Bem-vindo ao Portugal Paranormal. Por favor, faça o login ou registe-se.
Total de membros
19.426
Total de mensagens
369.469
Total de tópicos
26.918
  • Alice In Wonderland syndrome-O Síndrome de Alice no País das Maravilhas
    Iniciado por BlackLizard
    Lido 6.621 vezes
0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.
O Síndrome de Alice no País das Maravilhas é uma doença que provoca distorções na percepção visual da vítima, fazendo com que alguns objectos próximos pareçam desproporcionalmente minúsculos. O distúrbio foi descrito pela primeira vez em 1955, pelo psiquiatra inglês John Todd, que o baptizou em homenagem ao livro de Lewis Carroll. Na obra, a protagonista Alice enxerga coisas desproporcionais, como se estivesse numa "viagem" provocada por LSD. As vítimas da síndrome também vêem distorções no próprio corpo, acreditando que parte dele está mudando de forma ou de tamanho.

Também conhecida como micropsia, é uma desordem neurológica que afeta a percepção visual. As pessoas percebem os objectos substancialmente mais pequenos do que são em realidade (como se os vissem desde o lado contrário de um binóculo). Por exemplo, um animal doméstico, como um cão, pode parecer do tamanho de um rato, ou um carro como um carro de brinquedo. Esta síndrome costuma ser temporária e vem associada a uma grande enxaqueca.

Venho hoje falar-vos desta estranha doença. E porquê?
Porque eu próprio sofro disto :D Ao contrário do que alguns dizem NADA tem a ver com droga e sim ela existe mesmo!

É uma sensação muito estranha, parece que tudo começa a ficar mais pequeno até, por exemplo, um relógio despertador parecer estar mais pequeno que a mão, no entanto continuo a poder tocar nele (apesar de estar com a percepção de profundidade, distância e tamanho completamente baralhadas).

http://www.cracked.com/article/199_5-horrific-ways-your-brain-can-turn-you-without-warning_p1

Talvez alguns de vós já tiveram episódios deste síndrome e não sabiam o nome. Well, there ya go!

Doença estranha...
Já tinha ouvido falar no nome, mas nunca tinha procurado saber o que era...
Bom post!!

Agora fiquei curioso:
Tu vês as coisas logo pequenas, ou vê-las do tamanho normal e, depois, começam a diminuir e a aumentar como no próprio filme?
"Detesto, de saída, quem é capaz de marchar em formação com prazer ao som de uma banda. Nasceu com cérebro por engano; bastava-lhe a medula espinal" A.Einstein


Citação de: ppcom em 11 novembro, 2009, 20:24
Doença estranha...
Já tinha ouvido falar no nome, mas nunca tinha procurado saber o que era...
Bom post!!

Agora fiquei curioso:
Tu vês as coisas logo pequenas, ou vê-las do tamanho normal e, depois, começam a diminuir e a aumentar como no próprio filme?

Olha é conforme. Lembro-me de ser mais pequeno e estar a ver TV e o monitor começar a ficar cada vez mais pequeno. Outras vezes acordo nesse estado. Algum tempo depois fica tudo normal.

Citação de: BlackLizard em 12 novembro, 2009, 22:19
Olha é conforme. Lembro-me de ser mais pequeno e estar a ver TV e o monitor começar a ficar cada vez mais pequeno. Outras vezes acordo nesse estado. Algum tempo depois fica tudo normal.
Isso acontecia-me bastantes vezes. Pensei que era apenas um defeito meu. x)
Eram diferenças no tamanho mas não exagerado. Mas a mim não é apenas no tamanho das coisas. Quando isso me acontece, eu fico com a cabeça de tal maneira estranha que tenho a impressão que está tudo a acontecer a 1000 à hora. Isso também acontece a alguém?

O texto que se segue pode ser facilmente identificável por quem tenha passado pela mesma experiência, caso contrário terá pouco interesse e pode passar à frente, não tive por isso receio que fosse demasiado extenso, a informação de que disponho não é muita e toda ela me foi narrada por familiares, amigos ou experimentada por mim.

Penso que seria interessante enriquecer o tópico com outras experiências similares, espero não ser a única aqui a quem isto aconteceu, porque é tão absurdo quão absurdo possa parecer o filme de animação a quem o vê apenas como uma história.

O que despoleta a sensação começa por estar ligado a um estado febril, ou mais raramente na altura em que começamos a adormecer, este último sucede após já se ter passado pelo processo algumas vezes e normalmente quando se receia que o mesmo vá suceder.

A idade pode estar compreendida entre os 0 e os 17 anos.

Frequentemente é confundido com as expressões, "delírio febril", "terrores nocturnos" ou "ataques de pânico".

Não é composto por visões mas apenas por sensações, algumas das quais que nos remetem para "imagens" irreais e distorcidas, "sentidas" com os olhos fechados ou na escuridão total, mas sempre acompanhadas de um sentimento de medo crescente, cujo desfecho desconheço, mas creio que possa levar a um distúrbio menos agradável ainda, a julgar pela aceleração do batimento cardíaco em situações experimentadas.

Varia de pessoa para pessoa sendo que, cada indivíduo, mantém em regra o mesmo tipo de experiências até deixar de sentir o sintoma.

O conhecimento de uma qualquer "explicação apaziguante" para o sintoma pode originar a acentuada redução destes episódios, quer em duração, em intensidade e até mesmo contribuir para a sua mais célere extinção.

Tem de ser lembrado que os sintomas a seguir descritos não pertencem a um estado normal da pessoa, eles têm o seu inicio de uma forma incrivelmente assustadora, tudo o que acontece dá ideia de estar a acontecer de forma a que a pessoa se encontra completamente sozinha no mundo, em pânico e todos os que a rodeiam, mesmo que tentem interferir só irão piorar a situação pois o sentimento é que não nos podem ajudar, porque não pertencem ao mesmo mundo e não importa se se está sozinho ou no meio de uma festa cheia de gente.

Em alguns dos sintomas experimentados, as descrições foram na sua maior parte vividas em tenra idade e relatadas na idade adulta:

Os sintomas.

- Podem ser despoletados pela textura grosseira de um tecido, olhar fixamente um tecido em linho ou serapilheira conduz à sensação de exagero e infinito em movimento;
- Todos os sons são captados em câmara lenta, pausadamente, numa divisão silábica, ritmada e ameaçadora;
- Também o nosso pensamento é processado por palavras e o som ou voz, que não se ouve mas pressente, é traduzido em sensações como, muito grave, profundo e lento demais;
- Tudo o que nos rodeia adquire uma velocidade vertiginosamente assustadora e incontrolável;
- Todos os sons são violentos, agressivos e assustadores, acontece tudo "depressa demais";
- Ao cingir o nosso próprio pulso, ele parece adquirir proporções monstruosas capazes de sair do limite do real, para no momento seguinte diminuir de tal forma que parece deixar de existir;
- Uma perna pode parecer-nos crescer sem parar até ficar grande demais para no momento seguinte diminuir até deixarmos de acreditar que ela existe;
- Na claridade, o claro fica claro demais e círculos sobre círculos formam um movimento concêntrico infinito onde o vazio toma conta do pânico;
- No escuro dá-se a mesma sensação mas com círculos escuros;
- As pessoas parecem transformar-se a pouco e pouco em figuras gigantescas que ao chegar ao tecto se dobram sob camadas delas próprias lembrando "hipopótamos";
- Os rostos que "vemos" (imaginamos) no meio do claro ficam lisos demais, parecendo que vão rebentar porque não aumentam, apenas ficam cada vez mais lisos;
- Os mesmos rostos na escuridão vão ficando cada vez com mais rugas até ficarem umas por cima das outras parecendo cair em abas e deixando de se perceber o rosto;


Agravantes:
- A sensação de solidão e impotência perante a crescente sensação de medo, leva-nos a sentir estar num túnel tenebroso que percorremos tentando "fugir" mas deparando-nos sempre com a sua continuação, nesta altura o batimento cardíaco pode ser preocupante;
- Todo o processo se desenrola segundo uma sequência pessoal própria que pode ser prevista e raramente foge de uma mesma sucessão de sentimentos, o que faz com que uma vez iniciado o processo não seja possível interrompe-lo de repente;
- Tudo o que nos é querido ou nos protege deixa de fazer parte do mesmo mundo, parecendo que tudo o que conhecemos, brinquedos e familiares, ficaram do lado de fora e não os podemos alcançar;
- Se uma pessoa nos abraçar, a sensação que temos é que ela nos está a prender impossibilitando-nos de fugir, dificilmente se acredita que o que está do lado de fora nos possa ajudar.

O que pode, a pessoa que está fora, fazer para ajudar?

Algumas sugestões experimentadas de como atenuar os sintomas:

- Mantenha-se calmo e confiante, não tente agarrar a pessoa para a consolar, não se aproxime muito, lembre-se que a aproximação e tudo o que fizer irá tomar dimensões gigantescas, não olhe a pessoa nos olhos (criança principalmente) e jamais ralhe com ela;

- Mostre que sabe o que se passa e não há problema nenhum, para que ela se lembre que logo vai passar;

- Se o ambiente estiver escuro acenda todas as luzes, se for de dia feche cortinas e estores para mudar a intensidade da luz;

- Mude tudo o que conseguir, se estiver no interior da casa vá para o exterior e vice versa, ou não podendo (pois costuma ocorrer de noite) mude de sala, caminhe pela casa, acenda ou apague uma televisão, não se importe com as horas, a ideia é fazer tudo o que não é normal fazer, vão comer gelado ou chocolates, brincar com o cão, mas nada que possa magoar a criança, tomar um duche ou correr não é boa ideia, pois a coordenação dos movimentos não está sob controle;

- Se tiver à mão o "remédio" dê-lho assim que puder, para que vá fazendo efeito.

O Remédio - Atarax:

- Não é bom nem mau, um remédio é sempre um remédio e se não é natural pior, mas este costuma funcionar quer a nível psíquico quer físico, pois dá sono e relaxa, mas funcionará muito mais eficazmente se a criança que o vai tomar confiar que o mesmo vai fazer "aquilo" acabar rápido, uma neurologista receitou-me este para dar aos meus filhos, mas decerto outros poderão fazer o mesmo efeito, é uma questão de aconselhamento médico, sempre necessário evidentemente, ao sugerir este a um neurologista ele terá a sua opinião mediante a pessoa de quem se trate.

- A criança que sabe o que se passa e sabe que quem a acompanha é capaz de lidar com o mesmo,  consegue que o processo do medo dificilmente chegue ao pânico, a pouco e pouco a criança acaba por se lembrar que é passageiro, que não é mau e o riso acaba por vencer, ela própria acabará por procurar no riso a sua arma e embora possa chorar e rir ao mesmo tempo, a verdade é que resulta.

A origem do sintoma:

- Num centro espírita de magia branca ele foi identificado como estando na origem da mediúnidade, sendo que cada um de nós terá sempre uma tendência mediúnica que nasce connosco, para depois se desenvolver em determinados indivíduos e desaparecer noutros por volta dos 17 anos, será uma "porta aberta" que depois se "fecha", sugeriram-me que a trabalhasse, no entanto e eu não conheço o suficiente acerca do assunto, acredito que possa ser qualquer outra coisa, porque nenhum de nós, das pessoas cujas experiências aqui retratei, tem dons fora do normal, nem temos ninguém na família que os tenha, nem tendência ou desejo de os vir a ter.

Conclusão:

Estes relatos são verdadeiros enquanto experiências de facto vividas, por mim e alguns amigos na infância, pelos meus filhos mais recentemente e inclusivamente pela neurologista à qual me socorri, na altura desconhecendo esse facto.

Esta médica tinha feito algumas pesquisas sobre o assunto e foi uma boa ajuda, foi por ela que fiquei a saber o nome dado ao sintoma "Síndrome de Alice" e que este lhe foi atribuído precisamente porque Walt Disney, que sofreu do mesmo sintoma, tentou através de um filme de desenhos animados, transmitir às crianças um sentimento positivo de algo que é garantidamente assustador.

Acredito que quem não passa por ele dificilmente deixa de achar tudo isto ridículo, da mesma forma que, quem passou, possivelmente na infância, nunca se tenha apercebido exactamente do que lhe acontecia, nem eu sei ainda.

Penso que, ao lerem a descrição, imediatamente a reconheçam, muito embora tenha sido sempre para mim algo muito difícil de descrever, nem sei se o consegui agora, em breve saberei.

Não conheço a história original da Alice nem sei se, na adaptação, é Walt Disney quem incluiu as sensações de crescer e encolher, as riscas do gato e os círculos, o túnel e o vazio, o medo e a coragem, os olhos e o absurdo, o mundo real de um lado e o impossível do outro, mas considero que uma pessoa que associe o filme a estas sensações não pode seguir em frente sem o achar uma obra genial, aliás como todos os clássicos da Disney, eles não são apenas filmes de animação bem concebidos pelo facto de terem o dobro dos fotogramas por segundo, a mensagem deles é intemporal e pode ser aplicada como um manual de educação para a vivência da maior parte de nós.
O equilíbrio consegue-se entre o que é espírito e o que não o é.

Se por azar a minha filha sofresse disto, o remédio não era certamente a cura (Atarax) porque sempre que o tomou ficou com um speed que até fazia impressão.  :-\
De facto, segundo o pediatra, algumas crianças respondem ao xarope da forma contraria ao esperado, deixando-as hiperativas.

Percepção do pŕoprio corpo tambem muda, pricipalmente membros superiores, é das maiores caracteristicas desta sindrome.
supercalifragilisticexpialidocious

Já fiz um trabalho de pesquisa sobre esse síndrome. Temos que admitir que ele é bem bizarro, bastantes esquizofrénicos têm e não o conseguem explicar, porque pensam que é o que estão a ver é a realidade. É um assunto bastante interessante, quem gostar destes assuntos pode também pesquisar sobre o Síndrome de Cotard e o Síndrome da mão estranha. :)
Good Girls Go To Heaven
Bad Girls Go Everywhere.

Citação de: hoopsy em 20 maio, 2013, 15:51
Se por azar a minha filha sofresse disto, o remédio não era certamente a cura (Atarax) porque sempre que o tomou ficou com um speed que até fazia impressão.  :-\
De facto, segundo o pediatra, algumas crianças respondem ao xarope da forma contraria ao esperado, deixando-as hiperativas.

Atenção que eu não receitei o medicamento, disse sim que o deviam sugerir ao neurologista, cada pessoa é um caso, até sou contra medicamentos, prefiro recursos naturais.

Relembro também que considero o riso como o melhor remédio, a última sessão da minha filha acabou por ser cómica e depois disso ela não voltou a ter nada, ou seja, desde os 11 anos, mas parte de quem está a passar por isso descontrair e conseguir levar o caso para a brincadeira, como tudo na vida, responsabilidade e descontracção.

Fiz uma breve consulta aos dois síndromes sugeridos mas no meu caso não encontro semelhanças com o que descrevi, é algo diferente, confesso que bastante dificil de explicar, creio que para uma criança é ainda mais complicado.
O equilíbrio consegue-se entre o que é espírito e o que não o é.