ideia ou relação geradora de perfeição. É o caso do Número de Ouro, do Velo de Ouro, da Boca de Ouro, do Joelho de Ouro, dos Versos de Ouro etc.

»Assim, o Jardim das Espérides reveste-se de dois significados: o de "Jardim Cultivado" e o de "Lugar de Sabedoria".

»Os verdadeiros símbolos são sempre fixados materialmente.

»Houve interrogações sobre a identidade física destas maçãs. Alguns racionalistas sugeriram mesmo que podiam tratar-se simplesmente de limões ou laranjas. É um pouco infantil, mas quem diz jardim diz cultura, e esse Hércules pré-grego, que ignora tudo daquele, pôde pensar que descobriria o segredo pilhando o pomar, como arranjou produtos de criação com as vacas de Gérion. Apesar de tudo, se vivemos é porque houve iniciados na agricultura que transmitiram uma tradição dessa arte...

»Duma forma ou de outra, trata-se, para Hércules e os seus bárbaros, de se apropriarem dum instrumento de conhecimento, real ou alegórico; dum instrumento de civilização.»

(Os Gigantes e o Mistério das Origens)

Porque razão foi a maçã eleita para símbolo do Conhecimento e não o limão ou a laranja ou qualquer outro fruto?

Apanhem uma maçã bem redonda e cortem-na ao meio, no sentido longitudinal do eixo, e comparem esse corte com a figura.



Apanhem outra maçã igual e cortem-na ao meio no sentido transversal ao eixo. Reparem que a bolsa onde estão as sementes tem a forma de uma estrela pentagonal.

O simbolismo é demasiado óbvio! Mas sempre podemos recorrer às omnipresentes coincidências para tranquilizar o nosso raciocínio, apontando o dedo à mentira. Mas os Eleitos conhecem o simbolismo...

A "Maçã Dourada" é um símbolo que evoca um "Lugar de Sabedoria" e um "Jardim Cultivado", ideias subjacentes a lembranças atávicas de um "Paraíso Celestial". O ouro é o metal que simboliza o Sol, mas também o Fogo Sagrado ou Luz Oculta, o misterioso AGNI através do qual se manipula o espaço criando campos gravíticos artificiais; o fogo que não consome a sarça e serve de vestimenta aos anjos. Quando esse fogo áureo envolve a carapaça do "planeta" oco com a forma exterior de uma maçã, é como se um sol aparecesse magicamente na escuridão cósmica. Um planeta natural é fruto das leis universais, sejam mecânicas ou gravíticas, e fica sempre subjugado a uma órbita em torno de uma estrela; uma "Maçã de Ouro" é o fruto de uma sabedoria suprema que a conduz em vertiginosas velocidades pelo Universo, levando uma estrela oculta no centro que é a sua fonte energética. O simbolismo ganha clarificação.

A Árvore da Vida

A maçã, símbolo do conhecimento, está relacionada com a Árvore da Vida; a Árvore que dá "Vida Eterna". Em parte nenhuma do Génesis se diz que Adão, ao comer do fruto da árvore da Ciência do Bem e do Mal, se tenha engasgado com algum pedaço de maçã mal mastigado. A simbologia da maçã, como fruto iniciático, é extraída de tradições paralelas à Bíblia, corroborando a necessidade que o Senhor Deus (Adonai Elohim) teve de expulsar o homem do Jardim do Éden para lhe interditar o acesso à Árvore da Vida cujo fruto lhe daria a vida eterna, árvore esta que levaria o homem até à cobiçada maçã. Mas o Conhecimento que ela simboliza só se adquire com um grande esforço cuja coroação é um passaporte para o Paraíso. É evidente que o homem, porque não o merecia, nunca chegou a provar este fruto embora possamos admitir que alguns o tenham visto por breves momentos. A Tradição afirma que a macieira iniciática é uma árvore de cultivo, ou seja, o resultado de uma arte, ou melhor, de uma tecnologia. Os criadores desta arte já não são humanos mas sim divinos. Peneirando a simbologia a fim de retermos o correspondente significado e continuando a recorrer à especulação, tentaremos esboçar em que consiste esta misteriosa árvore.

Em ovnilogia, a maioria dos relatos credíveis refere-se a objectos em forma de disco cujas dimensões vão desde alguns metros até algumas centenas de metros de diâmetro. Estas espaço-naves afiguram-se extremamente frágeis para enfrentar os oceanos cósmicos. Seria o mesmo que atravessar o Atlântico de canoa.

Felizmente, existem alguns relatos que parecem dar solução a esta dificuldade de observação: trata-se de avistamentos de outras naves, a grandes altitudes e com enormes dimensões, as chamadas naves-mães, que têm forma de fuso, os famosos "charutos voadores". Provavelmente, estas espaço-naves fusóides atingem quilómetros de comprimento. Mesmo assim, elas serão muito acanhadas para albergarem um ecosistema suficientemente amplo para oferecer condições de vida paradisíacas. Assim, os fusóides, contendo os discóides, percorrem espaços interplanetários até abordarem os esferóides para onde entram através de um dos pólos. Agora sim, os esferóides, podendo atingir milhares de quilómetros de diâmetro, são como os enormes transatlânticos que navegam pelos mares da Terra quais cidades flutuantes onde nada falta para uma vida luxuosa. Serão estes os Paraísos? O devaneio dá o esquema seguinte:



Como é bom sonhar... e como estes sonhos são tão belos e tão antigos! Já os chamados povos primitivos sonhavam com os deuses que viviam no Olimpo e com os deuses que desciam à Terra depois de terem saído do interior de "Ovos Brilhantes"!!!

Agora, é triste cairmos na realidade e constatarmos que só nos restam os sonhos, mitos e lendas. O imaginário fantasista dos nossos cérebros é a nossa consolação e o processo de fugirmos aos martírios infernais deste mundo. Ora, é justamente aqui que se esconde a armadilha para os antropólogos positivistas: sendo o homem o produto da evolução natural, como sustentam, é ilógico que tenha inventado e muito menos sonhado com "paraísos perdidos situados no Céu" e tenha transmitido tudo isso através de mitos e lendas, igualmente inventados.

O estudo da sobrenaturalidade exige que liguemos o sonho, passado e presente, a algum tipo de realidade primeva que acabou em teorias de Terra Oca. Portanto, continuaremos as nossas investigações. Há que encontrar o sentido do mito da "Árvore da Vida", caso exista. E isso só pode ser feito mediante especulação filosófica.



J. Curado